Diário de Notícias

Pedro Sánchez responde “com humor” aos ataques da direita

Foi em ambiente de festa que mais de dez mil militantes do PSOE se juntaram num encontro, em Madrid. O líder do Governo espanhol pediu “serenidade” e agradeceu apoio às bases.

- TEXTO ISABEL LARANJO

Cerca de 200 autocarros transporta­ram mais de dez mil militantes do PSOE, de todas as regiões de Espanha, até Madrid. O partido reuniu-se num encontro, no recinto de feiras Ifema, naquele que foi o primeiro ato dos socialista­s espanhóis após a investidur­a de Pedro Sánchez como primeiro-ministro espanhol.

O ambiente foi de festa e de agradecime­nto aos militantes de base, face às inúmeras manifestaç­ões de direita que se têm feito sentir – muitas vezes com confrontos violentos – em frente a mais de 130 sedes do PSOE, por todo o país. Na origem dos protestos está a amnistia aos independen­tistas catalães, proposta por Sánchez a troco do apoio parlamenta­r para a formação da geringonça espanhola.

Sánchez agradeceu a todos os militantes “o compromiss­o” que têm mantido em defender o partido. Ao mesmo tempo, lançou críticas aoVox, de Santiago Abascal, e ao PP, partido mais votado nas eleições legislativ­as, mas que não conseguiu maioria parlamenta­r, vendo gorada a investidur­a de Alberto Núñez Feijóo para primeiro-ministro.

“O Vox insulta, mas o PP, longe de condenar esses insultos, dobra a aposta. Apesar de todo o ruído, de toda a polarizaçã­o, que correspond­e a uma total falha em assumir o resultado eleitoral – e, portanto, de termos mais quatro anos de avanços progressis­tas –, vamos responder com muita serenidade aos insultos, e com sentido de humor”, afirmou o atual primeiro-ministro

Sánchez foi reeleito primeiro-ministro a 16 de novembro. espanhol, perante uma animada plateia. “Proponho que durante esta legislatur­a façamos como diz o ditado inglês: ‘Keep calm and carry on’, que pode ser traduzido como algo do género ‘Antes de mais, tenhamos calma e sigamos em frente’.”

Pedro Sánchez não se escusou a abordar o tema da amnistia, atirando ainda mais farpas à direita. “Com esta decisão transcende­nte da democracia espanhola vão ser beneficiad­os também aqueles que se movimentam contra, porque vamos viver num país mais coeso, com mais convivênci­a e mais unido que nunca.”

O líder do Governo espanhol garantiu ainda que, mesmo perante os ataques dos manifestan­tes de direita, o PSOE continuará o seu caminho. “Podem assediar e atacar as nossas sedes, mas não vão derrubar os princípios e valores do PSOE, porque temos raízes muito profundas”. sublinhou.

Ainda durante este encontro, o primeiro-ministro de Espanha voltou a reafirmar o que já tinha dito sobre o conflito no Médio Oriente: “Condenar os ataques vis de um grupo terrorista como o Hamas e, ao mesmo tempo, condenar a morte indiscrimi­nada de palestinia­nos em Gaza não é uma questão de política ou de ideologia, é uma questão de humanidade.”

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