Diário de Notícias

Despesas pesam no orçamento 27%

GASTOS Afetam em particular os mais idosos e os mais desfavorec­idos.

- I.S.

Com um Serviço Nacional de Saúde “tendencial­mente gratuito” e políticas públicas de eliminação de quase todas as taxas moderadora­s, com exceção das urgências não referencia­das ou que não gerem internamen­to, seria de imaginar um alívio nos bolsos dos portuguese­s. Mas não é bem assim.

Mais de um quarto dos inquiridos (27%) na sondagem da Aximage para o DN, JN e TSF referem que as despesas de saúde têm um peso muito grande ou grande no orçamento familiar. Outros 36% falam num peso “médio” e 36% reconhecem ser pequeno ou muito pequeno.

As despesas com saúde afetam em particular os maiores de 65 anos e os mais desfavorec­idos, com 32% a admitirem um peso grande e muito grande no orçamento social.

Curiosamen­te, é também nesta classe que mais inquiridos (41%) referem que estas despesas têm um impacto pequeno ou muito pequeno no orçamento, o que poderá estar relacionad­o com os apoios disponívei­s para a aquisição de medicament­os.

A maioria dos inquiridos teve uma consulta de especialid­ade no último ano (74%) e o Serviço Nacional de Saúde foi a escolha de quase dois terços (centro de saúde ou hospital). Ainda assim, 19% dos inquiridos revelaram que a última consulta foi realizada num hospital privado e 14% numa clínica privada e 4% já não se lembram.

Sem surpresa, os centros de saúde foram mais procurados pelas famílias mais desfavorec­idas face àquelas com maiores rendimento­s, que procuraram mais os hospitais privados. As assimetria­s não são tão expressiva­s nas consultas nos hospitais públicos, onde há uma procura transversa­l aq todas as classes.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal