AD mantém silêncio sobre a IL e elogia “responsabilidade” de Pedro Nuno Santos
Montenegro afirmou que qualquer decisão sobre alianças será conhecida depois de ser indigitado primeiro-ministro. Para já, tem maioria relativa na AR.
Depois de uma audiência com o Presidente da República que durou pouco mais de uma hora , o líder da Aliança Democrática, Luís Montenegro, remeteu qualquer declaração sobre futuras alianças ou sobre qualquer outro tema que diga respeito ao futuro Governo para um momento posterior à sua indigitação como primeiro-ministro, o que sucedeu já depois da hora de fecho desta edição.
“Todas as questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do Governo serão tomadas quando houver Governo, comunicadas e explicadas quando houver Governo”, disse ontem à tarde Montenegro depois de questionado pelos jornalistas, no Palácio de Belém, sobre se contempla incluir na sua solução governativa a Iniciativa Liberal, que no próximo domingo também discutirá “os vários cenários governativos” no Conselho Nacional do partido.
Questionado sobre com que maioria pretende governar, Montenegro respondeu que isso acontecerá com “a maior representação parlamentar que há na Assembleia da República”, que é a da AD. “Há uma maioria, relativa, não absoluta. Essa maioria é constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP. É com base nessa maioria, se for esse o entendimento do Presidente da República, que apresentaremos o nosso Governo”, frisou.
Sobre as declarações do líder do PS, que no dia anterior tinha admitido que estaria disposto a viabilizar um Orçamento Retificativo nas matérias em que houver consenso entre sociais-democratas e socialistas, Montenegro elogiou o sentido de responsabilidade de Pedro Nuno Santos. “Tive ocasião de ouvir todas as comunicações proferidas por todos os líderes partidários e de ter registado todo o seu conteúdo. Sobre a do secretário-geral do PS, registei com satisfação o sentido de responsabilidade que ela encerra”, afirmou.
Luís Montenegro chegou ao Palácio de Belém, para o encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, acompanhado pelo líder do CDS, Nuno Melo, pelo secretário-geral do PSD, Hugo Soares, e pelo eurodeputado social-democrata Paulo Rangel. Para além de não haver nenhuma mulher na comitiva, Paulo Rangel protagonizou um momento caricato, ao sair mais cedo da reunião. O motivo para a saída precoce foi a apresentação da biografia do antigo líder do CDS Francisco Lucas Pires, do autor Nuno Gonçalo Poças, à qual Paulo Rangel chegou consideravelmente atrasado, mesmo sendo o apresentador, conjuntamente com o presidente do Conselho Económico e Social, Francisco Assis.
A maioria “é constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP. É com base nessa maioria, se for esse o entendimento do Presidente da República, que apresentaremos o nosso Governo”, afirmou Montenegro.