Diário de Notícias

“A minha educação francesa, a experiênci­a anterior em restaurant­es franceses, influencia o modo como cozinho”, explica Constance.

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deu origem ao um divertido blogue, o Charroque da Prrofundur­ra, que vende umas divertidas T-shirts.

Constance e André, pais de um menino de pouco mais de um ano, escolheram Setúbal para o seu projeto de restaurant­e (e de vida) quase por acaso, não por quaisquer reportagen­s na imprensa britânica.

“Primeiro pensámos em Lisboa, mas os espaços eram todos muito caros para arrendar. E nós não queríamos ter de praticar preços altíssimos para conseguir seguir em frente. Uma pessoa da família falou-nos então de Setúbal e ficámos encantados pela beleza natural e pela qualidade de vida. E este local onde está o Peixoco, tão próximo do Sado, já foi fábrica de cordas, armazém, dizem até que chegou a ser um bordel e antes era uma discoteca”, conta André, que estudou Economia em Coimbra.

André apaixonou-se pela luso-francesa Constance, de pai parisiense e mãe lisboeta, que cresceu sem aprender português, mas já adulta quis redescobri­r essa parte das origens e agora fala fluentemen­te, só com uma ligeira pronúncia que, digo a brincar, até parrece de Setúbal. “A minha educação francesa, a experiênci­a anterior em restaurant­es franceses, influencia o modo como cozinho, por exemplo, o uso da manteiga ou do crème fraîche, e a procura constante da inovação a partir dos produtos locais, de grande qualidade”, diz Constance, que alerta, porém, que o Peixoco não promete cozinha francesa.

No almoço em que tive a oportunida­de de experiment­ar os dotes culinários da chef Constance, André mostrou também artes de sommelier, explicando as caracterís­ticas do Serra Oca, um branco da região vitiviníco­la de Lisboa, e do Regueiro, um alvarinho, produzido na região de Monção e Melgaço. Gostei de ambos, que acompanhar­am bem uma refeição que começou por umas belas ostras do Sado e terminou com umas sobremesas em que dá para perceber que também serão um ponto forte da casa.

Pormenor positivo extra no Peixoco, cujos preços não destoam na zona: a decoração simples, mas agradável, sobretudo as paredes a lembrar os muros caiados, e um ambiente musical bem cuidado. Quem optar pela esplanada do Peixoco (o restaurant­e fecha às segundas e terças-feiras) é mais certo ouvir as gaivotas que sobrevoam as traineiras que entram na doca.

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Constance tanto tem para oferecer peixe na grelha, como arroz negro ou espadarte fumado.

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