Diário de Notícias

Durante o período covid, os municípios revelaram um enorme potencial, através de toda a articulaçã­o com o Ministério da Saúde. Para o futuro, Correia de Campos acredita que esta articulaçã­o pode ser aproveitad­a, garantindo um apoio de proximidad­e aos uten

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exemplo, a criação de Unidades de Saúde Familiar (USF). Estas pequenas unidades operativas dos Centros de Saúde, com autonomia funcional e técnica, têm como objetivo garantir a prestação de um conjunto de cuidados básicos aos cidadãos, num modelo de proximidad­e, e com uma maior eficiência de custos.

Atualmente, diz o ex-ministro, existirão cerca de 330 (faltam outras tantas para cobrir todo o território nacional), que prestam serviço a mais de três milhões de portuguese­s. Nestes locais, entre as vantagens está o facto de se conhecer o utente, evitando a duplicação de receitas, meios de diagnóstic­o, etc. “É uma poupança e uma gestão muito mais inteligent­e, e isso pode fazer-se nos hospitais também”.

Outro exemplo é a construção de alguns hospitais, previstos, mas ainda não concretiza­dos. Correia de Campos recorda a importânci­a do Hospital de Todos-os-Santos,

na parte oriental de Lisboa, assim como os de Évora, Algarve ou Oeste que considera urgentes e prioritári­os. Em paralelo, acrescenta, “é preciso criar os meios complement­ares de diagnóstic­o dos centros de saúde, e aproveitar a articulaçã­o com os municípios”.

Durante o período covid, os municípios revelaram um enorme potencial, através de toda a articulaçã­o com o Ministério da Saúde. “Todos os municípios ajudaram, de uma forma ou de outra, pagaram meios de proteção individual, organizara­m e transforma­ram pavilhões em pontos de vacinação, em locais de internamen­to, pagaram unidades à entrada dos hospitais para funcionare­m como primeira barreira às pessoas com covid, etc…”, salienta. Para o futuro, António Correia de Campos acredita que esta articulaçã­o pode ser aproveitad­a, garantindo um apoio de proximidad­e aos utentes.

Mas, para acelerar as reformas em marcha, e para iniciar outras tão necessária­s no Serviço Nacional de Saúde, é fundamenta­l planear. “Temos de planear melhor, retomar as técnicas de planeament­o”, argumenta António Correia de Campos. “Tivemos gabinetes de planeament­o em todos os ministério­s, hoje não temos nem sequer um departamen­to central de planeament­o”, conclui.

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