Pressão aumenta para que Israel dê passagem a ajuda humanitária
Tribunal de Haia e alto comissário dos direitos humanos da ONU criticam Telavive e pedem medidas depois de relatora especial acusar israelitas de “atos genocidas”.
OTribunal
Internacional de Justiça (TIJ) ordenou novas medidas provisórias a Israel, indicando que permita ajuda humanitária aos palestinianos que sobrevivem em condições cada vez mais difíceis na Faixa de Gaza. Telavive anunciou a passagem de mais de 200 camiões com assistência e 19 com comida em específico para o norte do enclave.
“Israel deve tomar todas as medidas necessárias e eficazes para garantir, sem demora a prestação sem entraves dos serviços básicos e da assistência humanitária urgentemente necessários” em Gaza, afirmou o TIJ. Os juízes explicaram que a assistência humanitária inclui alimentos, água, eletricidade, combustível, abrigos, vestuário, higiene e saneamento, bem como material médico e cuidados médicos. “Os palestinianos em Gaza já não enfrentam apenas o risco de fome, a fome está a instalar-se”, afirmou o tribunal .
O tribunal ordena igualmente a Israel que garanta que as forças armadas “não cometam atos” que violem a Convenção sobre o Genocídio, “nomeadamente impedindo, através de qualquer ação, a prestação de assistência humanitária urgentemente necessária”, e ordena a Israel que apresente um relatório ao tribunal no prazo de um mês.
Também na quinta-feira, o alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos, Volker Türk, em entrevista à BBC queixou-se de que “há muita burocracia e obstáculos” para a assistência aos palestinianos, afirmando que “Israel tem uma grande quota-parte de culpa”. Perante o que se passa no terreno, disse que a fome como uma arma de guerra é “uma alegação plausível” em Gaza. Na terça-feira, a relatora especial da ONU Francesca Albanese acusou Telavive de “atos genocidas” no seu mais recente relatório sobre os territórios palestinianos.
A presidência sul-africana – foi Pretória quem apresentou o caso em Haia – congratulou-se com as novas ordens do TIJ, afirmando que a evolução das circunstâncias justifica novas estratégias. “O facto de as mortes dos palestinianos não serem causadas apenas por bombardeamentos e ataques terrestres, mas também por doenças e fome, indica a necessidade de proteger o direito do grupo à existência”, afirmou em comunicado.
EI quer ataques no Ocidente
O porta-voz do Estado Islâmico apelou para que “lobos solitários” ataquem alvos judaicos na Europa e nos Estados Unidos para se vingarem de Gaza. O grupo terrorista, que reivindicou o ataque de há uma semana nos subúrbios de Moscovo, elogiou as suas filiais em todo o mundo, tendo dado ênfase às que visam os cristãos em África.