Diário de Notícias

Há duas semanas, o líder do 5 Estrelas Giuseppe Conte apelou para que o governo parasse de enviar armas para Kiev, o que causou a saída do partido de Di Maio.

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Draghi recebeu um forte apoio dos deputados, um dia depois de os senadores já o terem feito. Depois de a câmara baixa ter aprovado uma resolução de apoio com 410 votos favoráveis e 29 contra, o anterior primeiro-ministro e atual líder do 5 Estrelas Giuseppe Conte disse que “o apoio a Draghi não está em discussão”.

Há duas semanas, o líder do partido antissiste­ma – até agora o maior da coligação governamen­tal – apelou publicamen­te para que o governo parasse de apoiar Kiev com novas armas e equipament­o e que o antigo presidente do Banco Central Europeu impusesse no seio da União Europeia a imposição da paz. Esta posição levou a que Luigi Di Maio rompesse de vez com Conte e com o 5 Estrelas. O chefe da diplomacia italiana criou um grupo parlamenta­r, Juntos pelo Futuro, e conta com cerca de 60 deputados que, com ele, abandonam o movimento criado pelo cómico Beppe Grillo.

“A unidade é essencial nestes momentos porque as decisões que devem ser tomadas são muito difíceis”, disse Draghi aos deputados antes da votação. “A Ucrânia tem de se defender, e as sanções e o envio de armas servem este objetivo”, continuou, criticando quem advoga que se “deve deixar a Ucrânia submeter-se”.

Plano Marshall

Em Berlim, horas depois de ter chegado à Ucrânia o primeiro armamento pesado alemão, o chanceler Olaf Scholz também se dirigiu ao Parlamento para defender um “apoio firme” a Kiev e um plano Marshall para aquele país. O líder social-democrata disse que as negociaçõe­s de paz ainda estão longe porque “Putin ainda acredita na possibilid­ade de poder ditar a paz”. Por esse motivo, Scholz apelou para os aliados manterem o apoio à Ucrânia quer através das sanções quer através do envio de armamento e apoio financeiro.

Sobre as relações de Berlim com Moscovo, o chanceler não mostrou otimismo. “Para o referir de forma clara, com a Rússia agressiva e imperialis­ta de Putin, é inimagináv­el num futuro próximo uma cooperação com a Rússia.”

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