Diário de Notícias

“HOUVE GESTÃO ERRÁTICA E REATIVA, NÃO A QUE O PAÍS MERECIA: CREDÍVEL, COERENTE E CORAJOSA”

COVID-19 A semana em que Portugal atingiu num dia 274 mortos e 15 mil infetados.

- ENTREVISTA ANA MAFALDA INÁCIO FOTOS MARIA JOÃO GALA/GLOBAL IMAGENS

Carlos Robalo Cordeiro desabafa: os médicos “estão exaustos e em sofrimento ético”.

Na semana em que Portugal atingiu os 274 mortos e os 15 mil infetados, o diretor do serviço de pneumologi­a de Coimbra e da Faculdade de Medicina teve um desabafo público sobre o seu hospital, “está destroçado” e sobre os médicos, “estão exaustos e em sofrimento ético”. E explica porquê ao DN.

Émédico pneumologi­sta, professor catedrátic­o, diretor de serviço no Centro Hospitalar Universitá­rio de Coimbra, diretor da Faculdade de Medicina da Universida­de de Coimbra, membro do Conselho das Escolas Médicas, integra o Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos no combate à pandemia e ainda lidera a Sociedade Europeia de Pneumologi­a. Carlos Robalo Cordeiro falou com o DN no início da pandemia, a 28 de março, quase 11 meses depois volta a falar sobre o olhar que tem da realidade atual. E não tem dúvidas de que se cometeram erros e de que a realidade se agravará ainda mais. Diz que o Serviço Nacional de Saúde está a passar pelo maior desafio de sempre, “está a ser testado ao limite”, e envia um apelo às novas e velhas gerações da medicina para que tenham esperança, “os mais novos devem aproveitar ao máximo esta fase como uma fase de aprendizag­em”. E para que não desistam. “A pandemia também trouxe ao de cima o melhor da prática médica – o humanismo, a solidaried­ade e o espírito de missão.”

No início dapan de mia, disse aoDN que se estava afaz e roque devia ser feito, masque, provavelme­nte, poderia ter sido feito com mais antecedênc­ia. E agora? Não se fez o que se deveria terfeito?

Vão-se tomando medidas, mas sempre um pouco atrás do tempo em que deveriam ter sido tomadas. Tenho de ser honesto. Yem havido muito mais reatividad­e do que proativida­de, sobretudo mais reatividad­e do que prevenção. Esta tem sido uma marca ao longo da pandemia. Emqueaspet­o?

Recordo dois episódios: o uso obrigatóri­o das máscaras. Só com uma pressão muito grande de diversas entidades e especialis­tas é que foi adotado na primeira fase da pandemia, levou muito tempo. Outro exemplo, e este foi um dos momentos críticos, quando se reabriu o país, se assim se pode dizer, ou melhor, quando as aulas recomeçara­m em setembro, não se tinha um Plano Outono-Inverno [POI], com medidas e planeament­o para atuar, esse plano só chegou durante o outono. Na altura, disse-o e continuo a dizer que saudava um plano deste tipo, porque era fundamenta­l na programaçã­o e na organizaçã­o do combate à pandemia, mas o plano pouco saiu do papel, muitas das medidas nunca foram operaciona­lizadas. Quemedidas?

Por exemplo, a operaciona­lização de hospitais covid e não covid, a criação de hospitais de campanha, a promoção do teletrabal­ho – devo dizer que foi claramente um erro que em setembro se tivesse aberto tudo ao mesmo tempo, sobretudo depois do exemplo que se tinha tido com o desconfina­mento na Área Metropolit­ana de Lisboa. Nesta altura, houve um aumento de casos que segurament­e foi motivado por uma abertura sem critério, pelo condiciona­mento gerado nos transporte­s público seno trabalho. A operaciona­lização de algumas destas medidas teria sido fundamenta­l, mas nada disso aconteceu. Porqueéque oplanonãos­aiu dopapel?

Éumap erg untaà qual não sei responder. Não tenho qualquer responsabi­lidade política nem operaciona­l, anão ser aded ire tor de um serviço hospitalar numa área que está muito envolvida na pandemia, a de diretor de uma faculdade de Medicina e a de fazer parte do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos. Mas essa é uma pergunta que todos nós fizemos e nunca percebemos porque é que tais medidas foram sempre retardadas. Quais e ramas medidas doPOI que considerav­a essenciais par anão se atingires te limite?

Desde logo a separação de hospitais covid e não covid, por outro lado foi dito que iria ser criada uma task force para a resposta não covid, com o foco nos cuidados de saúde primários e na articulaçã­o entre estes e os hospitais, e isso também não aconteceu. Neste plano estava também plasmado o reforço, de forma enérgica, da saúde pública, o que também ruiu.

OPOItinhav árias medidas que poderiamte­r trava doesta situação?

O Plano Outono-Inverno 2020-2021 tinha definida a estratégia nacional para a pandemia, não só numa perspetiva nacional, mas também regional e local. Só que não aconteceu. Porquê? Não lhe consigo responder. A única coisa que consigo dizer-lhe équeéu ma tristeza que nada disto tenha sido operaciona­lizado, porque assim tivemos uma gestão errática e reativa e não a que o país merecia, que era uma gestão credível, coerente e corajosa. Não houve coragem política?

Uma das coisas mais marcantes a que assisti nestes últimos tempos foi o discurso emotivo e corajoso – emotivo q.b. e muito pragmático – da chanceler Merkel, que foi um verdadeiro exercício da missão e da vocação nobre da política, porque a política existe para servir os interes

“O Plano Outono-Inverno 2020-2021 era fundamenta­l na programção e na organizaçã­o do combate à pandemia, mas pouco saiu do papel. Muitas das medidas não foram operaciona­lizadas.”

ses da população. A chanceler alemã colocou a segurança dos seus concidadão­s à frente da política. E, nós, com esta gestão errática, pouco focada e reativa, não estamos a servir qualquer interesse da saúde e muito menos da economia, porque, como é evidente, a economia não recupera se não houver uma situação sanitária diferente no país. Dei-lhe o exemplo da Alemanha porque é paradigmát­ico, mas digo-lhe com toda a sinceridad­e que muitos fizeram essa sensibiliz­ação entre nós. Quando fala de nós fala de quem estánaciên­cia?

Falo do Conselho de Escolas Médicas e do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, porque pugnámos sempre para que houvesse uma audição de peritos de forma mais alargada. Ou seja, pugnámos sempre que na audição aos peritos estivessem as universida­des, as sociedades científica­s, as ordens profission­ais. E isso nunca se fez, onde está o maior conhecimen­to científico senão na academia? Quer dizer que o poder político não ouviuaciên­cia?

Ouviu apenas alguns especialis­tas e era preciso ouvir também quem claramente não tivesse apenas o conhecimen­to e a sustentaçã­o científica, mas também uma certa independên­cia do poder político. Isto é muito importante. Um diretor de uma faculdade de Medicina, de uma sociedade científica, um bastonário de uma ordem profission­al, tem independên­cia. Para começar são eleitos pelos seus pares, não são escolhidos pelo governo para nenhum lugar. Portanto, uma audição mais alargada poderia ter ajudado nas decisões e isso falhou.

Isso significa que as decisões tomadas não o foram com base numa fundamenta­ção científica, mas apenas no que alguns pensavam? Essa fundamenta­ção existiu, mas deveria ter sido mais alargada – tenho de esclarecer que há pessoas nas ditas reuniões do Infarmed por quem tenho o maior respeito, são pessoas conhecedor­as e com credibilid­ade. Não estou a dizer que foram nomeadas ou que estão ligadas a um círculo mais fechado do poder político, mas essas também lá estão. Algumas das que lá estão também não têm sido ouvidas ...

Algumas das que têm estado nessas reuniões não têm sido ouvidas em função do que tem sido dito. Evidenteme­nte que quem tem de tomar decisões teme as dificuldad­es. Percebo que seja difícil, porque ninguém estava preparado para uma situação destas. Não há ninguém que não se tenha já enganado no que foi dizendo, no que ia propondo ou nas expectativ­as que foram sendo criadas ou até nos cenários delineados – certamente que ninguém dos que estão ao leme do país pensaram que iriam passar por uma pandemia – mas desde o inicio até agora houve uma aprendizag­em. Não se pode criar um ónus excessivo sobre os decisores, mas a verdade é que houve mais reatividad­e do que proativida­de, mais comportame­ntos ou atitudes erráticas do que coragem. E isso retirou credibilid­ade à mensagem que estava a ser passada. Há responsabi­lidade política na situação que estamos a viver ...

Disso não tenho dúvidas. Mas há também responsabi­lidade social?

Há uma responsabi­lidade política, porque as atitudes erráticas de que a população se foi apercebend­o motivaram uma quebra na confiança nas medidas tomadas e daí a fuga ao seu cumpriment­o. Portanto, há uma responsabi­lidade coletiva. Na primeira vaga tivemos o sucesso que tivemos, porque a mensagem foi clara e o confinamen­to eficaz. O aligeirame­nto das medidas numa fase em que não deveria ter acontecido fez que as pessoas assumissem uma postura de maior relaxe, oqu elevou a uma desrespons­abilização maior eàfalt ade cultura ética e cívica. Está a falar do Na talou também do queseviuno­último fimdeseman­a? De tudo. O que se passou no último fim de semana é um exemplo de que não é possível pedir só às pessoas para ficarem casa. Há que adotar medidas para que fiquem em casa. E isso não aconteceu, excecionar­am até ao limite as hipóteses para não se ficar em casa e as pessoas aproveitar­am. E, sinceramen­te, de uma forma que dá a sensação de falta de reconhecim­ento. Noinícioba­teram-sepalmasao­s profission­ais de saúde. E agora, achaque foram esquecidos?

Claro. As pessoas esqueceram-se totalmente do que se está a passar nos nossos hospitais. Se as pessoas que andaram a passear trelas sem cães ou que andaram sem máscara e em grupo, a fazer ou a fingir que faziam o seu exercício, assistisse­m ao drama que se se vive nos hospitais provavelme­nte teriam outra atitude. Não quero pensar que são totalmente inconscien­tes ou que não têm a possibilid­ade de ter uma atitude cívica. Faladas exce cio nal idades, foi aqui que não houve coragem política? Claro. Foi falta de coragem política para restringir e sancionar isto ou aquilo. No combate à pandemia nunca se retirou a política da agenda. Este nãoéo momento da política,éo momento da ciência e responsabi­lidade política. Por isso, volto a dizer, a comunicaçã­o da chanceler Merkel foi notável neste sentido, sem preconceit­os de ganhar ou perder popularida­de. Colocou no centro as medidas sanitárias, porque só elas podem salvar a saúde, economia e componente social. Infelizmen­te em Portugal a política nunca foi retirada da agenda.

“O que se passou no último fim de semana é um exemplo de que não é possível pedir só às pessoas para ficarem casa. Há que adotar medidas para que fiquem em casa.”

Quais vãos eras consequênc­ias?

As consequênc­ias estão à vista. São o que está a acontecer no SNS. Não é aceitável que neste momento tenhamos a grande maioria do esforço de trabalho do SNS dedicado só a uma doença. Eu trabalho no Centro Hospitalar e Universitá­rio de Coimbra onde neste momento há mais de 400 doentes com covid internados. Não falta muito para que metade da atividade hospitalar, ou seja, para que uma em cada duas camas, esteja des tina daàcovid. Isto nãoé sustentáve­l, não só porque não se está a prestar um serviço eficaz a estes doentes, mas porque as energias estão esgotadas. As pessoas estão cansadas e em burnout. Isso é visível. Por outro lado, estamos a perder o resto da população doente eesteéo grande problema, é um desastre. O preço que vamos paga ré a perda de muitas mais pessoas do queéhabitu­aldur ante o inverno?

Na quarta-feira desta semana, Portugal teve o maior número de mortes diárias desde que há registo, 721. Por covid foram 219, mas a estas somaram-se mais 500. Há muitos doentes que não estão a ser geridos como deveriam ser. Isto é uma catástrofe, significa que há uma disrupção total no controlo sanitário do país. Não só relativame­nte à covid, mas também em relação aos outros doentes e ao que deveria ser prioridade para os médicos hospitalar­es, para os médicos nos cuidados primários – aqui praticamen­te não se está a fazer mais nada senão Trace Covid [rastreio] – e para os médicos de saúde pública. A principal porta de acesso aos cuidados de saúde, a medicina geral e familiar, está bloqueada e a saúde pública também, porque com os recursos que temos não é possível fazer mais – as equipas de saúde pública têm como função a realização dos inquéritos epidemioló­gicos para quebrar cadeias de transmissã­o e sabemos que isso há muito que já não é possível fazer. Os recursos são finitos, isso sempre foi o principal problema ...

São tão finitos que neste momento estão a construir-se hospitais de campanha que não abrem. Não por não terem camas e espaço, mas porque não há recursos para alocar. Isto chegou a este limite. Para lhe dar um exemplo, esta manhã o médico pneumologi­sta que esteve de serviço durante a noite à urgência respiratór­ia, no Hospital dos Covões, disse-me: “Nunca passei uma urgência tão má para o colega que entrou às 09 h00.”Elep assou 23 doentes.Éin sustentáve­l, imagine oqueé só uma das pessoas que estava de urgência ter passado todos estes doentes. Durante o dia, até ao fim do turno, às 21h00, certamente que outros se somaram. Como é que um médico e um interno [de pneumologi­a] conseguem responder a isto tudo? É por isto que falo em sofrimento ético, estes médicos têm de tomar decisões, têm de priorizar quem vão ver, vão ter de prescindir de umas coisas em favor de outras, porque não vão conseguir chegar a todos. Após ap ande mi aos hospitais portuguese­snão poderão voltaras er osmesmos?E refiro-meàgestão, organizaçã­o humanizaçã­o.

Apesar de tudo os nossos hospitais vão sair reforçados desta situação, no sentido em que testaram até ao limite a sua capacidade de resistênci­a e de elasticida­de. E ainda não acabou, vai agravar mais. Mas não duvido de que vão sair reforçados. Como?

Por um lado, porque houve um investimen­to em recursos, meios e equipament­o, e humanos, embora não de forma suficiente nesta situação, como se está a perceber. Por outro, porque o espírito de solidaried­ade e de humanismo a que se tem assistido nos últimos tempos é algo que segurament­e ficará. Nunca se tinha assistido a este movimento de tantas pessoas de diversas especialid­ades a trabalhare­m todas no mesmo sentido. Normalment­e, em todas as épocas de inverno os hospitais têm de acionar os planos de contingênc­ia por causa do frio e da gripe e há sempre quatro especialid­ades que são muito envolvidas, a medicina interna, a pneumologi­a, a infecciolo­gia e depois a medicina intensiva, mas agora vai muito para além deste grupo de especialid­ades. Todos estamos a trabalhar para o mesmo e penso que é uma cultura que vai ficar. EoSNS?Antesdizia-seestarfra­gilizadope­ladelapida­çãodosrecu­rsos humanos...

O SNS estava fragilizad­o e continuará a estar se se mantiverem algumas das premissas. Sabemos que o SNS é muito pouco atrativo em comparação com a competitiv­idade de outras vertentes do sistema de saúde, como a privada. Sabemos que as carreiras profission­ais não são atrativas, que a componente remunerató­ria também não é, que as condições de trabalho nem sempre são as melhores e que também há precarieda­de. Penso que o SNS sairá reforçado do ponto de vista da responsabi­lização em termos coletivos, porque nunca se viu um esforço tão grande, mas a fragilidad­e continua lá e aparecerá de novo quando tudo terminar e se não se olhar para o SNS de outra forma. Eu prefiro olhar para um Serviço Nacional de Saúde como um todo, ou para um Sistema Nacional de Saúde sem preconceit­os. O mais importante é que os doente se a população sejam tratados condigname­nte, independen­temente de ser num hospital público ou privado. Faz parte do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos que não está de acordo com os critérios do Plano Nacional de Vacinação–pediram parecera o Conselho de Ética para as Ciências da Vida. Ai da deé fundamenta­l na mortalidad­e? Sempre fomos muito claros quanto à definição dos objetivos principais para a vacinação: estes devem prevenir a mortalidad­e e a sobrecarga do SNS. E o Plano Nacional deVacinaçã­o elencou as prioridade­s sem olhar ao escaloname­nto etário, o que não aconteceu na maior parte dos países. O Reino Unido colocou como primeiro grupo prioritári­o os residentes e trabalhado­res em lares, depois as pessoas com mais de 80 anos, mais de 75, 70, 65. Portugal não teve essa atenção. Colocou-se a fasquia nos 50 e mais anos com algumas patologias, quando se sabe que a letalidade é muito superior nos grupos etários mais avançados.

Mais de meta dedos mortos estão na faixa acima dos 80 anos ...

A taxa de letalidade acima dos 80 anos é de 13,6%, enquanto na faixa etária entre os 50 e os 59 anos é de 0,3%. Portanto, desde logo isto faz pensar que não deveríamos colocar no primeiro grupo prioritári­o os 50 anos com patologias, mas aqueles com mais de 80. São as pessoas desta idade que estão a morrer e que vão morrer ainda mais. Na Suíça, os médicos ainda não foram vacinados. O foco são os residentes em lares e os que têm mais de 80 anos. Mais uma vez, isto vai te rum custo social...

Há estudos científico­s que nos indicam que basta vacinar sete pessoas acima dos 80 anos para prevenir uma morte, enquanto no grupo entre os 50 e os 59 anos é preciso vacinar 300 para prevenir uma morte. Isto nãoéin ex ati dão,éciência,éc la roque assim vamos continuara ter um aumento da letalidade. O primeiro grupo na proposta do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos são os profission­ais e residentes em lares e instituiçõ­es semelhante­s, no sentido em que o objetivo prioritári­o é prevenir a mortalidad­e, e logo a seguir o escalão etário dos 75 anos, depois 70, 65... O argumento de que os grupos prioritári­osforam assim definidos por não haver vacinas para todos ao mesmo tempoévál ido?

Não. A proposta que fizemos tem precisamen­te por base as vacinas que se disse que iam estar disponívei­s e a fundamenta­ção dos números que já referi para se prevenir uma morte. Se vamos começar a vacinar pessoas com mais de 50 com doença cardíaca, depois as de 54, 55 ou 58 anos, a prevenção da mortalidad­e na população vai ser muito menos eficaz do que se começássem­os pelos que têm mais de 80 ou 75. Mas como se vai rever agora o Plano Nacional de Vacinação para incluir os políticos espero que se reveja também os escalões etários e se inclua os mais idosos, para se prevenir uma maior mortalidad­e.

“Os profission­ais estão cansados e em burnout. Isso é visível. E estamos a perder o resto da população doente. Este é o grande problema, é um desastre.” “Há estudos científico­s que nos indicam que basta vacinar sete pessoas acima dos 80 anos para prevenir uma morte, enquanto no grupo entre os 50 e os 59 anos é preciso vacinar 300 para prevenir uma morte.”

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