O mercado fechou. Quem ficou mais forte?
Janela de verão encerrou na sexta-feira. A I Liga foi a sétima da Europa que mais dinheiro investiu e recebeu. Campeão FC Porto gastou e lucrou mais do que os rivais.
As 12 badaladas que soaram à meia-noite de sexta-feira para sábado colocaram um ponto final na janela de verão do mercado de transferências em Portugal. No total, segundo contas do portal Transfermarkt, os clubes da I Liga gastaram 88,18 milhões de euros e receberam 197,44 M, confirmando o estatuto de país exportador no que ao futebol diz respeito, pois o saldo foi positivo em 109,26 M.
Apesar dessa tendência vendedora, o campeonato português surge em sétimo lugar no ranking europeu de despesas, sendo apenas superado pelos big five (inglês, italiano, espanhol, francês e alemão) e pela II Liga de Inglaterra, o Championship, sexto na hierarquia, com 172,68 M em gastos. Ao nível das receitas, a I Liga também ocupa a sétima posição, atrás dos mesmos seis.
Olhando para o bolo dos 88,18 milhões investidos pelos clubes portugueses, saltam à vista três grandes fatias. A maior pertence ao FC Porto (33,8 M), mas as de Benfica (26,08 M) e Sporting (22,4 M) também destoam das restantes. O Sp. Braga surge a um nível intermédio (5,8 M), enquanto os restantes 14 clubes apenas têm direito a... migalhas.
Contudo, mesmo essas quatro equipas acabaram por lucrar no defeso, o que significa que tiveram de se desfazer de ativos valiosos. Assim sendo, quem ficou mais forte?
“É difícil de dizer. Se olharmos para o Benfica, que contratou um número elevadíssimo de jogadores, só o guarda-redes Vlachodimos se está a afirmar. O setor defensivo é o mesmo, Fejsa e Pizzi continuam no meio-campo, Salvio e Cervi nas alas e até Seferovic, que esteve para ser dispensado, foi titular na Grécia. [frente ao PAOK, no playoff da Liga dos Campeões]. O FC Porto manteve o Marega e não contratou por aí além, o plantel é quase o mesmo. Quem contratou alguns mas talvez sem a qualidade desejada foi o Sporting. O Sp. Braga tem-se mostrado muito inconstante”, analisou ao DN o veterano treinador Manuel José, que vê como posições deficitárias o lado esquerdo da defesa benfiquista e o eixo do ataque leonino.
“O Benfica claramente construiu um plantel e sobretudo tem qualidade para fazer um onze inicial mais forte. A chegada de Gabriel é um grande upgrade e o próprio Odysseas vem resolver um problema. O Sporting está a reconstruir-se e, embora tenha chegado o Nani, individualmente está menos capaz do que antes. O FC Porto sentirá a perda de Marcano no imediato, mas tem assim porta aberta para o crescimento de Diogo Leite, que me parece ter todas as condições para chegar ao topo. O Sp. Braga perdeu dois médios de imensa qualidade, o André Horta e o Vukcevic, mas a chegada de Palhinha ajudará muito no modelo de jogo do Abel”, considerou ao DN o antigo treinador e analista de futebol no blogue Lateral Esquerdo, Pedro Bouças.
Os clubes da I Liga gastaram 88,18 milhões de euros em reforços e receberam 197,44 com transferências.