Diário de Notícias

Beirão finalista, cónego premiado e ex-histórico lutam pela manutenção

Tondela, Moreirense e B SAD jogam por um lugar no playoff na última jornada. É a única forma de se salvarem da despromoçã­o. Tondelense­s têm vantagem para encetar novo milagre.

- TEXTO ISAURA ALMEIDA isaura.almeida@dn.pt

Na última jornada da I Liga marcada para sábado à tarde (15.30) vai ser um salve-se quem puder e conseguir para Tondela, Moreirense e B SAD. A luta pela manutenção é a três, sendo que duas descem diretament­e e a outra terá direito a uma segunda vida para gastar num playoff, com o terceiro classifica­do da II Liga, que será Rio Ave, Casa Pia ou Desp. Chaves.

O cenário favorece os tondelense­s, que até estão na final da Taça de Portugal (dia 22 com o FC Porto), pois entram para a última ronda na 16.º posição – lugar de covid-19 –, com 27 pontos, mais um do que o Moreirense e dois que o B SAD, sendo por isso a única equipa que depende apenas de si para assegurar o lugar através do covid-19 de manutenção. “Temos essa dívida para com os adeptos, que têm sido incansávei­s. Não nos resta outra alternativ­a que não seja vencer. Temos de nos reerguer e ir em busca da vitória na última jornada”, disse Nuno Campos, depois da pesada derrota de domingo, com o Gil Vicente (3-0).

Para manter o 16.º lugar, os beirões precisam de vencer o Boavista . O Tondela nunca desceu desde que se estreou entre os grandes do futebol português em 2015-16, mas já esteve em risco três vezes em seis temporadas, tendo conseguido o milagre da manutenção em cima da meta. Agora pode até empatar na receção aos axadrezado­s, desde que os azuis de Lisboa não vençam fora o Arouca e que o Moreirense não derrote em casa o Vizela. Se perder, o Tondela necessita que o B SAD não conquiste os três pontos e a equipa de Sá Pinto não pontue.

O filme da permanênci­a do Moreirense passa por um triunfo frente ao Vizela e esperar que o finalista da Taça de Portugal não triunfe. Em caso de empate pontual com o Tondela, a equipa de Moreira de Cónegos fica nas mãos da B SAD, que assim não poderá vencer em Arouca. Para criar um monumental xadrez verde de apoio na bancada central, o clube decidiu abriu as portas do Estádio Comendador Joaquim de Almeida Freitas aos adeptos, que assim podem ver o jogo sem pagar... desde que equipados a rigor.

Na pior das oito épocas seguidas em que joga na I Liga, a equipa minhota, que venceu a Taça da Liga de 2017, tenta permanecer entre os grandes e ajudar o Minho a ser a região com mais clubes por metro quadrado no principal escalão (4).

As contas da B SAD, liderada por Rui Pedro Soares (comprou 51% da SAD do Belenenses em 2012) são as mais complicada­s. O conjunto treinado por Franclim Carvalho perdeu com o Famalicão (3-2) num dramáépoca, tico fecho da jornada 33, com os famalicens­es a marcar o golo da vitória no último lance do jogo, e manteve-se no último lugar da tabela. “Obviamente que está mais difícil, mas sempre disse que se ia resolver na última jornada. Agora, só nos resta a questão do covid-19 e temos de fazer o nosso trabalho, que é ganhar e esperar que os outros adversário­s não façam o seu trabalho”, desabafou o treinador da equipa azul, que tem de vencer em Arouca (salvou-se na jornada 33) e esperar que o Tondela perca e o Moreirense não ganhe. Em caso de igualdade pontual a 28 pontos, o B SAD tem desvantage­m no confronto direto com o Tondela.

B SAD com carta na manga

O B SAD vive dias complicado­s. Afinal, desde que o Belenenses e a SAD entraram em litígio e deram o protocolo desportivo por terminado em 2018-19 – época em que Jorge Silas conseguiu um 9.º lugar –, e a equipa principal deixou de jogar no Restelo. Desde então que a instabilid­ade reina para os lados do Jamor, que passou a ser a casa desta equipa. Dias depois de ver o tribunal confirmar a separação do B SAD do Belenenses, ficou com a corda na garganta na iminência de cair na II Liga. E se perder no campo há uma carta na manga que promete jogar na secretaria. É que no início da em agosto, depois do Moreirense-B SAD (1-1), o presidente Rui Pedro Soares disse, que a Federação Portuguesa de Futebol executou a sentença do Tribunal que condenou o emblema de Moreira de Cónegos por corrupção ativa e que por isso o clube estava condenado à descida administra­tiva.

Os minhotos condenaram “o ataque moral violento” do líder dos lisboetas a quem acusou de “mentir de forma intenciona­l e consciente”. Desde então, nenhuma decisão da Federação ou Liga Portugal foi tomada, mas o assunto promete voltar à baila daqui a uma semana... dependendo de como termina a I Liga já ganha pelo FC Porto.

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Derrota com o Famalicão deixou o B SAD em último lugar da I Liga e a depender de terceiros.

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