Investigador defende a “química fora da caixa” do mar
PRESIDÊNCIA Reciclar e estudar o mar como potencial humano, são temas nos Heróis pelo Oceano.
Nas grutas subaquáticas, perto das falésias de Sagres, há animais como a esponja, a anémona e certas algas que têm “antibióticos muito promissores”, segundo Pedro Lima.
Opotencial dos organismos marinhos para tratar doenças e a arte feita de material reciclado foram temáticas abordadas com os estudantes na terceira sessão dos Heróis pelo Oceano, uma iniciativa da Presidência da República. Pedro Lima, CEO, cofundador da empresa Sea4Us e professor auxiliar na Universidade Nova de Lisboa, explicou aos jovens que é “preciso uma nova química, uma química fora da caixa que está no nosso mar”.
Pedro Lima referiu que “tudo começa em grutas subaquáticas, perto das falésias de Sagres. Lá encontramos animais como a esponja, como a anémona. Além destes animais, também estamos interessados em certas algas”. Dentro deles, concretiza Pedro Lima, estão “antibióticos muito promissores” que atuam em doenças crónicas resistentes a analgésicos e antibióticos. Há nove anos que o projeto que coordena, o Sea4Us, se dedica ao estudo e ao desenvolvimento de analgésicos através destas esponjas e invertebrados. “Um projeto baseado na sustentabilidade”, afirma Pedro Lima.
A preocupação com a sustentabilidade dos oceanos também faz parte do quotidiano de Xico Gaivota, o nome do projeto do artista de Ricardo Ramos, que nasceu através dos filhos. “‘Meninos, este ano não vamos comprar prendas de Natal. Vamos à praia, apanhar coisas que estão lá e vamos fazer prendas para dar à família.’ E foi assim que começou”, contou. Indo a praias não concessionadas, Ricardo Ramos recolhe o que outros deitam fora, criando peças únicas sem alterações significativas que possam aumentar a “pegada ambiental”.
Heróis pelo Oceano, que junta jovens e personalidades relacionadas com o mar, decorre até ao dia 31 de maio.