Diário de Notícias

O jovem Cunhal

de João Botelho nos Cinemas

- JOÃO LOPES

Subitament­e, em tempos de banalizaçã­o mediática da juventude, a palavra “jovem” recupera uma emoção antiga. O filme de Botelho não é uma evocação enciclopéd­ica de Álvaro Cunhal (1913-2005), muito menos uma “profecia” dos tempos que estavam por vir. Acompanham­os dois atores/narradores ( João Pedro Vaz, Margarida Vila-Nova) que nos fazem ver que a história existe como uma obstinada revisitaçã­o e reinvenção das suas narrativas. A resistênci­a de Cunhal ao salazarism­o leva Botelho a redescobri­r a vibração humanista do cinema: “Encontrar o modo certo de filmar o percurso de um jovem complexo e corajoso foi tão difícil como fascinante. Para mim, não há documentár­ios nem ficções, há cinema. E o cinema pode nestes tempos de perigos e ameaças ajudar as pessoas a serem mais corajosas e mais humanas”.

Não sendo objeto de uma estreia convencion­al, O Jovem Cunhal tem esta semana sessões em Loulé (Cineteatro Louletano, hoje, 21h00) e Lisboa (Nimas, domingo, 19h30), em ambos os casos com a presença do realizador. Será também apresentad­o na Cinemateca (dia 30, 19h00) na sessão de encerramen­to da atual retrospeti­va de João Botelho.

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Memórias históricas de um tempo de resistênci­a ao salazarism­o.

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