O número de candidatos ao Exército na Madeira aumentou 40%, o dobro da média nacional, que ainda foi de 19%, entre 2019 e 2020. Este ano já vai em duas centenas
facultados posteriormente ao DN pela porta-voz do ramo confirmam que esta subida é mesmo superior (o dobro) à média nacional: entre 2019 e 2020, o número de candidatos subiu de 179 para 304 (mais 40%), enquanto a nível nacional o aumento foi de 19% (de 5602 para 6675).
O Comando da Zona Militar da Madeira (CZMM) tem como competências, entre outras, “colaborar em ações de apoio ao desenvolvimento, bem-estar e apoio militar de emergência, incluindo o apoio ao Serviço Regional da Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira; assegurar a ligação com as forças de serviços de segurança e proteção civil, em coordenação com o Comando das Forças Terrestres e os comandos operacionais das áreas em que se inserem. Além, claro, das funções estritamente militares de vigilância e controlo do arquipélago e de treino dos militares.
Na altura da visita, estava a decorrer a desmobilização do pelotão Mobile, que regressou do Afeganistão, e estava também em curso o aprontamento de um pelotão para Tavira, no âmbito do Plano de Apoio Militar de Emergência do Exército.
Não é grande, pelo contrário, a sala do Comando da Zona Marítima da Madeira (CZMM) onde está instalado o posto de comando destes militares, no centro do Funchal. Mas tem uma gigantesca “janela” para milhares de quilómetros no Atlântico – que têm de monitorizar e onde têm frequentemente de entrar em ação nas operações de busca e salvamento –, constituída pela parede repleta de ecrãs. Oversee, Seavision, EMSA, Equasis, Costa Segura são os sistemas que constituem as mais poderosas ferramentas tecnológicas para controlar o que se vai passando naquela parte do oceano sob a sua responsabilidade. Desde a simples observação em direto, com câmaras e sensores, à ligação a satélites, através do Costa Segura, como todo o trajeto, paragens e até todo o histórico da navegação que pode ser consultado um ano para trás, que é facultado pelo Oversee. “Há padrões conhecidos e se algum navio sai desse padrão terá como consequência o correspondente alerta, tendo em conta a gravidade do caso”, explica o capitão-de-fragata Raul Rissos, comandante do CZMM.
À Madeira correspondeu uma parcela de 10.834 km2 do mar territorial português. O CZMM tem como tarefas principais a fiscalização dos espaços marítimos, a deteção e combate de ilícitos, busca e salvamento, a coordenação do plano de resgate em massa para os navios-cruzeiros e o combate à poluição. “Esta área tem uma elevada concentração de tráfego marítimo e é um grande desafio manter a vigilância e a soberania nacional em toda a sua extensão”, frisa o comandante do Comando Operacional da Madeira, almirante João Aresta. Lembra que “a Madeira se encontra, em relação às ilhas Canárias, a quase metade da distância de Lisboa e está mais perto do continente africano do que do continente europeu. Isto pode ser apenas uma curiosidade, mas talvez deva ser também um motivo de reflexão sobre os riscos ou ameaças que daí poderão advir”. O CZMM tem cerca de 130 militares, contando com os 27 do navio-patrulha NRP Douro, que está atribuído a este Comando. Este ano, até julho, foram registadas 108 ocorrências no mar sob a responsabilidade deste comando.
O tenente Quintal Pereira, chefe das operações, explicou o CZMM.