Comando Vermelho
Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, citado pela imprensa daquele país, o Comando Vermelho, um grupo com mais de 40 anos, é a segunda maior organização do Brasil (a seguir ao PCC). Nasceu no fim dos anos 1970, como Falange Vermelha, no antigo presídio da Ilha Grande, criada por oito presos. Demorou uma década para conseguir conquistar morros e favelas (como a de Santa Marta, nas traseiras do Consulado de Portugal no Rio), associando seu nome ao de assaltantes de bancos. Foi quando a fação deixou de ser conhecida como Falange Vermelha para passar a ter o nome atual: Comando Vermelho. Nos anos 1990 começou a marcar terreno no tráfico de drogas sem, no entanto, conseguir o monopólio do crime no Rio, sendo desafiada por rivais que disputavam territórios e influência como o Terceiro Comando e a Amigos dos Amigos (ADA). Chegou a atuar na Baixada Santista, em São Paulo, em aliança com o PCC, o que foi depois interrompido por causa da disputa pelos pontos de venda de drogas. O conflito provocou mais de 20 mortos. Hoje, de acordo com um relatório do Grupo de Estudos de Novos Ilegalismos, da Universidade Federal Fluminense, a fação domina 24,2% dos bairros do Rio, ficando, ainda assim, atrás do poder das milícias, que controlam 25,5% dos bairros cariocas. Mas o Comando Vermelho lidera em Mato Grosso e está presente em todos os Estados do Norte, onde domina a rota de passagem da cocaína peruana. No Amazonas, a fação terá sido autora, em 2021, de ataques a delegacias, bancos e autocarros, como represália por causa da morte de um dos seus operacionais, que estaria a ser extorquido por polícias corruptos.