Primeiro Comando da Capital
Lincoln Gakyia, promotor de Justiça do Ministério Público de São Paulo, especializou-se nas investigações que envolvem elementos do Primeiro Comando da Capital (PCC), que considera a maior organização criminosa da América do Sul. Numa entrevista ao DN, caracterizou o grupo: “O PCC foi criado dentro de cadeias no ano de 1993, começando apenas como um movimento de presos que reivindicavam melhorias nas condições de cumprimento das suas penas no cárcere. Mas foi ganhando também adeptos nas ruas. A organização começou pequena e hoje tem mais de 40 mil integrantes só no Brasil. Está presente em todos os Estados, mas também em toda a América do Sul, nos Estados Unidos e há ainda registo de integrantes em vários países da Europa. De forma ainda tímida, mas há registo da sua presença, sobretudo naqueles países em que o PCC tem interesse que sejam recetores da cocaína que envia. O PCC hoje, por se ter expandido, não só no Brasil – em todos os Estados – mas também na América do Sul e agora na Europa, tem sido classificado por nós como uma organização criminosa de caráter mafioso. Porque tem atuação internacional, usa métodos muito parecidos com os da máfia, incluindo corrupção de agentes públicos. Usa também violência para intimidar, seja contra concorrentes, seja contra agentes públicos compelidos a auxiliar – principalmente os funcionários dos portos, que podem acabar assassinados. Acresce a questão da lavagem de dinheiro que caracteriza uma máfia. O PCC já tem hoje uma lavagem de dinheiro bastante estruturada, inclusive fora do Brasil. Para mim é a maior organização criminosa da América do Sul”.