Interior deve usar ‘bazuca’ contra país a duas velocidades
Primeiro-ministro quer ver as regiões de baixa densidade a aplicarem os fundos comunitários na atração de empresas
Osecretário-geral do PS e primeiro-ministro António Costa avisou ontem que as regiões de baixa densidade devem aplicar os fundos comunitários na atração de empresas, dando como exemplo a instalação de redes de 5G, para não ter um país “a duas velocidades”.
“O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] só permite, nas regiões do interior, que haja investimento nas áreas de localização empresarial e que haja esse investimento para poder ajudar a atrair as empresas”, apontou António Costa durante o seu discurso no comício de apresentação do atual presidente e candidato à Câmara de Chaves, o socialista Nuno Vaz.
Costa abordou a instalação das redes móveis de quinta geração (5G), lembrando que “obviamente o mercado vai querer começar a instalar as redes em zonas de alta densidade onde os clientes pagam o investimento”. “Mas não podemos ter aqui um país a duas velocidades. Se o mercado resolve o problema nas zonas de alta densidade, temos de ter os fundos comunitários necessários para dotar as regiões do interior e os territórios de baixa densidade com as mesmas condições, para criarem as oportunidades para que as empresas se possam instalar nas mesmas condições de conectividade que teriam se instalassem no litoral”.
Ainda sobre as regiões do interior e, principalmente, de fronteira com Espanha, António Costa frisou que na Europa estas são “as mais desenvolvidas dos seus países” e que “a única exceção é entre Portugal e Espanha”. “Conhecemos as razões, foram séculos de guerra e luta para manter a nossa independência. Mas onde já vai essa história?”, frisou. O secretário-geral do PS realçou ainda que no âmbito do PRR serão criadas “cinco novas ligações” entre Portugal e Espanha, desde Bragança a Alcoutim. “Temos também que dinamizar as ligações que já existem. Temos que aprofundar a relação entre estes territórios”, apontou.