Quatro ex-ministros avaliam última década na saúde
A propósito da 10.ª edição da conferência Sustentabilidade em Saúde, promovida pela AbbVie, o DN e a TSF desafiaram quatro ex-ministros da saúde a fazer uma avaliação crítica da última década, no que diz respeito às políticas da saúde, destacando os bons e os maus momentos, os desafios e as concretizações. Adalberto Campos Fernandes, Maria de Belém Roseira, Fernando Leal da Costa e António Correia de Campos aceitaram o repto. Recordamos algumas das suas considerações.
MARIA DE BELÉM ROSEIRA
“Precisamos, como de pão para a boca, de atuar a nível da prevenção da doença e da promoção da saúde, apostar muito na literacia em saúde, e de ter mecanismos que nos ajudem a gerir de maneira adequada a articulação de cuidados e os planos individuais de cuidados para as pessoas com multimorbilidades, para não constituir um peso demasiado grande para elas e para a sociedade no seu conjunto”.
ANTÓNIO CORREIA DE CAMPOS
“Colocar o cidadão à frente da doença e do tratamento, reforçar os direitos dos utentes, promover programas de prevenção, prestar contas e resultados, e ter transparência absoluta são essenciais para um SNS mais forte, produtivo e eficiente”.
FERNANDO LEAL DA COSTA
“O verdadeiro problema do
SNS é a falta de profissionais de saúde, que não têm capacidade para dar resposta ao aumento da procura que se verifica nos diferentes serviços. Temos uma perda muito significativa de quadros, que o SNS forma, e isso tem de ser invertido, pagando melhor e dando melhores condições de trabalho”.
ADALBERTO CAMPOS FERNANDES
Em Portugal continua a faltar capacidade de avaliação contínua. “Temos uma fraca aptidão para a avaliação de políticas. Fazemos muita coisa em cada um dos nossos tempos, mas avaliamos pouco”. E isto, conclui, diminui muito a qualidade das políticas e dos resultados futuros.