Diário de Notícias

Queixa contra irregulari­dades nos horários dos professore­s

Federação sindical fala em abuso na ultrapassa­gem das 35 horas semanais, questão que mais desgaste físico e psicológic­o causa aos docentes.

- LUSA

AFederação Nacional dos Professore­s (FENPROF) denunciou ontem à Inspeção-Geral da Educação e Ciência (IGEC) que há docentes a ultrapassa­rem as 35 horas semanais, alertando para irregulari­dades nos horários de trabalho.

“As ilegalidad­es são muitas. Desde os abusos na componente letiva e na componente não-letiva até à ultrapassa­gem das 35 horas [de trabalho semanal]. Tivemos um inquérito no 2.º e 3º ciclos em que se percebeu que os professore­s trabalham mais de 50 horas por semana”, afirmou o secretário-adjunto da FENPROF, José Feliciano Costa, num vídeo divulgado no YouTube.

A FENPROF esteve ontem reunida com a IGEC em Lisboa, num encontro em que expôs “um conjunto de dossiês” que já tinham sido entregues ao ainda ministro da Educação, João Costa. “O que dissemos foi que só por vontade política esta situação é que ainda não foi resolvida”, disse o sindicalis­ta.

Admitindo um papel limitado na interferên­cia da IGEC na resolução das queixas dos professore­s, a FENPROF lembrou que as irregulari­dades nos horários e nas condições de trabalho dos docentes são “uma das questões que mais desgaste físico e emocional causa aos professore­s nas escolas”. “Nós também percebemos que a Inspeção [IGEC] tem aqui um papel reduzido, ou seja, atua quando há queixa, mas, de facto, esta situação já devia ter sido resolvida (...) pelo ministro, pelo senhor secretário de Estado. É [também] um alerta que deixámos ao próximo Governo – que queremos a resolução desta questão dos horários. Não vamos abdicar de continuar a insistir”, salientou.

A FENPROF destacou ainda as tarefas atribuídas à margem do conteúdo funcional da profissão docente, como o apoio ou manutenção de equipament­os tecnológic­os, bem como de suporte técnico a provas digitais, e a constituiç­ão ilegal de turmas, designadam­ente no que respeita ao número quando estas integram alunos com necessidad­es educativas especiais.

José Feliciano Costa acrescento­u que há uma petição “para a resolução destes problemas” que tem estado a circular nas escolas e que será brevemente entregue na Assembleia da República.

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