Fernando Santos: “A equipa já está mais próxima do que quero”
Selecionador diz que correções aos 20 minutos melhoraram a seleção. Guedes e Fonte acreditam que a equipa vai evoluir
REAÇÕES Minutos depois de a Bélgica ter sido assobiada, e entretanto ter feito as pazes com os adeptos que lotaram o Estádio Rei Balduíno, Fernando Santos mostrava-se, acima de tudo, satisfeito. “A equipa já está mais próxima do que eu quero”, resumiu o selecionador de Portugal. “Obviamente, ainda não estamos totalmente preparados. Faltam alguns dias e ainda vamos evoluir fisicamente”, acrescentou o técnico.
Até porque ainda falta a estrela da companhia. “Com o Cristiano Ronaldo vamos poder explorar outras opções, como fizemos na fase de qualificação e no Euro 2016”, observou o selecionador.
O jogo com a Bélgica, no entanto, gerou impressões positivas, apesar de a equipa não ter iniciado o jogo com o foco que o treinador pretendia. “As alterações [seis em relação ao empate 2-2 da passada quinta-feira, em Braga, com a Tunísia] não são importantes, a equipa são 23 jogadores”, defendeu, analisando o encontro de Bruxelas. “Diria que, descontados os primeiros 20 minutos, fizemos um belíssimo jogo”, assumiu.
“Sabíamos como o adversário ia jogar, mas na realidade não respondemos bem nos primeiros 20 minutos. A Bélgica instalou-se no nosso meio-campo e foi pressionando, pressionando”, explicou Fernando Santos. “Chamei os jogadores à linha lateral e fizemos algumas correções. Nessa primeira fase, criámos alguns problemas a nós próprios por falta de adaptação, com os dois avançados, o Gonçalo Guedes e o Bernardo Silva, muito recuados. Depois, conseguimos contrariar a pressão adversária”, detalhou.
“Fizemos um jogo muito equilibrado. O Gelson podia ter marcado, tivemos mais uma ou duas oportunidades. A equipa bateu-se muito bem, sobretudo no plano defensivo, o que é importante”, interpretou o selecionador, que repetiu uma ideia: “A Bélgica é uma grande equipa e para mim é candidata a ganhar o Mundial 2018.” Ainda assim, recusou que a Bélgica possa ter servido de teste específico para o jogo inaugural na Rússia, frente a Espanha, no dia 15. “São jogos diferentes. No plano ofensivo, sim, pode ser parecido.”
Os porta-vozes dos jogadores, nas entrevistas rápidas após o jogo, estavam igualmente satisfeitos na globalidade. “Estamos a melhorar dia após dia e vamos ser muito melhores”, garantiu Gonçalo Guedes, que jogou como ponta-de-lança. “Senti-me bem, tenho trabalhado nesta posição e tenho de me habituar a ela”, concluiu.
O central José Fonte, após a insatisfação defensiva no empate a dois golos frente à Tunísia, garante que a seleção voltou à normalidade da solidez defensiva. “Voltámos àquilo que éramos no passado, como no Euro 2016. Mostrámos que somos uma equipa à qual é difícil fazer golos. Defensivamente, foi um jogo perfeito”, defendeu, acreditando que a equipa ainda vai melhorar. A.P.P.