Pedro Sánchez responde “com humor” aos ataques da direita
Foi em ambiente de festa que mais de dez mil militantes do PSOE se juntaram num encontro, em Madrid. O líder do Governo espanhol pediu “serenidade” e agradeceu apoio às bases.
Cerca de 200 autocarros transportaram mais de dez mil militantes do PSOE, de todas as regiões de Espanha, até Madrid. O partido reuniu-se num encontro, no recinto de feiras Ifema, naquele que foi o primeiro ato dos socialistas espanhóis após a investidura de Pedro Sánchez como primeiro-ministro espanhol.
O ambiente foi de festa e de agradecimento aos militantes de base, face às inúmeras manifestações de direita que se têm feito sentir – muitas vezes com confrontos violentos – em frente a mais de 130 sedes do PSOE, por todo o país. Na origem dos protestos está a amnistia aos independentistas catalães, proposta por Sánchez a troco do apoio parlamentar para a formação da geringonça espanhola.
Sánchez agradeceu a todos os militantes “o compromisso” que têm mantido em defender o partido. Ao mesmo tempo, lançou críticas aoVox, de Santiago Abascal, e ao PP, partido mais votado nas eleições legislativas, mas que não conseguiu maioria parlamentar, vendo gorada a investidura de Alberto Núñez Feijóo para primeiro-ministro.
“O Vox insulta, mas o PP, longe de condenar esses insultos, dobra a aposta. Apesar de todo o ruído, de toda a polarização, que corresponde a uma total falha em assumir o resultado eleitoral – e, portanto, de termos mais quatro anos de avanços progressistas –, vamos responder com muita serenidade aos insultos, e com sentido de humor”, afirmou o atual primeiro-ministro
Sánchez foi reeleito primeiro-ministro a 16 de novembro. espanhol, perante uma animada plateia. “Proponho que durante esta legislatura façamos como diz o ditado inglês: ‘Keep calm and carry on’, que pode ser traduzido como algo do género ‘Antes de mais, tenhamos calma e sigamos em frente’.”
Pedro Sánchez não se escusou a abordar o tema da amnistia, atirando ainda mais farpas à direita. “Com esta decisão transcendente da democracia espanhola vão ser beneficiados também aqueles que se movimentam contra, porque vamos viver num país mais coeso, com mais convivência e mais unido que nunca.”
O líder do Governo espanhol garantiu ainda que, mesmo perante os ataques dos manifestantes de direita, o PSOE continuará o seu caminho. “Podem assediar e atacar as nossas sedes, mas não vão derrubar os princípios e valores do PSOE, porque temos raízes muito profundas”. sublinhou.
Ainda durante este encontro, o primeiro-ministro de Espanha voltou a reafirmar o que já tinha dito sobre o conflito no Médio Oriente: “Condenar os ataques vis de um grupo terrorista como o Hamas e, ao mesmo tempo, condenar a morte indiscriminada de palestinianos em Gaza não é uma questão de política ou de ideologia, é uma questão de humanidade.”