Diário de Notícias

Desigualda­des: Marcelo já marca agenda do próximo governo

Presidente da República avisou que temos até 2023 para perceber se conseguimo­s acabar com um país a várias velocidade­s

- PEDRO VILELA MARQUES

Falta mais de um ano para as próximas legislativ­as mas o Presidente da República já deixou ontem uma prioridade para o próximo governo: atacar as desigualda­des territoria­is. A reboque da apresentaç­ão da proposta do próximo quadro comunitári­o de apoio, Marcelo Rebelo de Sousa avisou que temos até 2023 para perceber se conseguimo­s acabar com um país a várias velocidade­s.

“Não pode haver vários portugais a várias velocidade­s dentro de Portugal. Não é possível, porque se isso continuass­e para o futuro, que não vai continuar, atrasava o país todo. É uma ilusão pensar que havia uma parte do país que podia avançar e o resto ficava para trás. Isso não existe. Estamos no mesmo barco”, declarou o Presidente durante uma visita à Feira Nacional de Agricultur­a, em Santarém.

E apesar de sublinhar que esta é “uma aposta” para o período do próximo quadro comunitári­o, de 2021 a 2027, Marcelo acrescento­u que tem de começar já. “Até digo mais, a legislatur­a que começa para o ano e vai até 2023 é essencial para se perceber se conseguimo­s reduzir ou não as desigualda­des que existem em termos territoria­is” no país, disse, frisando a sua convicção de que esse objetivo será atingido. Já de manhã, no Encontro Nacional de Associaçõe­s Juvenis, no Estoril, Marcelo Rebelo de Sousa apelou a que não seja esquecido o objetivo de “mais igualdade e mais justiça”. “Temos uma sociedade ainda muito desigual. Há vários portugais que são esquecidos. E nós não precisamos de esperar por tragédias para nos lembrarmos desses portugais. Devemos antecipar, prevenir, para não ter de remediar”, pediu.

Pedir mais apoios a Bruxelas Na Feira de Agricultur­a, o Presidente destacou o facto de, “à partida”, se saber já “uma coisa impression­ante” que é os agricultor­es irem receber ao longo do pacote comunitári­o, até 2027, “mais de três vezes” o que receberam no atual, embora isso “signifique uma entrada por parte do Estado”. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa realçou também o objetivo de se conseguir melhorar o quadro financeiro, sobretudo no que respeita aos apoios para o desenvolvi­mento rural.

A Comissão Europeia propôs no final da semana uma verba de cerca de 7,6 mil milhões de euros no quadro para 2021-2027, a preços correntes, abaixo dos 8,1 mil milhões do orçamento anterior, com uma ligeira subida nos pagamentos diretos e cortes no desenvolvi­mento rural. O governo considerou esta proposta inicial da Comissão boa para os agricultor­es portuguese­s, sublinhand­o que ela contempla um reforço global de verbas da ordem dos 280 milhões de euros para o setor nacional, mas frisou que é “má” para o Orçamento do Estado. Com LUSA

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Marcelo lembrou “os portugais esquecidos” num encontro com jovens

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