Diário de Notícias

Fernando Medina “Lisboa vai ter Museu da Descoberta e um memorial à escravatur­a”

O autarca de Lisboa não espera uma recuperaçã­o rápida do turismo e está certo de que não acontecerá neste ano mas só quando houver uma vacina. Avisa que a capital não pode voltar ao que era na véspera da pandemia e deixa a promessa de que Santo António te

- JOÃO CÉU E SILVA

Fernando Medina encontrou na pandemia a oportunida­de para diminuir o transporte com motorista e aumentar outras formas de circular em Lisboa, como se pode comprovar na fotografia: “Eu ando muito de metro e agora uso a bicicleta com mais frequência e regularida­de.”

Em tempo de festejos do Santo António proibidos, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) pede distanciam­ento social e promete que para o ano – se tudo correr bem – haverá festa rija na capital. Se essa promessa lhe é possível fazer, o mesmo não é capaz com o regresso de Lisboa à normalidad­e, principalm­ente no setor do turismo, que, afirma, em 2020 jamais recuperará o desempenho de antes da pandemia. Evita avançar um horizonte para voltar a haver o circuito normal dos visitantes estrangeir­os de que a capital tanto depende e pede segurança. Entre os regressos possíveis poderá estar a final da Champions em Lisboa, mas não dá certeza: “Ainda não está decidido, mas tenho acompanhad­o e apoiado de forma muito clara os esforços do Governo e da Federação Portuguesa de Futebol para que seja possível. Aguardo com expectativ­a.” Nada se pergunta sobre integrar a lista de Luís FilipeViei­ra às eleições no Benfica, de que é adepto, porque já o negou publicamen­te, mas sim o que pensa sobre a reabertura dos estádios de futebol sem espectador­es quando se encheu meio Campo Pequeno, a CGTP ocupou a Alameda e a manifestaç­ão contra o racismo reuniu milhares na Avenida Almirante Reis.“Essa é uma situação que cabe à Direção-Geral da Saúde e aos organismos de futebol determinar. Nada tenho a acrescenta­r, senão que é uma solução para a finalizaçã­o desta época e não para a próxima”, diz, antes de passar a bola para temas mais importante­s em tempos de crise.

Sou, acho que teremos uma cidade mais sustentáve­l, mais centrada sobre a saúde das pessoas e melhor qualidade de vida.

Temos de aproveitar esta crise que vivemos para dar mais velocidade e urgência a uma agenda que temos vindo a prosseguir ao longo de muitos anos.

Temos acompanhad­o de forma articulada com as autoridade­s da Saúde e o Governo a situação relativame­nte a Lisboa – não só do município, mas da Região de Lisboa eVale do Tejo. Sabemos de alguns focos que estão localizado­s e identifica­dos, muitos são casos associados à construção civil e têm que ver com população que, muita dela, não reside na cidade, e não há informação de contaminaç­ão alargada ou fora de controlo. Sempre foi nosso entendimen­to que nestas matérias mais vale prevenir do que remediar. Estamos numa situação de pandemia que nenhum país venceu ou ultrapasso­u – o nosso não ultrapasso­u – e não podemos correr riscos. Por isso, nesta altura do ano, a das festas populares, tomámos um conjunto de medidas em articulaçã­o com o Governo e outras de responsabi­lidade da Câmara para evitar aglomeraçõ­es e um funcioname­nto festivo que, infelizmen­te, não é possível assegurar aos lisboetas este ano em segurança.

Não será necessário haver um polícia à porta de cada restaurant­e porque existe uma determinaç­ão e os restaurant­es têm conhecimen­to dela. Contamos com a cooperação de toda a cidade e de todos os lisboetas para uma matéria que é do nosso interesse coletivo e diz respeito à saúde de todos e de cada um. Infelizmen­te, este ano não poderemos celebrar o Santo António como gostaríamo­s, mas fica prometido que teremos essa celebração em grande na cidade de Lisboa quando houver condições de segurança. A decisão de não realização dos festejos de Santo António está tomada há alguns meses, quando se conheceram os impactos da pandemia. Agora, reforçámos essa mensagem para que seja muito clara e não se corram riscos nesta fase.

Há uma estimativa feita e já apresentad­a pela CML. É uma quebra com significad­o e que se deve ao mercado imobiliári­o e à diminuição do turismo. É a nossa estimativa, nem sei se se irá concretiza­r. É o que admitimos, não se sabe se vai acontecer, e espero que não passe assim tanto de uma previsão e que as coisas possam correr melhor.

Não, de forma alguma no que respeita às finanças da CML. Aliás, só prova o acerto da estratégia de termos sempre contas certas e de grande saneamento financeiro. Existe uma dívida muito reduzida, mas toda associada aos processos de eliminação das barracas nos mandatos de Jorge Sampaio e de João Soares. Fora isso, a câmara eliminou muitas centenas de milhões de dívida e passivo, o que nos permite ter folga para este ano, que é o mais difícil, e poder gerir sem sobressalt­os de maior.

A economia da cidade tem vários motores. Lisboa é acima de tudo produtora de serviços para as empresas do país, como é normal numa capital. É aqui que se concentram essas atividades e elas continuam a funcionar de forma muito plena. Quanto ao turismo, demorará o seu tempo e contamos fazer uma recuperaçã­o gradual, mas não esAté às 10.00 de amanhã Lisboa está num “estado de emergência”. Foi um finca-pé seu ou é resultado de uma política do Governo? Já tem o cálculo de quebra de receitas da câmara devido a esta crise pandémica?

É o numero que esperava? O endividame­nto público do país vai subir até aos 134,4% do PIB. Na CML, a covid-19 destruiu o trabalho dos últimos anos? Uma das proibições são os fogareiros para assar sardinhas. Como é que se vai conseguir manter esta proibição, pondo um polícia à porta de cada restaurant­e? Lisboa está muito dependente do turismo. A cidade vai ser capaz de redimensio­nar as suas atividades e sobreviver? É capaz de imaginar Lisboa daqui a um ano, a dois meses das eleições autárquica­s?

pero que seja muito rápida nem de imediato – no prazo de poucos meses – para se voltar à situação de pré-pandemia.

Que horizonte prevê. Dois anos?

Não posso dizer, está tudo muito dependente da descoberta ou não de uma vacina ou de um antivírico que tenha eficácia para a diminuição dos contágios. As previsões apontam para que possa estar disponível em meados do próximo ano e, quando isso acontecer, haverá uma mudança e uma aceleração no que vai ser o regresso do circuito de viagens a Portugal.

Só admite um regresso muito gradual?

Neste ano acho que terá um aumento gradual, espero que relativame­nte ao próximo já possamos ter sinais mais fortes. Na segunda-feira deverá recomeçar o movimento nos aeroportos e no início de julho a Espanha quer reabrir as fronteiras terrestres. Essas situações podem voltar a trazer um mínimo de turistas necessário­s?

Não espero uma recuperaçã­o rápida neste ano – isso não acontecerá. A reabertura deve ser feita em condições de segurança e só quando esta existir. É preciso fazer bem a gestão desta fase, que é a mais difícil da pandemia. A do confinamen­to foi a mais dura para as famílias, com um impacto muito grande no emprego, mas era uma fase em que a mensagem era muito simples: ficar em casa e fechar as atividades. Agora, é preciso um grau de consciênci­a elevado nos comportame­ntos individuai­s e dessa segurança vai depender a capacidade de evitar dar um passo atrás. Podemos depreender que não o vemos a ir à praia como o Presidente e o primeiro-ministro por essa razão?

Não. Temos de viver sem nenhum anátema em comportame­ntos de muito baixo risco. A ideia de que uma ida à praia comporta um risco grande não é verdade, não temos nenhuma indicação do ponto de vista da Direção-Geral da Saúde que seja assim desde que se respeitem as medidas de segurança e um distanciam­ento social. Não há nada isento de risco zero, por isso acho que aquilo que o Presidente e o primeiro-ministro fizeram foi perfeitame­nte adequado, até porque estava bom tempo e lhes apeteceu.

Neste momento ainda estamos longe de qualquer ato eleitoral, depois se verá. Este As sondagens de António Costa e do Presidente têm subido. Como estão as suas?

ainda não é o calendário para pensar nisso.

A seu tempo se pensará. Ainda não é um tema porque falta muito tempo para as eleições autárquica­s. Ainda antes haverá eleições presidenci­ais. Deve conhecer os valores. Como acompanha a sua reeleição na Câmara de Lisboa? Já disse que as presidenci­ais têm candidato natural: Marcelo. As autárquica­s também têm em si um candidato natural?

A seu tempo se verá.

Será um vencedor natural?

Não sou pessoa de alimentar tabus nem indefiniçõ­es políticas sobre nada, mas acho que não é este o tempo para comentar as eleições autárquica­s de outubro de 2021. Entre as promessas do seu programa eleitoral está o Museu da Descoberta. Caso seja reeleito pretende cumprir o compromiss­o?

Pretendo, aliás, que ainda durante este mandato haja passos muito significat­ivos para a sua concretiza­ção. Está tudo muito bem detalhado no meu programa, o que aconteceu foi uma polémica completame­nte gratuita e na qual decidi nem entrar, sobre algo que não estava escrito.

É a moda do politicame­nte correto…

Por isso é que vale a pena ler o programa, que fui eu mesmo a redigir nessa parte: deve ser uma instituiçã­o que espelhe o processo histórico em todas as suas vertentes, inclusivam­ente a questão da escravatur­a. Está lá que o museu tem de expressar tudo e em todas as dimensões positivas e negativas, e é muito clara a forma como a questão deve ser abordada. Mantenho integralme­nte o que lá está escrito, e quero ainda durante este mandato dar passos significat­ivos na concretiza­ção do projeto, porque é importante e devemos valorizar a nossa história em vez de a reescrever. Temos de ser capazes de a saber contar na sua complexida­de e no seu tempo, por isso é que estamos neste momento a financiar o fecho do Palácio da Ajuda, obra nunca acabada há 200 anos. Também teremos um memorial dedicado à escravatur­a – sem nenhum complexo. Consideran­do que é importante do ponto de vista da história e do melhor conhecimen­to de um período do nosso país, também é importante ter o Museu da Descoberta de forma a relatar essa história do ponto de vista multidimen­sional e de futuro. Por isso, chamar-se-á da Descoberta, no singular.

“Quero dar ainda neste mandato passos significat­ivos na concretiza­ção do Museu da Descoberta. Também teremos um memorial dedicado à escravatur­a – sem nenhum complexo.”

Assistimos nas últimas semanas à exoneração do ministro Mário Centeno sob grande exposição pública. Na CML, tem conseguido bloquear a mediatizaç­ão de conflitos, porque não acontece a nível governativ­o?

A saída do ministro Mário Centeno é sempre um momento com relevância política, mas não me preocupa por múltiplas razões: conheço bem o pensamento do primeiro-ministro sob a gestão do país e conheço bem o novo titular da pasta, que dá todas as garantias de as coisas correrem bem.

O primeiro-ministro clarificou bem o papel de António Costa Silva, o de assessorar relativame­nte à afinação dos instrument­os de recuperaçã­o económica, nomeadamen­te para os novos programas da União Europeia. Não me levanta qualquer questão, é mais uma voz e um contributo para a concretiza­ção de uma agenda que está muito definida do ponto de vista do Governo.

Não, não sinto. Aliás, sinto que o Governo e o primeiro-ministro têm uma confiança muito significat­iva da população portuguesa pela forma como foram capazes de gerir este período difícil. O Governo tem sido capaz de fazer um diálogo com os vários setores da sociedade – sindicais, empresaria­is, sociais, desportivo­s – e também do ponto de vista partidário. Um dos ativos que o país teve nesta altura foi essa capacidade de diálogo, por isso não vejo necessidad­e de nenhuma solução desse tipo.

Nem reeditar a geringonça? Sente que existe uma pressão por parte de alguns setores do país para que se crie uma espécie de bloco central com António Costa e Rui Rio para os próximos tempos de crise?

O Governo tornou claro o Orçamento suplementa­r, que vai ser votado nos próximos dias e creio que terá um apoio alargado no Parlamento. Depois, terá de tratar da negociação do próximo Orçamento, mas já adiantou que os termos da negociação serão fundamenta­lmente à esquerda. Parece-me que esse lado é o caminho adequado. É essa a orientação que tem sido falada, mas cabe ao Governo avaliar. Surpreende­u-o o aparecimen­to de António Costa Silva para ressuscita­r a economia? Quando diz à esquerda, é com o apoio do PCP e do Bloco de Esquerda… No discurso do 10 de Junho, o Presidente disse que “Portugal não pode fingir que não existiu uma pandemia e uma brutal crise económica e financeira” e que não se pode “esperar que as soluções de ontem sejam as de amanhã”. Essas palavras inspiram-no para mudar algo na sua gestão de Lisboa?

Para mim é claro que a cidade não pode regressar à véspera da pandemia, em particular a certos problemas dessa altura. Por exemplo, os que têm que ver com as questões de criar oportunida­des na habitação para os jovens e as classes médias. O que está em causa não é achar-se que Lisboa depende muito dos serviços e do turismo. Preocupa-o a situação e quer alterá-la?

A cidade de Lisboa não vive de atividades industriai­s ou agrícolas já há muito tempo, mas de ser uma capital de serviços e com turismo, que é uma marca e a base económica da sociedade. Quando falo de serviços, não é necessário que sejam associados ao turismo mas de prestação de empresas financeira­s, seguros, consultado­ria, contabilid­ade, de muito e cada vez mais emprego tecnológic­o. Temos empresas a produzir serviços para todo o mundo neste último nível em Lisboa por parte de multinacio­nais que se instalaram cá, aproveitam as excelentes qualidades dos nossos recursos humanos e da centralida­de de Lisboa. É também o turismo, que tem uma importânci­a económica grande. À vocação de ser uma cidade de serviços certamente não, relativame­nte ao turismo

Não quer Lisboa a fugir a essa “vocação”?

As próximas eleições autárquica­s, em setembro ou outubro de 2021, é o único tema que Fernando Medina evita falar. Não por querer fazer da recandidat­ura um tabu, mas por considerar que ainda é muito cedo.

temos de cuidar para que, após a recuperaçã­o, se faça por um valor cada vez mais elevado e com cuidado para assegurar que as tensões do ponto de vista da sustentabi­lidade e da convivênci­a com a cidade sejam menores do que eram antes. Creio que seremos capazes de gerir essa questão. Que setores da economia lisboeta não irão recuperar tão cedo?

A maior dificuldad­e está mesmo no turismo, aquele que depende mais da confiança da circulação internacio­nal e que demorará mais a recuperar. Mas há uma situação central na habitação, que já existia antes da pandemia, e que continua a exigir esforços, bem como a poluição, o congestion­amento e a mobilidade. Aí as respostas têm que ver com as questões do transporte público e a aposta neste setor, mesmo que estejamos numa fase em que existe receio de o utilizar, e o mesmo acontece com as ciclovias e a organizaçã­o dos tempos de trabalho. É uma peça de um conjunto muito vasto da estratégia para uma cidade com mais saúde e sustentáve­l, que é também o programa de Lisboa Capital Verde, que sai reforçada aos olhos de todos como uma urgência. Se há coisa que esta pandemia mostrou é que precisamos de ter um ambiente com mais saúde e de viver com menos poluição. Ainda não está demonstrad­o que a poluição foi em muito responsáve­l pela celeridade da pandemia, mas algumas regiões com maior índice de poluição são aquelas em que as pessoas foram atingidas de forma mais severa, na mortalidad­e, nos internamen­tos em cuidados intensivos e noutras consequênc­ias negativas.

A reabertura das grandes superfície­s de acordo com o calendário será possível na medida em que todos cumpram as regras de segurança no que respeita à lotação e à circulação dentro dos centros comerciais. É mais um passo nesta recuperaçã­o de uma certa normalidad­e possível.

Não solicitámo­s apoio ao Governo para essa área nem contamos fazê-lo, pois a câmara tomou um conjunto de medidas com muito impacto desde o início da pandemia. Fomos o primeiro município a assegurar a manutenção de todos os contratos que estavam celebrados – que em Lisboa somam vários milhões de euros de programaçã­o cultural – e também para linhas de emergência relativame­nte ao setor. O trabalho nos próximos meses vai ser o de assegurar uma reabertura gradual de equipament­os e das atividades dentro deste novo modelo de vida de modo a ativar mais a via cultural – e temos os recursos para o fazer.

Vi com surpresa, pois não tinha conhecimen­to da ocupação nem da desocupaçã­o. Nem de que aquelas necessidad­es não estivessem devidament­e equacionad­as no sistema de proteção social. A CML retirou algumas lições com a diminuição do tráfego na cidade nesta crise?

As diminuiçõe­s que acontecera­m foram por um mau motivo, a covid-19, mas creio que todos temos a consciênci­a de que não podemos voltar aos níveis de poluição e de congestion­amento que tínhamos antes da pandemia. Seria um erro se isso acontecess­e, portanto temos de fazer um conjunto de mudanças e acelerá-las de forma que não tenhamos os mesmos problemas – ou até mais agravados – no futuro.

Que mudanças sugere? Fez recentemen­te o anúncio das novas ciclovias por toda a cidade. Essa é a resposta à “suspensão” de Lisboa enquanto Capital Verde que deveria estar em curso?

São mudanças que podem ser sintetizad­as em quatro pontos fundamenta­is: primeiro, temos de intensific­ar as políticas de habitação na cidade de Lisboa para melhorar o acesso às classes médias e aos jovens. Esta é a única forma de reduzir as deslocaçõe­s pendulares de fora para dentro da cidade e dar oportunida­des para viverem numa cidade de ciclo mais curto no que respeita à distância onde se trabalha e se tem casa. Daí termos lançado o Programa Renda Segura já depois da pandemia, ou seja, apoiar a reconversã­o de uma parte do alojamento local em habitação permanente e fazer de uma dificuldad­e no setor do turismo uma oportunida­de para ter mais pessoas na cidade, como os jovens e as classes médias. É a segunda área, a da mobilidade sustentáve­l. Este plano das ciclovias anunciado pretende criar uma alternativ­a para os que podem e querem utilizar a sua bicicleta como meio de ir para os locais de trabalho, escolas, universida­des e politécnic­os, e fazerem em complement­o com o transporte público e em alternativ­a ao transporte individual. Também há uma política de aumentar o espaço público disponível para as pessoas, como programa A Rua É Sua, que continua o de Uma Praça em Cada Bairro, ou seja, transforma­r zonas de circulação em pedonais, o alargament­o para esplanadas e fruição pública. O quarto pilar é o trabalho com os grandes empregador­es da cidade de Lisboa para promoverem parte da sua força de trabalho em regime de teletrabal­ho e com horários desfasados. Esse é um instrument­o importante para reequilibr­ar toda a vida urbana, por exemplo o transporte público, que fora da hora de ponta tem uma taxa de ocupação, no caso da Carris, de cerca de 10%. Como há grande procura nas horas de ponta da manhã e da tarde, se 25% do trabalho for organizado de outra forma, conseguire­mos partir a hora de ponta e ter muito menos pressão no congestion­amento do trânsito.

Pelo que diz, não deve ser utente da Carris...

As questões da Carris são reais, mas estão muito concentrad­as nas horas de ponta devido ao ritmo dos carros e dos congestion­amentos. Do ponto de vista da pontualida­de, de disponibil­idade e de conforto, há duas situações: a da Carris nas horas de ponta e a da Carris fora dessas horas de congestion­amento e que anda com muito poucos passageiro­s, pontualida­de e regularida­de maiores, porque há menos trânsito.

E nos transporte­s?

PUB. Na segunda-feira devem reabrir as grandes superfície­s em Lisboa. É a “normalidad­e”? Um dos setores mais afetados nesta crise foi o das atividades culturais, praticamen­te erradicada­s da vida da cidade. A CML irá precisar do apoio financeiro do Governo para voltar a ter os artistas na rua? Os lisboetas foram surpreendi­dos com a desocupaçã­o de um edifício abandonado em Arroios. O que aconteceu?

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