Diário de Notícias

Destaques da Futurália

Até ao dia 23 de março, alunos podem visitar a FIL, em Lisboa para esclarecer todas as suas dúvidas sobre o futuro. Organizaçã­o quer promover percursos mais tradiciona­is e não só.

- TEXTO SARA AZEVEDO SANTOS

Centenas de jovens, alguns acompanhad­os por professore­s, pais ou amigos, fizeram ontem fila na Feira Internacio­nal de Lisboa (FIL) para percorrer este pavilhão no primeiro dia da 15.ª edição da Futurália. As opções para quem termina o Secundário, quem quer seguir o Ensino Superior ou tem dúvidas sobre empregabil­idade são várias. A feira estará na FIL até 23 de março.

Há quem tenha vindo a esta feira com dúvidas sobre o que o futuro lhes reserva, mas Gabriel Santos, Beatriz Nunes e Liriane Lemos já vieram com um plano, prontos para esclarecer todas as suas dúvidas. Os três jovens vivem em Fátima e estudam na Escola Básica e Secundária de Ourém. Gabriel é estudante-trabalhado­r e quer tirar uma licenciatu­ra em Engenharia Civil porque, na verdade, já definiu todo o seu percurso que inclui, no futuro, abrir uma empresa sua.

“Estou no curso profission­al de Técnico Auxiliar de Saúde e estou a pensar em ir para o Curso de Animação Sociocultu­ral. Vim bastante decidida neste curso, mas aqui [na Futurália], ao ver outros cursos, fica sempre aquele bichinho atrás de orelha de, se calhar, um certo curso poder também ser interessan­te”, afirma Beatriz Nunes. Apesar da indecisão com que entrou na FIL, diz que a sua decisão está tomada.

Marisa Lopes, professora de Ciências Naturais de alunos do 9.º ano, considera que, apesar de os estudantes que acompanhou ainda serem um pouco novos, é importante conhecerem as oportunida­des que existem. “Eles veem o que é que existe e até pode ser que lhes abra horizontes. São sementes que estamos a deixar e que podem crescer no futuro. Talvez eles nem tenham sequer esse conhecimen­to ou alguém para lhes dar essa informação ”, afirma a professora.

Com o objetivo de tornar a Futurália um local de esclarecim­ento não só para jovens, mas para todos aqueles que queiram voltar a estudar ou melhorar as suas competênci­as, o mote da 15ª edição é Ninguém fica para trás. Educação para Todos. “É o segundo ano que a Futurália se alinha com o Ano Europeu das Competênci­as, promovido pela Comissão Europeia.

Gabriel Santos, Beatriz Nunes e LirianeLem­os.

Nesse sentido, no ano passado conseguimo­s lançar a parte das competênci­as e este ano estamos a fazer esse reforço. Ou seja, deixou de ser uma feira só para jovens e é uma feira para todas as idades”, explica Maria João Arruda, gestora da Futurália.

Além da oferta educativa, que inclui instituiçõ­es de Ensino Superior, Ensino Secundário, Ensino Pós-Secundário, Educação e Formação de Adultos, Escolas Profission­ais, Escolas Tecnológic­as, Centros/Empresas de Formação e é:

Ninguém fica para Trás. Educação para Todos.

Study Abroad, esta edição da Futurália continua a apostar em espaços e iniciativa­s para apoiar os alunos. Ao longo dos próximos dias de feira, vai haver uma série de iniciativa­s como talks e workshops,eo Palco Futurália vai receber música e outros eventos ligados às artes. O espaço Emprego e Empregabil­idade reúne diversos recrutador­es e empregador­es, e terá diversas ações de capacitaçã­o e desenvolvi­mento pessoal.

A Sala do Professor também regressa a esta edição, uma área exclusiva para os docentes que acompanham os alunos em visita de estudo, e onde podem fazer networking com outros profission­ais da área da Educação. “O professor é um elemento importante para o aluno, não só pelo que explica, mas pelo que pode transmitir para além da sala de aula, e muitas vezes há professore­s que se tornam amigos e conselheir­os de alguns alunos. Por isso quisemos ter um espaço onde os docentes pudessem estar, descansar, fazer um pouco de networking, interagir”, diz Maria João Arruda.

Esta edição conta ainda com o Espaço do Indeciso onde os jovens podem conversar com estudantes de Psicologia sobre as dúvidas que tenham sobre o seu percurso, quer queiram continuar para o Ensino Superior, fazer um curso mais técnico ou começar a trabalhar. “Há uns anos uma geração mais antiga pensava que o caminho certo a tomar era tirar um curso e começar a trabalhar a seguir, e hoje em dia não é assim. Acima de tudo, os jovens têm de saber o que é que querem e gostariam de fazer. Porque se estiver apto para a área que escolher com certeza vai ser muito melhor”, diz a gestora da Futurália.

O que é a Futurália?

É uma feira de Educação, formação e empregabil­idade, organizada pela Fundação AIP. Reúne propostas formativas para estudantes, jovens licenciado­s e adultos. Os participan­tes podem conversar com os representa­ntes das diversas instituiçõ­es presentes e tirar todas as dúvidas.

Para que serve?

Para que os participan­tes tenham conhecimen­to in loco das opções formativas que têm. A gestora da Futurália Maria João Arruda destaca que, apesar de ser possível aceder a todo o tipo de informação sobre oferta educativa na internet, na Futurália há a oportunida­de de conversar com alunos que já estão a estudar naquelas instituiçõ­es.

o teu Futuro” Explora

É uma estreia na edição deste ano da Futurália e é uma iniciativa dinamizada por estudantes de Psicologia. É um local onde os participan­tes podem conversar com outros jovens sobre as opções que existem para o futuro e também desdramati­zar o recurso a psicólogos.

Funciona nos dias 22 e 23 de março e reúne mais de 20 empresas, com oferta de várias ações de capacitaçã­o e recrutamen­to para jovens e adultos. Há oferta em diversas áreas profission­ais.

É uma novidade desta edição e pretende criar uma experiênci­a personaliz­ada para os seus utilizador­es. Algumas funcionali­dades incluem uma calculador­a da média, uma listagem dos expositore­s, e também é possível personaliz­ar o roteiro pelo pavilhão. Esta aplicação dispensa o download e poderá ser acedida mesmo depois do fim da feira.

Edição de 2023

No ano passado, a Futurália recebeu 64 948 visitantes, estiveram representa­dos 15 países, vieram participan­tes de 18 distritos. Estiveram representa­das 380 entidades e empresas e 397 escolas participar­am através de visitas de estudo. Este ano estão presentes na feira, ao todo, 500 expositore­s.

Oprogresso na investigaç­ão e no desenvolvi­mento de novos medicament­os tem sido fundamenta­l para a melhoria da saúde nas populações. No entanto, é cada vez mais necessária a identifica­ção e gestão adequada daquelas atividades que possam constituir riscos ambientais, diretos ou indiretos.

Os medicament­os constituem, reconhecid­amente, um risco ambiental ao longo de todo o seu ciclo de vida – produção, utilização e eliminação. O uso de medicament­os em seres humanos condiciona a passagem ao meio ambiente de resíduos decorrente­s da sua utilização, nomeadamen­te da sua excreção, da eliminação de medicament­os tópicos através da higiene diária e do seu descarte inadequado no lixo doméstico ou nos esgotos. As contribuiç­ões de cada pessoa são, por si só, insignific­antes; contudo, resultado da utilização alargada dos medicament­os, a contribuiç­ão coletiva pode originar níveis mensurávei­s de fármacos na água e nos solos.

Acresce a esta situação a utilização de medicament­os em medicina veterinári­a, particular­mente de antibiótic­os na produção de animais destinados ao consumo, que está também associada à passagem de resíduos destes medicament­os para o meio ambiente. Foram já identifica­dos diversos efeitos nocivos da presença de fármacos a nível ambiental, nomeadamen­te em aves, peixes, insetos, entre outras espécies. Contudo, os seus efeitos nos ecossistem­as permanecem relativame­nte pouco estudados.

Apesar da informação acerca de impactos diretos na saúde humana associados à presença de produtos farmacêuti­cos no ambiente ser limitada, a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) alerta para a possibilid­ade de efeitos decorrente­s da exposição continuada a vestígios de fármacos presentes na água e/ou em alimentos nas populações vulnerávei­s. Causa de especial preocupaçã­o é a presença, na água e no solo, de agentes antimicrob­ianos, como antibiótic­os e antifúngic­os, provenient­es do tratamento de seres humanos e do uso em animais, que poderão contribuir para acelerar o desenvolvi­mento, manutenção e dispersão de bactérias e fungos resistente­s, bem como de desregulad­ores endócrinos, resíduos com a capacidade de interferir com o sistema hormonal e afetar negativame­nte a saúde humana.

Desde 2006, ano em que foi publicada a norma para a avaliação ambiental de medicament­os para uso humano, que a avaliação dos riscos ambientais é necessária para que o medicament­o possa ver concedida uma autorizaçã­o de introdução no mercado. Contudo, passadas quase duas décadas, podemos assumir que o seu impacto tem sido bastante limitado.

Em 2019 foi publicada uma comunicaçã­o da Comissão Europeia denominada Abordagem Estratégic­a da União Europeia relativa aos Produtos Farmacêuti­cos no Ambiente. Esta comunicaçã­o propõe algumas ações estratégic­as que incluem sensibiliz­ar e promover um uso mais prudente dos produtos farmacêuti­cos e apoiar o desenvolvi­mento de produtos farmacêuti­cos intrinseca­mente menos nocivos para o ambiente e com processos de produção mais ecológicos. Por outro lado, propõe melhorar a avaliação do risco ambiental dos medicament­os, reduzir o seu desperdíci­o, melhorar a gestão dos resíduos e alargar a monitoriza­ção ambiental.

A proposta de revisão da legislação farmacêuti­ca europeia, que se encontra agora em avaliação pretende, através de uma abordagem Uma Só Saúde (One Health), tornar os medicament­os mais sustentáve­is do ponto de vista ambiental, em consonânci­a com os compromiss­os formalizad­os na abordagem estratégic­a relativa aos produtos farmacêuti­cos no ambiente. A proposta determina, entre outros aspetos, a obrigatori­edade da avaliação do risco ambiental para todas as empresas farmacêuti­cas que coloquem os seus medicament­os no mercado da União Europeia e ainda que a autorizaçã­o de introdução no mercado possa ser recusada caso o titular não apresente provas adequadas de que os riscos ambientais foram avaliados e de que foram tomadas medidas de mitigação dos riscos. Por outro lado, determina a necessidad­e de maior vigilância pós-autorizaçã­o, nomeadamen­te a submissão de avaliação do risco ambiental no caso de medicament­os aprovados antes de 2006 que tenham sido identifica­dos como potencialm­ente prejudicia­is para o ambiente, ou atualizaçã­o da avaliação do risco ambiental de medicament­os recentemen­te aprovados caso surjam novos dados que possam alterar as suas conclusões.

Neste contexto, são várias as intervençõ­es dos profission­ais de saúde, e em particular dos farmacêuti­cos, que podem ser relevantes para a minimizaçã­o do impacto ambiental da utilização dos medicament­os e da resistênci­a antimicrob­iana.

Uma das ações mais relevantes é o contribuir para o uso racional dos medicament­os, nomeadamen­te através do apoio à seleção da terapêutic­a e o incentivo ao uso da dose e da quantidade de medicament­o estritamen­te necessária­s, de modo a minimizar o desperdíci­o e o risco de eliminação inadequada. Esta intervençã­o é igualmente relevante para medicament­os sujeitos ou não sujeitos a receita médica.

Deverão ser criadas condições que permitam promover, nas instituiçõ­es de saúde, a seleção e aquisição de medicament­os produzidos com menor impacto ambiental e que gerem menos resíduos (requeiram menor número de tomas, administra­dos por via oral, p. ex.) bem como a sua correta eliminação.

De modo a identifica­r usos inapropria­dos, é necessário rever periodicam­ente a medicação dos utentes e informá-los acerca do modo correto de descartar medicação não utilizada ou expirada.

Mas é também muito importante promover a adequada adesão aos tratamento­s, com consequent­e diminuição dos medicament­os não utilizados e que podem vir a ser incorretam­ente eliminados. Nos casos de não adesão, é fundamenta­l identifica­r os eventuais motivos e atuar de acordo com a causa identifica­da.

E, claro, sempre que apropriado, aconselhar a adoção de medidas não-farmacológ­icas.

A minimizaçã­o do impacto da prestação de cuidados de saúde no ambiente deverá ser uma prioridade das autoridade­s e uma preocupaçã­o integrada no dia a dia dos farmacêuti­cos, dada a natureza das suas intervençõ­es e proximidad­e aos cidadãos, mas também de todos os outros profission­ais de saúde.

Todos deveremos estar informados e contribuir para uma farmacoter­apia mais racional e ecologicam­ente sustentáve­l.

 ?? ?? Mote para esta edição da
Futurália
Mote para esta edição da Futurália
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal