A estrelinha de Rúben funcionou e o Sporting ergueu a Taça da Liga
TRIUNFO Leões venceram o Sp. Braga (1-0) na final e conquistaram o terceiro troféu em 14 edições. Pedro Porro foi o herói inesperado numa final prejudicada pela chuva e o mau estado do relvado. É o 52.º troféu da história do emblema leonino, que assim se sagra campeão de inverno.
Oleão colocou as garras na Taça da Liga. O triunfo sobre o Sp. Braga na final (1-0), ontem, em Leiria, confirma que o Sporting é para levar a sério esta época. Para já é campeão de inverno e lidera ainda a I Liga, ambicionando o título que já não conquista há 19 anos. A equipa leonina somou assim o terceiro troféu em 14 anos de prova – Benfica é recordista com sete – e chegou aos 52 troféus na história.
Rúben Amorim repete assim o triunfo do ano passado ao comando do Sp. Braga e justifica a aposta de risco dos leões quando o foram contratar e aceitaram pagar mais de dez milhões de euros por ele. Nada mal para um jovem de 35 anos que é treinador de uma equipa principal há apenas um ano. Aos 35 anos Rúben conquista assim a segunda Taça da Liga como treinador, ele que tem ainda mais seis como jogador (Benfica e Sp. Braga).
Para a final, Amorim mexeu no onze. O treinador leonino alterou duas peças em relação ao clássico das meias finais, com as entradas de Nuno Mendes (após a polémica com o falso positivo à covid-19) e de Jovane Cabral. Era esperado que o herói da meia-final com o FC Porto roubasse o lugar a Nuno Santos ou Tiago Tomás. O sacrificado foi Nuno Santos. Do lado bracarense, Carvalhal manteve o onze que jogou e bateu o Benfica, com Abel Ruiz no ataque - Paulinho fica no banco, assim como Bruno Viana.
Com o relvado encharcado a bola prendia e dificultava a missão dos criativos. Assistiu-se por isso a uma verdadeira batalha campal a meio campo. O jogo faltoso foi arma de arremesso de ambas as equipas. O nervosismo estendeu-se ao banco. Os dois treinadores foram expulsos e colocados fora de jogos aos 33 minutos depois de uma troca de palavras mais acesa.
Foi da bancada que os técnicos viram Fransérgio ameaçar a baliza de Adán, antes de Pedro Porro marcar para o Sporting. O defesa leonino apareceu solto de marcação pelo flanco direito, após grande passe de Gonçalo Inácio e rematou forte e colocado. Desde o Cantinho do Morais na final da Taça das Taças em 1964 que um defesa lateral do Sporting não marcava numa final.
O golo fechou a primeira parte com poucos momentos ofensivos de qualidade devido às péssimas condições do relvado e à intensa chuva. Para o segundo tempo exigia-se mais pragmatismo e processos simplificados. A titularidade de Jovane não deu nada à equipa no primeiro tempo e o extremo já não voltou dos balneários, dando lugar a Nuno Santos. Também Tiago Tomás deixou o jogo antes do fim. A presença na final valeu ao jovem avançado um curto recorde. Tiago Tomás (18 anos, sete meses e 8 dias) e Nuno Mendes (18 anos, sete meses e 5 dias) superaram Quaresma como os mais jovens de sempre a jogar uma final de leão ao peito.
Depois de morder os calcanhares a um grande (Benfica) na meia final, o Sp. Braga ambicionava fazer o mesmo ao Sporting, mas não o conseguiu. Carvalhal ainda recorreu ao talento de Paulinho, mas o Sp. Braga continuava a ter dificuldades em criar perigo. Aos 65 minutos Pedro Gonçalves teve o 2-0 nos pés, mas Matheus não o permitiu dando esperança aos guerreiros, que logo depois podiam ter chegado ao empate. Paulinho acertou na barra da baliza leonina e fez tremer os leões até ao fim. Um golo anulado aos 85 minutos e um livre de Novais no último lance do jogo podiam ter levado o jogo para os penáltis. Adán não o permitiu.
No quarto jogo entre ambos na Taça da Liga, os leões foram mais fortes. Rúben Amorim tinha lembrado a “estrelinha da sorte” que o tem acompanhado para avisar que não estava preparado para abdicar dela. Depois de ficar de fora da Liga Europa e ser eliminado da Taça de Portugal, o Sporting conquista a Taça da Liga e vai atrás do título nacional que lhe foge desde 2002.
Rúben Amorim repete a vitória do ano passado. É o segundo troféu do jovem técnico (35 anos) no espaço de um ano e o primeiro ganho de leão ao peito. É a oitava Taça da Liga do currículo (seis como jogador e duas como treinador). “Para mim é um momento único. É a minha primeira final como profissional, ainda mais assim a marcar. Vou muito satisfeito para casa.” Pedro Porro Jogador do Sporting