Água de um furo era vendida como se fosse de marca
Empresa falsificava garrafões para máquinas automáticas com água imprópria para consumo. ASAE apreendeu 319 litros no norte
Os garrafões de água eram colocados nas máquinas automáticas como se fossem de uma determinada marca, mas não eram. A empresa distribuidora, sediada no distrito de Braga, reaproveitava os garrafões e enchia-os com água proveniente de um furo. Houve uma denúncia que levou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a apreender um total de 319 litros de água, já engarrafada, que apresentavam inconformidades. Os responsáveis da empresa foram constituídos arguidos.
Os garrafões que estavam já com água terão sido todos recolhidos e, apesar de a água ser imprópria para consumo, não há até agora registo de nenhuma consequência para algum consumidor. A zona norte era a área onde era distribuída a maioria. Trata-se de um caso de fraude sobre mercadorias, com o processo a seguir para o Ministério Público para uma acusação aos responsáveis da empresa cujo nome não foi divulgado pela ASAE.
De acordo com um comunicado da ASAE, a investigação foi realizada pelo seu departamento de Informações e Investigação Criminal, na após uma denúncia que apresentou suspeitas sobre uma marca de água engarrafada que estaria a ser objeto de falsificação em Portugal e vendida no mercado como se fosse genuína.
Os garrafões de água eram provenientes de um país da União Europeia, certificados e ostentando uma determinada marca que nada tem que ver com a fraude, e estavam a ser novamente reutilizados pelo distribuidor português depois de serem utilizados em máquinas automáticas dispensadoras existentes em Portugal.
Novo selo de segurança A empresa pegava nos garrafões reutilizados e abastecia novamente as máquinas com uma água diferente da vendida pela marca. Para manter a aparência de legalidade, colocava um novo selo de cápsula de segurança, mas mantinha a rotulagem original. O objetivo era criar, de forma intencional, um engano aos consumidores – estes ficavam a pensar que estariam a consumir a água certificada da referida marca.
Durante o inquérito, explica a ASAE, a água que estavam no interior destes garrafões reaproveitados foi sujeita a análises laboratoriais e apresentou inconformidades analíticas, sendo “proveniente de um local sem qualquer controlo de captação e de qualidade e considerada inapta para consumo humano”.
Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE, declarou à Rádio Renascença que não houve notícia de qualquer efeito em consumidores. A ASAE não revelou se tem alguma estimativa de qual a quantidade desta água que pode ter sido comercializada por esta empresa.