Natalidade. PS acredita em inverter tendência, esquerda e direita pedem medidas
Os dados preliminares dos Censos 2021, divulgados na semana passada destacam como algumas das principais causas para a quebra da natalidade as condições económicas ou laborais das famílias.
Pos SD, PAN e CDS manifestam-se preocupados com
recentes dados que revelam uma quebra da natalidade em Portugal, que atribuem, entre as principais causas, às condições económicas ou laborais e propõem medidas distintas das do governo para mitigar a tendência. Também o Bloco de Esquerda e PCP reclamam o reforço das respostas sociais e mais direitos laborais como forma de combater o decréscimo populacional no país, enquanto o PS se mostra confiante nas medidas do Executivo para inverter esta tendência.
De acordo com os resultados preliminares dos Censos 2021, divulgados na semana passada, a população portuguesa diminuiu 2% nos últimos dez anos, um saldo negativo que não se verificava desde os censos de 1970.
Questionado pela Lusa sobre propostas para responder ao que demógrafos e outros especialistas definem como uma tendência estrutural, o PS começa por referir que os Censos são “uma importante ferramenta para definir e ajustar as políticas”. Quanto à questão demográfica, dizem,“ao longo dos últimos anos o PS tem apresentado um conjunto de propostas e medidas concretas, que, acreditamos, permitirão alterar a tendência que se tem verificado”, argumentam.
Para o Bloco de Esquerda, estes números “precisam de ser eles próprios submetidos a um inquérito”, deixando um conjunto de questões. “Por que razão houve menos nascimentos? Acentuou-se a diferença entre fecundidade desejada e fecundidade realizada? Por outras palavras, as pessoas queriam ter mais filhos e não tiveram por falta de perspetivas de futuro, de estabilidade no emprego, de rendimentos, de respostas sociais para a infância?”, questionam.
Já o PCP nota que os resultados dos Censos, ainda que provisórios, “evidenciam dados que infelizmente não surpreendem, antes confirmam o défice demográfico como um dos principais défices estruturais do país, como o PCP tem classificado ao longo dos anos”.
À Lusa, o vice-presidente do PSD David Justino considera que os dados do Instituto Nacional Ricardo Jorge tornam “muito provável” que, em 2021, o número de nados vivos em Portugal desça abaixo da “barreira dos 80 mil”, um valor que está “muito longe dos 100 e tal mil de há 10 ou 15 anos atrás”.
Quanto ao CDS, o vice-presidente Pedro Melo salientou, em declarações à Lusa, que uma das explicações para os números “preocupantes, mas sem surpresa” prende-se com o “custo de vida” em Portugal, que é “muito elevado face aos salários, que são muito baixos”.
Pelo PAN, a líder parlamentar, Inês de Sousa Real, considera que o “problema da redução de natalidade” se justifica com a “precariedade estrutural do emprego jovem”, que “impede esta camada da população de conseguir a estabilidade, segurança e o nível de rendimentos necessários à construção de uma família.”
Segundo resultados preliminares dos Censos 2021, a população portuguesa diminuiu 2% nos últimos dez anos, um saldo negativo que não se verificava desde os censos de 1970.