O ministro dos Negócios Estrangeiros russo voltou a evocar Hitler, desta vez ao comparar a situação atual ao ataque nazi à União Soviética.
A Rússia reagiu aos últimos desenvolvimentos fora do campo de batalha a várias vozes, embora todas críticas, e uma delas, a do chefe da diplomacia, a insistir na narrativa do nazismo, e a distorcer a história a seu favor. “Quando a Segunda Guerra Mundial estava prestes a começar, Hitler reuniu uma parte significativa, se não a maioria das nações europeias, para uma guerra contra a URSS. Hoje em dia, a União Europeia, juntamente com a NATO, está a reunir uma coligação atual para travar uma guerra contra a Federação Russa”, disse Sergei Lavrov. Em visita ao Azerbaijão, o MNE russo entrou em contradição, ao dizer que a decisão da UE em conceder à Ucrânia o estatuto de candidato não representava uma “ameaça ou risco” porque o bloco não é uma aliança militar. Mas aproveitou para se queixar de um “contexto russofóbico”.
A porta-voz do seu ministério, Maria Zakharova, disse que a decisão tomada em Bruxelas é mais uma medida para “conter a Rússia”. Noutro tom, porta-voz do Kremlin menorizou a decisão dos 27. “São assuntos internos europeus. É muito importante para nós que todos estes processos não tragam mais problemas para nós e mais problemas nas relações destes países connosco”, considerou Dmitri Peskov.
Já o seu líder voltou a responsabilizar o Ocidente pela crise alimentar que se avizinha, ao alegar que é “difícil” para a Rússia exportar cereais e considerou uma “histeria” a reação global ao bloqueio russo dos cereais ucranianos. Em resposta, os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 lembraram que as sanções à Rússia não abarcam a exportação de cereais. A alemã Annalena Baerbock disse que Moscovo “tomou refém o mundo inteiro”.