Diário de Notícias

Subida do Chega entre os emigrantes manteve vantagem da coligação

Augusto Santos Silva não foi reeleito por Fora da Europa, e Chega ficou à frente do PS na Europa. PSD e PS empatam a 78 deputados, mas há dois do CDS-PP.

- L.R.

Agrande subida do Chega nos Círculos da Emigração, elegendo na Europa (foi a força mais votada) e Fora da Europa (onde o partido de André Ventura ficou em segundo, atrás da Aliança Democrátic­a), assegurou que o PS não terá o maior grupo parlamenta­r na próxima legislatur­a.

A Aliança Democrátic­a venceu as legislativ­as com 28,89% (incluindo a coligação PSD-CDS na Madeira), e elegeu 80 deputados, dos quais 78 do PSD e dois do CDS-PP, à frente do PS, que teve 28,06% e assegurou 78 mandatos. Em terceiro, o Chega teve 18,03% e 50 deputados, juntando ontem ao grupo parlamenta­r José Dias Fernandes (Europa) e Manuel Magno (Fora da Europa).

As hipóteses de o PS vir a ter o maior grupo parlamenta­r na legislatur­a que agora se inicia caíram por terra, apesar da reeleição de Paulo Pisco, cabeça de lista pela Europa, por o, até agora, presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ter ficado atrás da Aliança Democrátic­a e do Chega no Círculo de Fora da Europa. Mesmo antes de estar encerrado o apuramento oficial, faltando parte dos votos do Brasil, Santos Silva reconheceu a sua

“derrota política e pessoal” numa entrevista à SIC Notícias.

Os resultados da emigração confirmara­m a forte viragem à direita, que terá 138 dos 230 deputados, entre AD, o Chega e os oito eleitos da Iniciativa Liberal. Na esquerda, além de o PS ter perdido 42 dos 120 mandatos da maioria absoluta obtida por António Costa em 2022, o Livre foi o único a aumentar a presença na Assembleia da República, de um para quatro deputados. Pelo contrário, o Bloco de Esquerda continua a ter cinco e o PCP perdeu dois representa­ntes, passando a dispor de apenas quatro. Sem alterações fica o PAN, que falhou o objetivo de recuperar o grupo parlamenta­r, mantendo a deputada única Inês de Sousa Real.

Mantendo-se a recusa de qualquer tipo de entendimen­to com o Chega, e sem garantias de que a Iniciativa Liberal seja integrada na maioria relativa conquistad­a nas legislativ­as, Luís Montenegro formará o Governo com menor apoio parlamenta­r desde 1985, quando o seu antecessor na liderança do PSD, Cavaco Silva, tinha apenas 88 deputados entre os 250 que então eram eleitos para o Parlamento, mais duas dezenas do que agora.

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