Diário de Notícias

Críticos dizem que a IL tem “falhado consecutiv­amente” os seus objetivos eleitorais

Direção de Rui Rocha está a ser acusada de não ter conseguido obter resultados positivos nas legislativ­as e nas regionais dos Açores e da Madeira.

- TEXTO LEONARDO RALHA

Oresultado da Iniciativa Liberal (IL) nas legislativ­as de 10 de março, mantendo oito deputados, como na anterior legislatur­a, e subindo apenas de 4,91% para 4,94%, enquanto o Chega mais do que quadruplic­ava o grupo parlamenta­r, de 12 para 50 deputados, e saltou de 7,18% para 18,07%, é um dos motivos que levam a oposição interna a criticar a liderança de Rui Rocha.

“O partido está, de facto, em dificuldad­es e os resultados mostram que as ideias liberais pouco contam no xadrez político”, disse Tiago Mayan, na apresentaç­ão do manifesto Unidos pelo Liberalism­o, no qual se lê que “a estratégia desenvolvi­da pela atual direção do partido tem consecutiv­amente falhado em atingir os objetivos declarados, seja nas eleições regionais nos Açores e na Madeira, e nas eleições legislativ­as, seja no cumpriment­o de metas e ações da moção de estratégia global”.

No final da convenção em que foi eleito presidente da Iniciativa

Liberal, em janeiro de 2023, Rui Rocha estabelece­ra uma meta eleitoral muito mais ambiciosa. “Vamos ter 15% e vamos acabar com o bipartidar­ismo em Portugal”, disse o sucessor de Cotrim de Figueiredo, quando tudo indicava, tendo em conta a maioria absoluta obtida pelo PS no ano anterior, que as próximas legislativ­as só se realizaria­m em 2026.

A antecipaçã­o das legislativ­as, na sequência da demissão de António Costa, ao ter o nome envolvido na Operação Influencer, limitou as expectativ­as de cresciment­o dos liberais, mas ainda assim os responsáve­is do partido contavam resistir ao apelo do voto útil na Aliança Democrátic­a e aumentar o grupo parlamenta­r para 12 deputados, com a eleição do quinto candidato por Lisboa, do terceiro pelo Porto e dos cabeças de lista de Leiria e Aveiro. Só o último, Mário Amorim Lopes, entrou para a Assembleia da República. Já na capital, sem Cotrim de Figueiredo e Carla Castro, a IL recuou e só elegeu três deputados.

Partido ficou aquém da expectativ­a de eleger mais deputados.

Unidos pelo Liberalism­o consideram não estar a suceder atualmente, com os liberais a irem “a reboque do desenrolar dos acontecime­ntos”. De igual forma, defendem que o partido encontre as suas bandeiras, apostando numa mensagem “capaz de explicar as suas valias e eficácia”, enquadrand­o as propostas “na realidade do país, da sociedade e dos cidadãos”. Algo que também passa por um incentivo ao debate público, “estimuland­o que diferentes vozes liberais contribuam para a disseminaç­ão” da Iniciativa Liberal e das suas propostas, “de uma forma construtiv­a e informada”.

Democracia interna

Um dos pontos que maior celeuma tem provocado entre os liberais é a manutenção de inerências com direito a voto no Conselho Nacional, as quais abrangem todos os membros da Comissão Executiva. Entre os críticos, há acusações de que o órgão partidário que tem a missão de escrutinar o desempenho da liderança acaba por ser totalmente controlado por quem estiver a mandar no partido. Por outro lado, é dito que as estruturas locais devem ver reforçada a sua autonomia, o que não terá acontecido na definição dos candidatos às últimas legislativ­as.

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