Diário de Notícias

Inês Sousa Real mantém-se como única deputada no Parlamento

- TEXTO ISABEL LARANJO

ASala Tejo da Estação do Rossio, em Lisboa, foi o local escolhido pelo Pessoas, Animais e Natureza (PAN) para esperar pelos resultados finais das legislativ­as. Não foi um acaso: afinal de contas o passe social gratuito e o investimen­to na ferrovia eram duas das bandeiras do partido. Uma sala onde cabia pouca gente – não mais de 50 pessoas – e onde sobressaía a presença de um canídeo, também ele a demonstrar cansaço pela longa espera.

Ao longo da noite o ambiente foi sempre de silêncio e expectativ­a. Pelas 23.15 ainda faltavam sete mil votos a Inês Sousa Real para conseguir ser eleita pelo círculo eleitoral de Lisboa.

A líder do PAN esteve na sala, ao início da noite, para reagir às primeiras projeções de resultados. Na altura assumia: “Há uma grande amplitude.” Tanto podia eleger quatro deputados como nenhum e o PAN sair do Parlamento.

A meio da noite eleitoral voltou à sala para cumpriment­ar os poucos militantes que por ali estavam. E voltou a sair. Durante a noite eleitoral, Inês Sousa Real preferiu sempre o recato, bem como outros membros do partido. As bandeiras permanecer­am enroladas, nas costas das cadeiras. Nunca houve momentos de alegria.

Só pelas 23.30 houve, finalmente, uma explosão de alegria na sala, com a eleição de Inês Sousa Real. Palmas e agitar de bandeiras que,

A líder do PAN foi eleita pelo Círculo de Lisboa.

“Quem votou no PAN sabe que pode contar com o facto de as causas que representa­mos serem irrenunciá­veis.”

mesmo assim, não duraram mais que um minuto. Afinal de contas, o PAN falha o tão desejado grupo parlamenta­r e a líder do partido continuará a ser deputada única no hemiciclo. “É frustrante porque foi por muito pouco que não conseguimo­s eleger um grupo parlamenta­r”, opina Bebiana Cunha, ex-deputada do PAN.

Inês Sousa Real, por sua vez, logo ao início da noite, quando ainda lhe restava alguma esperança de eleger um grupo parlamenta­r, avisava que o PAN “faz muita falta ao Parlamento”. Ainda assim, reforçava, “os resultados estão já em cresciment­o face àqueles de 2022”.

Ao mesmo tempo, a líder do PAN fez questão de distanciar-se da Aliança Democrátic­a (AD). “Quem votou no PAN sabe que pode contar com o facto de as causas que representa­mos serem irrenunciá­veis. Mantemos aquilo que dissemos até aqui em relação à Aliança Democrátic­a”. E o que disse, há cerca de uma semana, foi forte: “Um voto a favor quer do Chega, quer da Aliança Democrátic­a é claramente um voto contra os direitos das mulheres, contra, também, a proteção dos animais (...)ou direitos sociais fundamenta­is.”

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal