Diário de Notícias

Médicos vão pagar curso ficando por mais tempo no SNS

- Artigo de opinião de Maria de Belém Roseira

Marta Temido quer atrair médicos para a exclusivid­ade no público e vai propor que não saiam do Serviço Nacional de Saúde logo a seguir à formação que este lhes garantiu. Nova lei de bases está a levantar polémica por privilegia­r público sobre o privado.

Marta Temido A ministra da Saúde tem apenas dois meses no cargo e já está em várias guerras. É costume numa pasta complicada, mas desta vez a apresentaç­ão da nova Lei de Bases na Saúde veio acrescenta­r uma frente de batalha por postular a primazia do Serviço Nacional de Saúde sobre os privados. Diz-se no preâmbulo da Lei de Bases da Saúde que o cresciment­o do setor privado teve quase sempre efeitos negativos no Serviço Nacional de Saúde (SNS). Que efeitos são e o que é que isso implica que o Estado tenha de fazer?

Não podemos incorrer no erro de assacar aos outros responsabi­lidades pela nossa atuação. Por vezes o setor privado diz: o SNS não pode reclamar do que lhe corre mal por culpa da nossa atuação porque nós estamos a fazer o nosso trabalho. Mas também é certo que todos os profission­ais são formados no SNS. E bem, orgulhamo-nos disso. Mas, depois, não temos forma de os reter. Quer por formas de voluntaria­mente os fixar, seja pela consideraç­ão da hipótese – como existe noutras profissões – de durante um período existir uma permanênci­a. Investimos na formação de um médico durante seis, sete anos e no dia a seguir não o retemos.

Perdem-se para o setor privado, é isso?

Porque não oferecemos carreiras compensado­ras e aliciantes. Estamos a trabalhar nisso.

Isso não é o mercado a funcionar?

Sim, mas é certo que há um conjunto de profissões – e a contrataçã­o individual de trabalho no setor privado tem isso – em que há um pacto de permanênci­a. É um pouco a reedição daquilo que existiu há muitos anos, o serviço médico à periferia. Havia o princípio de que se começa por lugares menos apetecívei­s, para os quais estamos preparados numa determinad­a fase da nossa vida, e que depois aspiramos a melhorar; é natural que esse espírito regresse.

Os médicos vão ser obrigados a ficar no SNS em exclusivid­ade depois de terem tirado a especialid­ade?

Não. Nunca poderíamos pensar numa opção de imposição. Uma opção será a de, após a sua formação, as pessoas ficarem vinculadas durante um período, que nunca poderá ser muito longo, e depois haverá a opção pela dedicação exclusiva, voluntária.

Uma das propostas da lei de bases é limitar a mobilidade entre o público e o privado. Que medidas estão previstas para que isso aconteça?

É uma proposta de lei do governo que está em linha com o seu programa, mas que terá de ser discutida na Assembleia da República e aí aprovada. O que é que se poderia imaginar na regulament­ação? É evidente que um sistema de exclusivid­ade exige compensaçã­o remunerató­ria. As estruturas sindicais da profissão médica têm essa reivindica­ção.

Pode haver questões relacionad­as com a própria necessidad­e de médicos. Se já não chegam, como é que essa mobilidade se vai fazer?

Esse aspeto de que os médicos já não chegam é uma verdade relativa. Temos o número de médicos adequado ao que o país precisaria. O que temos é uma distribuiç­ão geográfica muito assimétric­a e um competidor muito forte que é o setor privado. Ele próprio está a exigir a exclusivid­ade. Nunca se dirá que o SNS precisa de todos os profission­ais que forma e de todos em exclusivid­ade. O que vale a pena dizer é que em algumas áreas onde a cobertura a nível de densidade de médicos já é interessan­te…

Está a falar das grandes cidades, Lisboa e Porto, e do litoral?

Sim. Estou a dizer que em determinad­as especialid­ades já vamos tendo um número de médicos que permitiria essa separação mais profunda de águas. Não quer dizer que se apareça com uma proposta sobre dedicação exclusiva e plena para todos ao mesmo tempo.

Quer dar exemplos de áreas onde vê como aplicável esse princípio?

Eu preferiria, porque é mais percetível, dar áreas onde isso não se vê. Na dermatolog­ia, por exemplo, temos uma grande dificuldad­e. Há défice de profission­ais, de médicos, listas de espera muito preocupant­es. Temos inclusivam­ente dinamizado o telerrastr­eio dermatológ­ico para, com base na saúde digital, potenciar o aproveitam­ento dos nossos recursos humanos. Aí, é uma área em que claramente todos competimos e procuramos reter profission­ais. Oftalmolog­ia também é uma área bastante difícil. As áreas que têm uma privada forte são aquelas em que é difícil o SNS afirmar-se. Daí a ne-

“”Esse aspeto de que os médicos não chegam é uma verdade relativa. O que temos é uma distribuiç­ão geográfica muito assimétric­a, e um competidor forte.”

cessidade da discussão. Se somos os principais formadores – não é o SNS, somos todos nós portuguese­s, com os nossos impostos –, não deveria ser justo que a sociedade recolhesse algum desse benefício? Sem prejuízo de se saber que os médicos quando estão a fazer o seu internato estão também a trabalhar, estão também a contribuir para a sociedade, isso não está em causa.

Admite que essa limitação possa passar além da limitação de saída, pela colocação efetiva de médicos, resolvendo dessa forma a falta de algumas especialid­ades que há no interior do país?

Sim. Acho que é um caminho que temos de pensar em percorrer. Neste momento estamos a preparar um concurso para a colocação de recém-especialis­tas. E, francament­e, uma das frustraçõe­s que partilhamo­s nas nossas conversas com o Ministério das Finanças é como fazer as pessoas irem para os lugares menos apetecívei­s. Faltam pediatras na Estefânia, segundo dizem os próprios – o que tem justificad­o algumas manifestaç­ões públicas nos últimos tempos. Mas também faltam pediatras na Guarda. É neste difícil balancear que nós temos de perceber que, de facto, não desguarnec­endo as grandes cidades onde há serviços de ponta que são o fim de linha, não podemos de todo em todo desguarnec­er o interior. E faz sentido que as pessoas, numa determinad­a fase da sua vida, tenham de estar em sítios que depois poderão ser menos apetecívei­s ou até optar por construir lá a sua vida familiar.

Este assunto só se consegue resolver atirando-lhes euros para cima, pagando mais aos médicos que vão para essas localidade­s, ou obrigando os médicos recém-formados a passar por esses lugares no início da sua carreira?

Penso que a resposta correta é juntar os dois aspetos que referiu com um terceiro, que é o de haver carreiras aliciantes nesses locais. Provavelme­nte, a Guarda, Castelo Branco eVila Real não são sítios desinteres­santes para se viver se nós também apostarmos num desenvolvi­mento do território que seja mais coerente, mais coeso, que não condene quem vai para sítios que estão a 200/300

quilómetro­s de uma grande cidade a uma conceção de vida de isolamento, de falta de acesso a meios culturais…

Esta lei faz um afastament­o dos privados…

Eu gostava de dar uma nota muito prática sobre esse tema. É frequente o ministério e várias estruturas dos serviços de saúde públicos serem confrontad­os com pedidos do setor privado do género: olhe, nós investimos, temos aqui um hospital privado, uma unidade de fisiatria, ou do que quer que seja, e gostaríamo­s que fizesse connosco um contrato. Isto acontece amiúde. A iniciativa privada tem um lugar, mas é um lugar que depende de o Estado necessitar dela. Não é um lugar que existe porque alguém se lembrou de investir na área da saúde e depois o Estado tem uma obrigação e fazer um contrato com essa entidade para lhe garantir viabilidad­e. Porque, infelizmen­te, a maioria dos portuguese­s quando recorre à saúde privada recorre ainda porque o Estado paga. Acho que é muito importante que isto fique percebido: nós temos situações frequentes em que operadores privados investem, instalam-se e depois fazem pedidos de contrataçã­o. Como temos também a situação da ADSE, que é uma entorse no nosso funcioname­nto. Não será corrigida por esta lei, mas tinha até no programa do governo uma orientação para a sua mutualizaç­ão progressiv­a. Não escamoteam­os que todos estes funcioname­ntos paralelos acabam por prejudicar o funcioname­nto do SNS.

Prejudicar como?

Por conflitos de interesses, por pressões, por alguma falta de transparên­cia, porque as pessoas não percebem que quando vão a um laboratóri­o privado é o Estado que paga…

Quanto paga?

13% do orçamento total. 1,22 mil milhões.

Mas podemos ver isso ao contrário, o Estado não tem capacidade de resposta.

Nem sempre. Falemos da área dos laboratóri­os, dos meios complement­ares de diagnóstic­o e terapêutic­a. Hoje, um grande laboratóri­o de um hospital como o de Lisboa Norte, como os Hospitais da Universida­de de Coimbra, como alguns hospitais do Porto, teria capacidade em termos teóricos – e práticos se conseguirm­os avançar nesse caminho, é isso que está no programa do governo e é isso que tem sido feito nestes três anos da legislatur­a –, para responder praticamen­te a todas as necessidad­es dos centros de saúde que estão ali na sua periferia. Por vezes tem-se entendido que isso poderia representa­r uma concorrênc­ia desleal em relação ao setor privado. Ou seja, há quem entenda até que o Estado maximizar os seus meios representa uma concorrênc­ia desleal. E é isso que eu acho que esta lei claramente contraria.

Quanto é que do privado é pago pelo Estado?

Depende de convenção para convenção e de setor para setor.

Para falarmos de um exemplo concreto: o Hospital de Braga. Os resultados em termos de satisfação dos utentes são bons, ao nível da gestão são igualmente dos melhores do país. Não é melhor então deixar aos privados também uma margem de boa gestão e bom atendiment­o, quando o Estado pode não oferecer na área serviços desse mesmo nível de qualidade?

Claro que sim, e foi justamente isso que justificou que no caso do Hospital de Braga a opção fosse pelo lançamento de uma nova parceria público-privada. Só se opta por uma PPP quando se faz uma análise económica que mostra que o comparador público ficaria com um custo de exploração superior ao do privado. Mas esses dados não conseguem captar toda a complexida­de do sistema. Num hospital privado as obrigações das partes ficam completame­nte blindadas, por isso é que é mais barato para o Estado, porque este sabe que vai pagar aquilo e não vai pagar mais, mas o parceiro privado também sabe que vai fazer aquilo e que não vai fazer mais. O que é que aconteceu em Braga? Houve alterações na forma como algumas patologias eram tratadas e o parceiro privado considera que aquilo que acordou não é suficiente para aquilo que tem de fazer. Daí esta reivindica­ção: estamos disponívei­s – diz Braga – para continuar se nos pagarem mais. O que é que tem dito o Ministério da Saúde? Nós não podemos pagar mais porque há um contrato, e os contratos não são alteráveis arbitraria­mente sem nova concorrênc­ia. Esta componente é bastante mais complexa do que é para o Estado em geral, onde nós acomodamos facilmente. Muitas vezes com dívidas que são um reflexo desta realidade, mas o certo é que acomodamos uma nova terapêutic­a, um novo profission­al, uma nova técnica, um conjunto de coisas. Se for para equacionar­mos isso, temos de fazer uma longa discussão, penosa, difícil, com muitos gabinetes de advogados, no sentido de uma alteração do contrato.

Mas não há a ideia de acabar com as PPP a médio/longo prazo?

As PPP existem, estão aí, como falámos no caso de Braga, têm resultados muito interessan­tes. Eu não acredito num mundo a preto e branco.

Esta lei não contém exigências, por exemplo do BE, para o fim das PPP e das taxas moderadora­s. Aliás, os parceiros da coligação parlamenta­r não foram consultado­s na feitura desta lei de bases, porquê?

Esta lei não refletirá o entendimen­to e o desejo de muitas pessoas certamente.

Alguns dos especialis­tas que foram consultado­s também aconselhav­am o fim dessas PPP.

O governo tem obrigação perante os portuguese­s, porque é perante eles que responde em primeira linha, de apresentar uma proposta de lei que entenda que é aquela que melhor serve os portuguese­s, e seja ideologica­mente coerente com aquilo que é o programa de governo, com os seus valores e princípios, mas que não lance um manto de apagamento sobre a realidade. E a realidade é que há vários agentes a participar no setor e as taxas moderadora­s são um instrument­o daquilo que nós designamos o controlo do risco moral, do consumo indevido de um recurso gratuito. As taxas moderadora­s não são um mecanismo de financiame­nto. E a isenção das taxas moderadora­s abrange 60% da população.

“Temos situações em que privados investem, instalam-se e fazem pedidos de contrataçã­o. A própria ADSE é uma entorse no sistema. Todos estes funcioname­ntos acabam por prejudicar o SNS.”

Isso é tudo verdade, mas esta lei de bases precisa de passar no Parlamento… ou seja, precisa de apoios. Aliás, o próprio Presidente da República já defendeu que a lei devia ter um vasto apoio. Está a ser feita alguma tentativa de entendimen­to?

Isso é um trabalho que virá a seguir. Até agora tivemos o trabalho que competia fazer dentro de quatro paredes, tendo consciênci­a do mundo que vai lá fora, ouvindo as pessoas, o que não necessita de ser referido de uma forma muito prolixa, garantindo que as sensibilid­ades de todos – que são conhecidas e que muitas vezes até estão escritas – sejam representa­das.

Pode aproveitar o momento para tentar convencer o PSD da bondade desta lei… porque vai precisar de o fazer a seguir, muito provavelme­nte.

Eu, mais do que os partidos, gostava de convencer os portuguese­s – porque acredito que os portuguese­s influencia­m os partidos – da bondade desta lei. Todos nós já fomos, alguma vez nas nossas vidas, utilizador­es do SNS e, portanto, experiment­ámos aquilo que o SNS tem para oferecer. Às vezes condições de hotelaria, de amenidades e de estacionam­ento que percebemos que não são as ideais, mas qualidade técnica. E a resposta em áreas onde o setor privado não quer entrar. Acredito que deve ser dada aos portuguese­s uma lei de bases que permita ter um cenário de articulaçã­o entre todos os agentes, não desguarnec­endo o Estado daquilo que é a sua função, que são os seus serviços, não ficando o Estado frágil, porque um Estado frágil não serve a ninguém.

Porque é que não convidou Maria de Belém para a apresentaç­ão?

Não é exato que não tenha convidado a Dra. Maria de Belém para a apresentaç­ão. Já tivemos oportunida­de de esclarecer isso pessoalmen­te. Convidei apenas telefonica­mente o meu antecessor, o ministro Adalberto Campos Fernandes. Não temos provavelme­nte a mesma opinião sobre um conjunto de aspetos, o que não prejudica que sobre os princípios estejamos certamente de acordo. Certamente que a Dra. Maria de Belém Roseira está completame­nte de acordo comigo sobre a necessidad­e de termos serviços públicos mais fortes e sobre a necessidad­e que temos de não recorrer ao privado, a não ser que dele tenhamos necessidad­e.

Até quando é sustentáve­l a greve cirúrgica dos enfermeiro­s?

Eu gostaria que esta greve terminasse hoje.

Os portuguese­s também.

A minha obrigação é exatamente para com os portuguese­s que refere e é com eles sobretudo que estou preocupada. Nós falamos às vezes de 5000 cirurgias sem pensar que cada uma delas é um caso, é um português, é uma situação de preocupaçã­o, mas também precisamos de pensar nos portuguese­s naquilo que significar­ia atender a estas reivindica­ções profission­ais, que é outra dimensão da proteção dos portuguese­s que nos cumpre garantir. Continuo a estar firmemente convencida de que a proposta que apresentám­os é uma boa proposta, em que a questão do especialis­ta é acautelada. Preocupa-nos garantir que tenhamos no SNS mais recursos profission­ais de enfermagem com regras de enquadrame­nto profission­al uniformes. É nisso que estamos a trabalhar e que esperamos que os sindicatos – concretame­nte os que estão em greve – compreenda­m e possam voltar à mesa das negociaçõe­s.

Não admite começar desde já as negociaçõe­s apesar deste protesto – eu sei que viola um pouco o princípio do governo em termos de matéria negocial…

Isso nem sequer seria correto para com as estruturas que decidiram dar-nos o benefício de continuar à mesa e a negociar connosco. Isso estaria a privilegia­r, digo eu, o criminoso, o infrator. Mas isso não prejudica, e todos o sabem bem, que não sejam mantidos contactos informais no sentido de nos sentarmos todos. Inclusivam­ente, acho que vale a pena pensar sobre se isto já não é uma questão que ultrapassa as estruturas sindicais e é uma questão que, a nível mais vasto da profissão, não exigirá que nos sentemos – e é isso que estou a equacionar neste momento – todos numa mesa única.

Todos quem?

Enfermeiro­s e ministra da Saúde. Numa mesa única para, não com a lógica da negociação sindical, conversarm­os sobre aquilo que podemos fazer para nos aproximar.

“Esta é uma proposta que não lança um manto de apagamento sobre a realidade. Há vários agentes no setor e as taxas moderadora­s não são mecanismo de financiame­nto.”

Está a falar de uma instrument­alização política?

Não gostaria de pensar que qualquer trabalhado­r, sobretudo um profission­al de saúde que tem responsabi­lidades acrescidas, se deixe instrument­alizar.

Vai ou não haver requisição civil?

É último instrument­o e tem um enquadrame­nto legal específico, implica que os serviços mínimos estejam a ser incumprido­s. Neste momento não temos fundamento para equacionar essa hipótese.

As cirurgias adiadas vão ser feitas no privado?

Já tivemos reuniões com os hospitais afetados pela greve. Pedi-lhes o calendário de reagendame­ntos, do impacto noutros agendament­os, e das formas como precisarem­os de recorrer à produção adicional ou a outros atores.

Já tem uma ideia de quanto é que isto vai custar?

Nós aqui temos um impacto direto da greve e temos um impacto indireto, menos mensurável, daquilo que são as consequênc­ias em saúde desta situação; esse, infelizmen­te, não é calculável. Se optarmos por recorrer ao setor privado, e fá-lo-emos sem qualquer dúvida se isso correspond­er ao melhor interesse dos doentes, estas cirurgias terão de ser pagas ao preço que cada uma tem quando adquiridas ao setor privado, e isso são largos milhares de euros. Mesmo no tempo de resposta no setor público, os reagendame­ntos exigirão meios adicionais porque não temos capacidade de lhes responder nos horários normais.

Quantas cirurgias foram adiadas até agora?

Mais de 5000 cirurgias.

Tem falado muito da articulaçã­o no governo, nomeadamen­te com o Ministério das Finanças – no caso do Ministério da Saúde essa articulaçã­o é fundamenta­l. Ainda é caso para dizer que no governo são todos Centeno, como já foi dito?

Acima de tudo penso que no governo somos todos do governo e estamos todos interessad­os no melhor para os portuguese­s. Somos todos socialista­s, acreditamo­s num projeto político e procuramos ser coerentes na prática com aquilo que ideologica­mente defendemos.

Aceitaria que fosse o ministro das Finanças a ir ao Parlamento explicar os problemas e a política da Saúde como já aconteceu?

Já conversámo­s sobre isso. E temos tido boas conversas sobre as responsabi­lidades últimas de cada ministério, mas compreende­mos que a governação tem muito de intersetor­ial. Leia-se por exemplo a questão do cuidador informal, que é uma questão muito mais do Ministério do Trabalho, da Solidaried­ade e da Segurança Social.

É por achar que a área do cuidador informal tem muito que ver com a área da Segurança Social que ela não é contemplad­a nesta nova lei de bases?

Não é contemplad­a com uma base autónoma, com o estatuto do cuidador informal, mas é contemplad­a numa referência, exatamente porque entendemos que uma omissão a essa responsabi­lidade não seria adequada.

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