Novo ministro decide esta semana sobre provas digitais
Diretores de escolas reuniram com o novo responsável e esperam que Fernando Alexandre reverta decisão do anterior Governo.
Filinto Lima saiu da reunião com o novo ministro da Educação com uma“nota positiva” e esperançado em que Fernando Alexandre reverta a decisão do anterior Governo, que impôs a realização das provas nacionais do9.º ano de escolaridade em formato digital, neste ano letivo, juntando-se às provas de aferição de2.º,5.ºe8.º anos, que já no ano letivo anterior foram realizadas em formato eletrónico.
Ao DN, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) deu conta de uma reunião positiva, em que o atual titular da pasta da Educação mostrou “sensibilidade” face aos argumentos apresentados para pedir a reversão dos exames digitais e prometeu uma decisão “ainda para esta semana”, referiu Filinto Lima. De resto, já de manhã, à margem de um debate sobre o 25 de Abril em que acompanhou o Presidente da República, no Porto, o ministro Fernando Alexandre deixara já esse compromisso, de forma pública: “Teremos de tomar esta decisão esta semana e não adiar mais.”
Segundo o DN apurou, a reversão do formato poderá ser anunciada após a aprovação do Programa do Governo, que será debatido na Assembleia da República nos próximos dias 11 e 12, quinta e sexta-feira. Mas Fernando Alexandre não se comprometeu ainda com qualquer decisão, na reunião mantida com os diretores escolares, de acordo com Filinto Lima :“Ficou de ouvir mais representantes e entidades educativas e avaliaras condições para a realização dos exames num ou noutro formato.”
O presidente da ANDAEP insiste que o que está em causa nãoéa transição digital .“O caminho futuroé esse e o ministro deixou claro que é muito favorável a isso, tal como nós”, disse Filinto Lima ao DN. O que leva o representante dos diretores de escolas a pedir a reversão para o formato papel este ano “são os constrangimentos detetados em várias escolas, que fazem com que possa estar em causa o princípio de equidade no acessoà realização das provas ”.“Temos nas escolas computadores ava ria dosà espera de serem reparados, há alunos sem computadores há vários meses, porque não há técnicos para reparar os equipamentos”, reforça o dirigente.
A garantia de equidade entre os alunos tinha sido já uma preocupação evidenciada pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação na sua intervenção perante os jornalistas, de manhã, no Porto, onde se queixou da falta de um plano B por parte do seu antecessor no ministério. “É preciso garantir equidade entre todos os alunos. O Governo anterior não deixou nenhum plano B. Por exemplo, questões logísticas: se for necessário papel para realizar os exames em papel, esse papel, neste momento, não existe”, lamentou Fernando Alexandre, que reconheceu“urgência em tomar uma decisão”.
“Estamos a recolher mais informação para termos o máximo de informação e garantirmos que os estudantes vão poder, em todo o território nacional, realizar as provas em condições de equidade. Nenhum aluno pode ser prejudicado pelo facto de a sua escola não ter as condições adequadas”, concluiu.
Na reunião mantidaàtard eco mos diretores de escolas, houve espaço ainda para abordar outros“constrangimentos” atuais na Educação, “como a escassez de professores, a devolução do tempo de carreira aos docentes ou a avaliação”, disse ao DN Filinto Lima, que registou a“disponibilidade”demonstrada pelo novo ministro para“continuara debater os temas dose torem reuniões futuras ”.
“O Governo anterior não deixou nenhum plano B. Por exemplo, questões logísticas: se for necessário realizar os exames em papel, esse papel, neste momento, não existe”, lamentou o ministro.
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