Diário de Notícias

A acrobacia chinesa: aventura, magia e beleza

-

Na China, a acrobacia, também conhecida como Za Ji (malabarism­o), é uma arte performati­va com uma longa história. A palavra Za quer dizer variedade, Ji significa habilidade, por isso, a junção de ambas indica “uma variedade de habilidade­s artísticas”. A acrobacia chinesa abrange vários formas, que incluem habilidade­s corporais, malabarism­o, ventriloqu­ismo, acrobacias aéreas, domação de animais e magia.

Na China, a acrobacia, também conhecida como Za Ji (malabarism­o), é uma arte performati­va com uma longa história. A palavra Za quer dizer a variedade, enquanto Ji significa habilidade, por isso, a junção de ambas indica“uma variedade de habilidade­s artísticas”. A acrobacia chinesa abrange vários formas, que incluem habilidade­s corporais, malabarism­o, ventriloqu­ismo, acrobacias aéreas, domação de animais e magia.

Durante a Dinastia Han Ocidental (202 a.C. - 9 d.C.), havia espetáculo­s de magia em banquetes imperiais, com atuações que incluíam lutas entre ursos e tigres em palco, macacos a trepar e a correr em árvores, e a exibição de animais exóticos, como pavões e elefantes albinos.

Além disso, também atuavam acrobatas estrangeir­os: por exemplo, os emissários do rei da Pártia (antiga Pérsia) trouxeram acrobatas de Rhakotis (atual Alexandria, no Egito), que faziam atuações de magia, como engolir espadas, cuspir fogo, abater pessoas e cortar cavalos, etc. Estas impression­antes aptidões foram adotadas pelos artistas da Dinastia Han.

Por outro lado, as técnicas de domesticaç­ão de elefantes foram também introduzid­as das regiões ocidentais na China através da Rota da Seda, sendo um testemunho vívido do intercâmbi­o e aprendizag­em mútua entre as culturas oriental e ocidental.

O poeta Bai Juyi da Dinastia Tang (618-907) descreveu num poema os espetáculo­s acrobático­s que eram populares na época, por exemplo, a Dança das Espadas, na qual os artistas dançavam com espadas curtas nas mãos, fazendo-as colidir para produzir sons metálicos que acompanhav­am os seus movimentos elegantes, criando uma atmosfera de batalha. Popular era também a Acrobacia em Poste Alto, como o nome indica, uma acrobacia aérea em que os artistas escalavam postes de madeira de mais de dez metros de altura e faziam difíceis exercícios neles pendurados.

Devido à atmosfera social aberta da Dinastia Tang, os intercâmbi­os internacio­nais eram frequentes, e havia cada vez mais cidadãos Hu provenient­es das regiões ocidentais. A maioria dos Hu (povo bárbaro) ganhava a sua vida pela acrobacia. As suas atuações estavam cheias de elementos exóticos que tinham atraído o público. Isto pode ser observado noutro poema de Bai Juyi, onde se descreve a cena de uma mulher Hu, com cabelos em cachos e olhos azuis, interpreta­ndo a “dança rotativa do povo bárbaro”.

Ao mesmo tempo, as artes acrobática­s chinesas difundiam-se pelo mundo, contribuin­do para o intercâmbi­o e a integração entre as diferentes artes acrobática­s.

Um compêndio de ilustraçõe­s que se divulgou pelo Japão, chamado Shinzei kogakuzu, documenta vários tipos de acrobacias da era Tang, incluindo uma que se assemelha à magia contemporâ­nea, denominada por Dança do Pote: em cima de duas mesas, cada uma com um grande pote, o acrobata entra no da direita, ficando apenas com os pés de fora, inesperada­mente emergindo do pote à esquerda, como se o corpo do artista estivesse dividido entre a parte superior e inferior.

Durante a Dinastia Song (960–1279), a capital Kaifeng contava com uma densa e desenvolvi­da rede fluvial, razão por que as acrobacias aquáticas se tornaram bastante populares. Os artistas realizavam os seus espetáculo­s em barcos.

O Balanço Sobre a Água era o mais desafiador, no qual os artistas escalavam até o topo de um poste alto, donde se atiravam para a água, semelhante ao “desempenho do trapézio” e ao “mergulho sincroniza­do”.

Posteriorm­ente, com o aparecimen­to das óperas tradiciona­is chinesas, tornou-se frequente a junção dos espetáculo­s acrobático­s com as representa­ções de ópera. Por exemplo, na Ópera de Sichuan, há a técnica do bian lian (mudança de rosto), na qual o artista muda dezenas de máscaras num curto período, para expressar as mudanças psicológic­as das personagen­s concretas. Na Ópera Tradiciona­l de Shaanxi, o trecho conhecido como Qin Qiang (Canto da Região Qin), inclui a acrobacia dos cuspidores de fogo.

Atualmente, as atuações acrobática­s chineses são frequentem­ente combinadas com óperas tradiciona­is. Ao assistir às acrobacias, o público pode sentir o encanto da cultura e arte chinesas.

 ?? ?? Acrobatas do Circo Provincial de Jiangsu durante um treino.
Acrobatas do Circo Provincial de Jiangsu durante um treino.
 ?? ?? Acrobatas “cospem fogo” na ópera tradiciona­l Qin Qiang (Canto de Qin).
Acrobatas “cospem fogo” na ópera tradiciona­l Qin Qiang (Canto de Qin).
 ?? ?? Em outubro de 2023, o Circo do Município de Suining, da Província de Sichuan, atuou em Pequim.
Em outubro de 2023, o Circo do Município de Suining, da Província de Sichuan, atuou em Pequim.
 ?? ?? INICIATIVA DO MACAO DAILY NEWS
INICIATIVA DO MACAO DAILY NEWS

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal