Diário de Notícias

PANDEMIA

Portugal recebeu um elogio do Fundo Monetário Internacio­nal por ter prolongado o programa de apoio à liquidez das empresas na quarta vaga, em maio.

- TEXTO LUÍS REIS RIBEIRO

Apoios públicos às empresas e famílias somavam, em junho, 9,5 mil milhões de euros, 4,7% do PIB, de acordo com as contas do FMI.

Em janeiro deste ano, estava a terceira e mais violenta vaga da pandemia a começar, Portugal ocupava o 23º lugar num ranking do Fundo Monetário Internacio­nal (FMI) que avalia os pacotes de medidas de apoio à economia contra os efeitos da covid-19, e que inclui 47 países desenvolvi­dos ou de grande dimensão. Todos os valores considerad­os são cumulativo­s e contam desde o início de 2020, quando começou a pandemia.

Três meses depois, no retrato tirado em abril, Portugal caiu para a posição 29. E na edição intercalar do outlook e do monitor orçamental do FMI, atualizado­s a 27 julho passado, o esforço do país desceu novamente na lista internacio­nal, ocupando agora o 32º lugar no grupo de países abordados, mesmo tendo subido ligeiramen­te em proporção do produto interno bruto (PIB). Isto é, Portugal apoiou um pouco mais (desde abril), mas foi

menos audacioso quando comparado com outros governos no grupo dos 47 analisados.

Ainda assim, neste estudo, o país recebeu uma menção favorável do FMI por ter “prolongado” os programas de apoio à liquidez das empresas em resposta à quarta vaga, que começou em maio e obrigou a uma onda de novas restrições à atividade, circulação de pessoas e horários dos negócios.

O pacote de apoios considerad­o pelo FMI está dividido em três partes: apoios relacionad­os com o setor da saúde, apoios diretos fora deste âmbito (ao emprego e às empresas) e apoios do tipo financeiro, como as garantias estatais em que assentam os referidos programas de ajuda à liquidez empresaria­l.

Segundo o novo panorama económico global e a atualizaçã­o do monitor orçamental (departamen­to liderado pelo antigo ministro das Finanças do PSD, Vítor Gaspar), Portugal dedica hoje 11,3% do

PIB aos apoios covid. É até ligeiramen­te superior do que há três meses (11,1% do PIB em abril), mas como outros governos reforçaram os seus esforços para segurar a atividade económica proporcion­almente mais, Portugal continuou a descer neste ranking.

Em julho, a lista é liderada pela Itália, que está munida de um pacote de estímulos covid com um valor impression­ante, que equivale a mais de 46% do PIB italiano.

Portugal também está abaixo da média deste grupo de 47 países analisados em julho pela instituiçã­o. A média dos pacotes equivale a 16,6% do PIB. Aliás, Portugal tem estado sempre abaixo da média. Em abril, o envelope português era 11,1% do PIB, a média internacio­nal estava em 15,4%. Em janeiro, a média nacional cotava-se em 11,2%, ao passo que a média do grupo dos 47 rondava 14% do PIB.

Em todo o caso, como referido, Portugal recebeu uma nota positiva

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