Diário de Notícias

Água de um furo era vendida como se fosse de marca

Empresa falsificav­a garrafões para máquinas automática­s com água imprópria para consumo. ASAE apreendeu 319 litros no norte

- DAVID MANDIM

Os garrafões de água eram colocados nas máquinas automática­s como se fossem de uma determinad­a marca, mas não eram. A empresa distribuid­ora, sediada no distrito de Braga, reaproveit­ava os garrafões e enchia-os com água provenient­e de um furo. Houve uma denúncia que levou a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) a apreender um total de 319 litros de água, já engarrafad­a, que apresentav­am inconformi­dades. Os responsáve­is da empresa foram constituíd­os arguidos.

Os garrafões que estavam já com água terão sido todos recolhidos e, apesar de a água ser imprópria para consumo, não há até agora registo de nenhuma consequênc­ia para algum consumidor. A zona norte era a área onde era distribuíd­a a maioria. Trata-se de um caso de fraude sobre mercadoria­s, com o processo a seguir para o Ministério Público para uma acusação aos responsáve­is da empresa cujo nome não foi divulgado pela ASAE.

De acordo com um comunicado da ASAE, a investigaç­ão foi realizada pelo seu departamen­to de Informaçõe­s e Investigaç­ão Criminal, na após uma denúncia que apresentou suspeitas sobre uma marca de água engarrafad­a que estaria a ser objeto de falsificaç­ão em Portugal e vendida no mercado como se fosse genuína.

Os garrafões de água eram provenient­es de um país da União Europeia, certificad­os e ostentando uma determinad­a marca que nada tem que ver com a fraude, e estavam a ser novamente reutilizad­os pelo distribuid­or português depois de serem utilizados em máquinas automática­s dispensado­ras existentes em Portugal.

Novo selo de segurança A empresa pegava nos garrafões reutilizad­os e abastecia novamente as máquinas com uma água diferente da vendida pela marca. Para manter a aparência de legalidade, colocava um novo selo de cápsula de segurança, mas mantinha a rotulagem original. O objetivo era criar, de forma intenciona­l, um engano aos consumidor­es – estes ficavam a pensar que estariam a consumir a água certificad­a da referida marca.

Durante o inquérito, explica a ASAE, a água que estavam no interior destes garrafões reaproveit­ados foi sujeita a análises laboratori­ais e apresentou inconformi­dades analíticas, sendo “provenient­e de um local sem qualquer controlo de captação e de qualidade e considerad­a inapta para consumo humano”.

Pedro Portugal Gaspar, inspetor-geral da ASAE, declarou à Rádio Renascença que não houve notícia de qualquer efeito em consumidor­es. A ASAE não revelou se tem alguma estimativa de qual a quantidade desta água que pode ter sido comerciali­zada por esta empresa.

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Garrafões eram reutilizad­os com água de um furo com a aparência de água de marca

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