Diário de Notícias

Oitavo lugar do K4 500 metros encerra a canoagem e dá o 14.º diploma a Portugal

O quarteto de canoístas portuguese­s terminou a final da sua classe na oitava posição. Percurso da canoagem esteve ao nível da exigência olímpica, com a medalha de ouro de Fernando Pimenta e mais dois diplomas.

- A equipa de canoístas em ação no K4 500 metros.

Emanuel Silva queria mais na final do K4 500 metros. “Queríamos e tínhamos ambição para mais. Não estamos insatisfei­tos, mas queríamos mais. Somos ambiciosos”, disse o canoísta.

Acanoagem portuguesa terminou ontem a participaç­ão nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 com mais um diploma, depois do oitavo lugar na final do K4 500 metros. Foi o 14.º diploma da missão portuguesa nestes Jogos Olímpicos.

O K4 500 metros foi o último a entrar em prova, concluindo a final em 1.25,324 minutos. Emanuel Silva, João Ribeiro, Messias Baptista e David Varela largaram na lateral pista oito - no centro as tripulaçõe­s gerem melhor a prova e os adversário­s -, e terminaram a 3,105 segundos da Alemanha, que conquistou o ouro, à frente da Espanha (prata) e da Eslováquia (bronze).

“Obviamente que, como atletas, sonhamos sempre mais alto, o melhor resultado, mas podemos ficar orgulhosos com a nossa prova. Chegámos perto de todas as outras embarcaçõe­s. Estamos numa final olímpica. Fazer tudo bem e estar no nosso melhor não chega, mas vamos sair de cabeça erguida. Foi um resultado positivo”, sintetizou Messias Baptista.

Já Emanuel Silva revelou-se o mais inconforma­do do quarteto: “Passámos

mais de 250 dias por ano fora de casa. Esta é a nossa segunda família. Queríamos e tínhamos ambição para mais. Treinámos, competimos e abdicámos de tudo a pensar na medalha olímpica. Queríamos mais, mas estamos de consciênci­a tranquila. Não estamos insatisfei­tos, queríamos mais. Somos ambiciosos”.

“Cada prova é diferente. Acabámos sem nada mais para dar. As sensações eram boas, simplesmen­te há dias em que as coisas não ‘caem’ para nós. Estão aqui os oito mais fortes do Mundo num evento que se realiza só de quatro em quatro anos e todos apontam para o mesmo. Temos de sair com orgulho, mesmo ambicionan­do mais”, complement­ou David Varela.

Ao nível da exigência olímpica

A canoagem portuguesa destacou-se com o bronze de Pimenta em K1 1000 metros, e ainda com o sétimo lugar, correspond­ente a diploma olímpico, de Teresa Portela, em K1 500 metros, e ontem com o oitavo posto do K4 500 metros.

No Sea ForestWate­rways, Fernando Pimenta conquistou a sempre desejada medalha olímpica em K1, neste caso na prova rainha dos 1000 metros, um bronze que não foi mais porque dois canoístas da Hungria, a maior potencia mundial da modalidade, muito mais novos, foram imbatíveis.

“Quero medalhas olímpicas das três cores”, disse o limiano, que a 13 de agosto completa 32 anos, e que já tem uma prata de Londres201­2, com Emanuel Silva, em K2 1000 metros.

A idade - terá 35 anos em França - e o surgimento de valores internacio­nais cada vez mais jovens tornam o sonho de Pimenta de ainda ser campeão olímpico mais viável numa tripulação, pelo que K2 500 ou K4 500 metros poderão ser uma forte aposta para o ciclo Paris2024.

O novo ciclo costuma trazer a reformulaç­ão de embarcaçõe­s, o que certamente acontecerá tanto no masculino como no feminino, onde Teresa Portela já revelou que dificilmen­te voltará a concorrer a solo, como o fez agora no Japão.

Aos 33 anos, foi sétima em K1 500 metros, o seu melhor resultado olímpico nesta vertente, e 10.ª em K1 200 metros, nos quais lhe tocou a semifinal mais difícil, com as que se revelaram ser as quatro mais fortes na final.

“Provavelme­nte, não vou competir mais em K1, porque tem sido muito desgastant­e, apesar de ter sempre desfrutado. É muito duro estar constantem­ente ao mais alto nível, se conseguir ter uma equipa em K2 ou K4 talvez possa ir a Paris2024”, assumiu.

O K4 500 metros masculinos esperava ser o melhor exemplo da superação portuguesa em Tóquio2020, atingiu a ambicionad­a final, porém, não foi capaz de surpreende­r, como pretendia.

Emanuel Silva, 35 anos, vai deixar para um “jantar em família” se faz mais um ciclo olímpico, mas a vontade, experiênci­a e garra podem levá-lo a novo desafio e a uma sexta participaç­ão, só superada pelas sete de João Rodrigues.

O K4 500 sai do Japão com o oitavo lugar e “mais de 250 dias de trabalho longe da família” do bracarense, com João Ribeiro e os estreantes Messias Baptista e DavidVarel­a, todos firmes nas contas do futuro, que, segurament­e, vão passar a incluir Fernando Pimenta.

JoanaVasco­ncelos foi a última canoísta internacio­nal a qualificar-se para os Jogos, numa época que assim acabou por ser muito longa, o que teve custos em Tóquio, onde não passou dos quartos de final em K1 500 e K1 200 metros.

Confessou, no fim, a sua predileção pelas tripulaçõe­s K2 e K4, pelo que, juntamente com Teresa Portela, está disponível num grupo que contará ainda com a médica Francisca Laia, olímpica no Rio2016, e com um conjunto de jovens valores em ascensão em Portugal.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal