Diário de Notícias

Mulher de Navalny entre os milhares de detidos na Rússia

MANIFESTAÇ­ÕES O número de detidos nos protestos em mais de 80 cidades exigindo a libertação do opositor Alexei Navalny terá superado os três mil.

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Apolícia russa deteve mais de 3400 pessoas nos protestos de ontem em mais de 80 cidades exigindo a libertação do opositor Alexei Navalny, segundo o OVD-Info, um grupo não governamen­tal que contabiliz­a detenções por motivos políticos.

Em Moscovo, a agência de notícias AFP estimou em 15 mil o número de manifestan­tes que se juntaram na Praça Pushkin e noticiou que houve confrontos com a polícia, dos quais resultaram várias detenções, entre as quais as da mulher de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya.

Também ontem, o chefe da diplomacia europeia anunciou que os ministros dos Negócios Estrangeir­os da União Europeia vão reunir-se amanhã, segunda-feira, para “ponderar as medidas” para pressionar a Rússia a libertar o líder da oposição.

“Discutirem­os os próximos passos com os ministros dos Negócios Estrangeir­os da União Europeia na segunda-feira; a UE apela à libertação do senhor Navalny e esta reunião deve começar a ponderar as medidas a tomar para apoiar esta exigência”, escreveu o alto representa­nte para a Política Externa europeia, Josep Borrell, numa mensagem no Twitter, na qual criticou as “detenções em massa” na Rússia.

As manifestaç­ões de ontem foram convocadas para dezenas de cidades russas depois da detenção de Alexei Navalny quando regressou à Rússia, na semana passada. Os protestos estenderam-se a todo o território da Rússia, desde a ilha de Yuzhno-Sakhalinsk, a norte do Japão, até à cidade siberiana de Yakutsk, onde as temperatur­as rondavam os 50 graus negativos, passando pelas mais populosas cidades russas europeias.

O Ministério dos Negócios Estrangeir­os da Rússia exigiu explicaçõe­s da embaixada norte-americana, que terá publicado o itinerário das manifestaç­ões. “Do que se trata, é para influencia­r ou dar instruções aos manifestan­tes?”, perguntou a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, no Facebook.

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