Coletes laranja: da pandemia que não existe ao regresso da lira
Inspirado nos coletes amarelos franceses, o ex-general dos carabinieri Antonio Pappalardo, que não é desconhecido dos italianos, lançou o novo movimento com protestos em várias cidades.
Um belo dia estava Santo António a pensar: “Como é que vou dispensar o tesoureiro-mor do convento, sem alarde, e quem hei de arranjar para o substituir?” Santo António tolerava a aura que o frade Mário tinha entre os pares, dentro e fora do convento, pela sua habilidade nas contas, mas, nas últimas semanas, Mário tinha dado a António respostas pouco católicas a propósito da caixa onde se tem depositado tantas esmolas.
António reparou que Mário insistia em passear na Baixa, de olhos postos na ordem que gere todas as moedas do reino. Para mais, neste ano de peste, Santo António pediu ajuda a um novo frade (igualmente António), nas orações pela saúde do reino. Desagradado com a chegada de frades que mal conhece, o frade Mário pediu para se encontrar com António no convento de São Bento. “Ó meu querido Santo António, eu quero mesmo mudar para a outra ordem onde há mais moedas do que neste convento que vai ficando cada vez mais depauperado. Depois de tantas contenções, já não consigo ajudar-te a fazer mais milagres! E mais te conto: noutro convento aqui vizinho, estão a querer mudar as regras para impedir a minha transferência, mas tens de apressar-te, pois já estou farto de inventar quadras novas para os teus manjericos.”
Enquanto dava milho aos pombos, António prometeu a Mário resolver o seu problema enquanto o diabo esfrega um olho. E assim foi até Belém, para onde o cardeal Marcelo transferiu a Sé por causa da peste. Não havia tempo a perder. Estava em causa o tesouro e os dias estavam incertos. Apressado, Santo António anunciou: “Será um Leão a guardar a entrada, enquanto deixamos sair o Mário, porque o homem já só faz contas a pensar na outra ordem lá na Baixa e pouca serventia tem agora no meu convento.”
Sempre atento aos milagres de António, o cardeal abençoou a decisão:
“Bem, que seja! Virão o Mário e o Leão já nesta segunda-feira, mas será uma cerimónia muito simples, porque temos de nos proteger da peste. Eu não quero aqui muita gente. Antes, vou receber o enviado do Papa, no Dia de Portugal, e despachamos isso logo a seguir às festas populares... aliás, só não estou a ver que milagre vai você inventar neste ano para conter o povo em casa.”
Santo António ia balbuciar umas palavras, quando o cardeal avisou: “Veja lá é se não há mais surpresas, pois já me bastou aquela lá para terras de Palmela, quando você quis distrair as atenções do povo por causa dos seus arrufos com o frade Mário.”
António sabia bem das preocupações do cardeal sobre os dias que hão de vir após a peste... e ripostou: “Será preciso arrecadar mais moedas e fazer mais uns milagres, mas o dinheiro terá de ser bem gasto, pois o povo ainda se lembra do tempo de outros padres que nem sempre foram prudentes. Agora, se a fome apertar, o vinho escassear ou a peste não passar, não basta orar com maior fervor, mesmo que ainda vá contando com o apoio do cónego Rui.”
António olhava o Tejo sempre sorrindo e pensando no ano que vem, quando receber toda a irmandade europeia que, em Lisboa, se reunirá em oração: “Sua Eminência esteja descansada, pois conto com sábios conselhos... e agora tenho também um frade Silva para ajudar o meu bom amigo Vieira.”
De passo largo, andando pelos Jardins de Belém, ali perto da ermida dos Jerónimos, o cardeal despede-se com uma quadra a Santo António: “Dos Silvas não te queixes Agora traz de lá o Leão De animais, antes os peixes E de outro Vieira, prefiro o sermão.” (Nesta crónica, inspirada em Fernão Lopes, qualquer semelhança entre a ficção e a realidade desta semana é pura coincidência.)
Em 2017 fiz uma experiência: fui a uma escola secundária, o Liceu Camões, em Lisboa, para perceber como alunos do 12.º ano da disciplina de História viam a época imperial e colonial. Parte dos estudantes, quando questionados sobre a data da abolição da escravatura, responderam 1761, alguns acrescentando “fomos os primeiros a abolir”. A professora ficou surpreendida: “É espantoso como o mito se impõe. Eles aderiram à versão mitificada da história. Sou professora deles, não insisti muito na data de 1761, só falei do marquês de Pombal... Estou surpreendida.”
Mas não, não é surpreendente. Como o não é que a maioria daqueles jovens não soubesse, mesmo quando esclarecidos sobre a data “certa” da abolição da escravatura em todo o território português – 1869; em 1761, o então primeiro-ministro, marquês de Pombal, decretara apenas a abolição no território continental, e nem aí totalmente –, o que sucedeu a seguir aos até aí escravos. Estranho mesmo foi que pelo menos um dos estudantes respondesse que na verdade nada mudou: a seguir veio o trabalho forçado, alicerçado num Estatuto do Indígena que criminalizava os assim definidos – esmagadora maioria dos negros que viviam nas colónias africanas – caso recusassem trabalhar. Na prática prolongou-se assim a escravatura, e em termos muito mais económicos para os que queriam usar esse trabalho, já que não tinham de comprar negros mas apenas de os requisitar e alimentar (tendendo a fazê-lo tão mal que a lei teve de estabelecer mínimos, mesmo assim não impedindo mortes por escorbuto e inanição que alguns jornais contemporâneos, como o moçambicano O Brado Africano, corajosamente denunciavam) e pagar um estipêndio que muitas vezes era “retido” durante anos para ser entregue no final, caso o trabalhador sobrevivesse.
Este estatuto de menoridade, subjugação e exploração dos negros, tratados como bestas de carga infra-humanas, permaneceu, com alterações legais que nada mudavam verdadeiramente, apesar da pressão internacional crescente, até 1961.
Isto é incontroversamente verdade, existindo ampla historiografia sobre o trabalho forçado, inclusive a partir de descrições “oficiais” (num livro publicado em 2018, Portugal e a Questão do Trabalho Forçado, o historiador José Pedro Monteiro descreve, a partir dos relatórios da administração colonial portuguesa, a realidade encontrada pelos seus inspetores no terreno). O que não há é rasto disso nos programas de História do ensino secundário e muito menos nos manuais – e portanto no imaginário coletivo dos portugueses.
A professora da turma entrevistada em 2017, Cecília Cunha, confirma: “Fala-se da escravatura e do racismo em relação ao século XIX, e mesmo aí a tónica vai mais para as aquisições humanitárias, com Portugal a surgir como exceção no sentido das leis. A questão do trabalho forçado não é muito falada, nem a do Estatuto do Indígena. E de facto o conceito de racismo associado ao colonialismo do século XX não está lá em lado nenhum. É verdade que há uma questão prática: o programa é muito grande e não há tempo para tudo, mas a ideia que resulta pode ser a de Portugal como entidade integradora, de um colonialismo suave. É quase um branqueamento.”
Este programa de História de que fala a professora é o mesmo desde 2002 – tem 18 anos. E os manuais parecem ter muito mais, como o trabalho das investigadoras Marta Araújo e Sílvia Maeso comprova e um folhear rápido certifica: para quem como eu fez parte do percurso escolar ainda no Estado Novo (ou seja, antes do 25 de Abril), há um perturbador sentimento de déjà vu em frases como esta que encontrei num manual do 6.º ano: “Os Portugueses traziam de África ouro, escravos, marfim e malaguetas – produtos de grande valor.”
Pessoas referidas como “produtos”, em pé de igualdade com malaguetas, num livro para crianças de 11 anos? Como perceber que apesar de todos os discursos legais e políticos antidiscriminação permaneça na escola, que é o lugar por excelência para esse combate, uma forma de referir povos subjugados que se utilizada num qualquer discurso público seria considerada inaceitável? Como perceber que os programas do secundário se debrucem sobre racismo a propósito da Alemanha nazi e do holocausto do judeus, assim como da luta pelos direitos civis dos negros americanos, enquanto obliteram o facto de Portugal ter mantido o estatuto de menoridade legal e o trabalho forçado dos negros nas colónias africanas até aos anos 1960? Como sequer enquadrar a Guerra Colonial sem essa informação?
E como não suspirar de exasperação quando, perante este panorama, ouvimos sistematicamente, a propósito de qualquer tentativa de discutir esses assuntos “tabu”, que se está a tentar “reescrever a história”?
Evidentemente que não existe a história “pura”, “natural”, “indiscutível”; toda a história é perspetiva, olhar sobre e reescrita, porque implica descrição, interpretação, contextualização. Mas é um bocadinho demais acusar-se de “tentar reescrever” quem se limita a chamar a atenção para tudo o que foi rasurado, ou de “querer olhar para a história com o olhos de hoje” quem, precisamente, recusa a edulcoração do passado e/ou a permanência de discursos discriminatórios que, esses sim, constituem aparatosa falsificação.
Incompreensível pois que se queira chamar “reescrever a história” à discussão que decorre nos EUA – finalmente – sobre a permanência de homenagens aos “heróis confederados”, ou seja esclavagistas, quer sob a forma de estátuas quer de toponímia (inclusive de escolas e bases militares), e sobre o banir da bandeira confederada, que incrivelmente ainda era hasteada em alguns estados. Reescrever a história, como assim? Respeitar a história implicará homenagear os que se rebelaram contra a federação americana, num ato de secessão, ou seja de traição, em defesa da escravatura? São heróis de quem, exatamente? Quem se choca com estátuas suas serem derrubadas sabe sequer quando foram erguidas e porquê?
Essa ideia de que estátuas são “história” e uma vez erguidas não podem ser derrubadas também se aplicará a Hitler, Estaline, Lenine, Saddam, Salazar, Franco? Ou só àquelas figuras em relação às quais temos pouca informação ou cujos crimes consideramos de somenos, porque nos habituámos a desconsiderá-los ou simplesmente nem os conhecemos nem queremos conhecer?
Um bom exemplo da complexidade desta discussão é Jesus Cristo. Encaremo-lo como figura histórica: de que cor era a pele? Como era o seu cabelo? Porque é que, apesar de ter nascido no Médio Oriente, na mesma zona que Maomé e vários outros profetas do islamismo, o vemos quase invariavelmente de pele branca e até de cabelo louro e olhos azuis? Não é essa uma forma óbvia de falseamento e “reescrita” históricos, “raptando” o profeta maior do cristianismo para a “branquitude”, num ato de poder simbólico que recusa a possibilidade de render vassalagem a um “escuro”?
Deveriam por esse facto ser destruídas todas as representações desse Cristo? Evidentemente que não, mas não deixam de ser o que são: uma apropriação discriminatória que afirma o poder do mais forte na representação mesma da imagem de alguém que pregou a igualdade, o amor incondicional e o sacrifício pelo outro.
Termo-nos habituado de tal modo à imagem de Cristo como hippie louro que nem nos damos conta do disparate insultuoso que ela contém é a melhor das metáforas desta cegueira que muitos querem congénita. A mesma que permite a tanta gente olhar para a estátua de Padre António Vieira erguida em 2017 e não perceber que celebrá-lo de cruz ao alto, missionário dos “indiozinhos” representados como crianças genéricas, nuas, à volta do pai/protetor europeu, não faz justiça nem a ele nem a nós nem à verdade; é um vandalismo ético e estético que não se pode aceitar.
Mas, como a imagem dominante de Cristo, tem uma virtualidade positiva: demonstrar como a reescrita e o falseamento históricos e o discurso imperial de subjugação dos “primitivos descobertos” continuam a ser naturalizados como “verdade das coisas” e até como “bem” em plena segunda década do século XXI. Pichar a estátua de Padre António Vieira é estúpido, claro, e não é o caminho – se a ideia de quem pichou era insurgir-se contra aquela representação. Mas não mais estúpido que ter autorizado aquele ato de propaganda insultuosa no centro da cidade.
Apandemia? Não existe”, disse numa manifestação em Bari o antigo general dos carabinieri Antonio Pappalardo, líder do movimento dos coletes laranja em Itália. “O coronavírus não é letal, só mata aqueles que já estão doentes e têm mais de 80 anos. Já chega de mentiras e falsidades”, defendeu, acusando o Governo de Giuseppe Conte de “amedrontar” o povo italiano com a sua “ditadura sanitária”. Dias depois, reuniu um milhar de apoiantes na maior praça de Roma, com apelos à demissão do primeiro-ministro. E ainda pediu a saída do país da União Europeia e o regresso à lira. Esta é a mais recente batalha do homem que disse um dia ter conhecido um extraterrestre que lhe mostrou como salvar o planeta Terra.
Pappalardo, de 73 anos, não é um desconhecido em Itália, como eram aqueles que deram voz ao movimento dos coletes amarelos em França que lhe servem de inspiração. Em finais de 2018, os franceses saíram às ruas contra o aumento dos impostos sobre os combustíveis, mas continuaram a manifestar-se contra a política do presidente em geral. Diante dos protestos cada vez mais extremos, com cenas de violência campal nos Campos Elísios, Paris, Emmanuel Macron seria obrigado a fazer cedências políticas.
O “general”, como Pappalardo é conhecido, fundou os Gilet Arancioni (ou coletes laranja) ainda no ano passado, depois de conhecer o general francês Didier Tauzin, que chegou a ser candidato presidencial e apoiou os coletes amarelos. Mas as reivindicações de uns e outros são diferentes – ou pelo menos o coronavírus a isso obriga. Pappardalo é descrito pela imprensa italiana como “libertário de direita”, doutrina dos que veem o Estado como a principal ameaça às liberdades individuais, ou “turbopopulista”. A expressão foi cunhada pelo historiador Marco Revelli para designar um populismo sem povo, a revolta dos que estão à margem, fartos de pagar pelo bem-estar dos que estão no centro, e que são bombardeados pela incitação ao ódio de elites negativas que perseguem o seu próprio projeto de poder e riqueza.
Contra as vacinas e o 5G
De acordo com o La Repubblica, na manifestação de Roma – que decorreu no Dia da República, 2 de junho – participaram pessoas que estão descontentes com a resposta do Governo à pandemia, muitos das quais por terem perdido o emprego, mas também militantes da extrema-direita e eurocéticos, passando pelos antivacinas. “O coronavírus é só um projeto político, económico e social para vender a Itália à China. Querem impor-nos uma vacina primeiro, para nos obrigarem a assinar depois”, indicaram alguns, enquanto outros gritavam que o “5G mata”.
O que os une é o descontentamento e um sentimento de raiva, assim como a figura do “general”, que numa entrevista ao Corriere della Sera comparou o coronavírus a uma gripe. “É evidente que o problema do nosso planeta não é esta espécie estúpida de gripe chamada coronavírus, utilizada pelas grandes potências para nos submeter. São as radiações eletromagnéticas, há demasiados radares, demasiadas antenas”, afirmou.
O coronavírus é o tema que, em plena pandemia, chama mais a atenção. No protesto em Roma, Pappalardo citou o diretor da unidade de cuidados intensivos do Hospital de San Raffaele, em Milão, e médico pessoal do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que alegou que “o vírus já não existe clinicamente”. Alberto Zangrillo falou de um estudo que diz que o vírus está a perder potência, com as amostras que são atualmente recolhidas dos pacientes a mostrar uma carga viral muito inferior à que existia há uns meses.
Declarações que geraram polémica em Itália, onde já foram confirmados mais de 236 mil casos de coronavírus e mais de 34 mil mortos. “Agora até os virologistas dizem que este vírus é um disparate”, disse Pappalardo, pondo em causa a obrigatoriedade de usar máscara – “não posso olhar para a cara de uma mulher sem saber se ela é bonita ou feia”, terá dito, segundo o site Politico. Precisamente por não usar máscara, e por não terem sido garantidas as distâncias de segurança entre manifestantes, foi multado pelas autoridades.
Dos carabinieri à política
Nascido em Palermo a 25 de junho de 1946, Pappalardo frequentou a Academia Militar de Modena e a escola dos carabinieri em Roma
O que une os manifestantes, desde os eurocéticos aos antivacinas, é o descontentamento e a figura do “general”.
(o pai tinha sido também um membro desta polícia militar). Subiria nas fileiras até ao grau de general de brigada em 2006, na véspera de sair do ativo por limite de idade, tendo presidido o Conselho Central de Representação Militar e o sindicato das Forças Armadas.
Em 1992 foi eleito deputado por Roma (como independente nas listas do Partido Socialista Democrático Italiano, entretanto desaparecido)e chegou a ser durante algumas semanas subsecretário das Finanças do Governo de Carlo Azeglio Ciampi, em 1993. Teve de abandonar o cargo por ter sido condenado por difamação contra o comandante-geral dos carabinieri (seria mais tarde ilibado). Em 1994, tentou ser eleito eurodeputado, também não conseguiu voltar à política
Pappalardo é também compositor e tem, entre as suas obras, uma dedicada a Madre Teresa de Calcutá.
como senador, presidente da Câmara de Palermo ou líder da região de Úmbria (obteve pouco mais de 500 votos em outubro, já à frente dos coletes laranja).
Em 2016, esteve entre os que lançaram o Movimento de Libertação de Itália, de extrema-direita, que entre outras coisas quer “prender o presidente da República em nome do povo italiano”. Este tem ligação ao “movimento das forquilhas”, com protestos que remontam a 2013 (mais parecidos com os coletes amarelos, porque também incluíam bloqueios de estradas) e que defendiam a dissolução do Parlamento e a devolução do poder ao povo. Agora, além do presidente Sergio Mattarella, o seu alvo é Conte, cujo Governo quer ver cair. Em seu lugar, defende
a eleição de uma Assembleia Constituinte, que seria depois responsável por aprovar uma nova lei eleitoral.
Reação política à direita
Os partidos políticos à direita estão a reagir com cautela aos coletes laranja. Horas antes da manifestação em Roma, a Liga de Matteo Salvini e os Irmãos de Itália, de Giorgia Meloni, tinham protestado na mesma praça, também contra o Governo de Conte. O ex-ministro do Interior condenou os insultos proferidos pelos apoiantes de Pappalardo contra o presidente Sergio Mattarella, dizendo que as pessoas deviam “ter vergonha”, mas não falou contra o próprio movimento. Por seu lado, Meloni deixou claro que o seu partido não tem nada a ver com os coletes laranja, mas ao jornal La Repubblica explicou perceber “a forte inquietação do povo”.
Já Luca Zaia, presidente da região de Veneto e também da Liga, tinha dito à RAI3 que apesar de ser “pela liberdade de pensamento”, há limites que não se podem ultrapassar, comparando a negação da existência da pandemia de coronavírus ao crime de negação da existência de campos de concentração nazis. Apesar de continuar à frente nas sondagens, a Liga está em queda acentuada desde novembro de 2019, tendo perdido desde então cerca de cinco pontos nas intenções de voto.
Do extraterrestre às obras de música
Há dois anos, num vídeo publicado na sua página de Facebook, Pappalardo explicou como em 2000 foi visitado por um extraterrestre numa noite escura quando saiu de uma das suas casas com a mulher (que no dia seguinte não se lembrava de nada). O visitante, do planeta Ummo (a 13,5 anos-luz da Terra), deixou-lhe um manuscrito com as indicações do que deve ser feito para salvar a humanidade que ele depois editou e publicou em 2010 com o título L’Utopia dell’Ummita (A Utopia do Umita, numa tradução livre).
Não é o seu único livro nem a sua única incursão na cultura, sendo também compositor. As suas obras – que incluem uma missa cantada dedicada às forças de paz em todo o mundo e uma homenagem a Madre Teresa de Calcutá – já foram apresentadas no Teatro da Ópera e no Teatro do Coliseu, em Roma. Na entrevista ao Corriere della Sera disse que era um dos melhores músicos do mundo.