Paddy Cosgrave anuncia o regresso à liderança da Web Summit
Fundador do grande evento tecnológico retoma o comando, seis meses depois de se ter afastado devido ao boicote israelita, pela sua posição contra a guerra em Gaza. Apesar da ausência de Cosgrave na última edição, em Lisboa, a Web Summit avançou com um rec
Ofundador da Web Summit, o irlandês Paddy Cosgrave, recorreu ontem à rede social X (ex-Twitter) para revelar que voltou a assumir o cargo de presidente executivo da cimeira tecnológica.
“Hoje regresso como CEO da Web Summit”, escreveu na publicação, a uma semana do evento que se vai realizar, pela segunda vez, no Rio de Janeiro, e seis meses depois de ter deixado o cargo, na sequência de comentários que fez sobre a resposta de Israel ao ataque do Hamas, tendo culminado com o boicote israelita e a ausência das grandes tecnológicas.
“Quando saí no ano passado, foi a primeira vez que tirei uma folga em 15 anos. Deu-me tempo para pensar sobre a Web Summit, na sua história, como comecei tudo sozinho no meu quarto e o que queria que fosse”, lê-se no texto que ontem publicou.
Durante o tempo do afastamento, descreve ter aproveitado “para recuperar a ligação com antigos amigos da Web Summit”, ouvindo-os sobre “o que tinham a dizer e o que queriam da Web Summit”.
Em retrospetiva, recordou que “alguns avanços tecnológicos incríveis, relacionamentos, parcerias e empresas cresceram a partir” dos eventos que organizou, mas deixou também palavras para o futuro: “Quero continuar a desenvolver isso.”
Segundo o que escreveu, a ideia é, por um lado, “construir comunidades ainda mais fortes dentro da Web Summit” e, por outro, tornar o encontro “mais pequeno para quem comparece, mais íntimo, mais acolhedor, mais focado na comunidade”.
E reforçou: “Estou incrivelmente entusiasmado com o futuro e terei mais para partilhar.”
Ausências
A rede social X já tinha sido o meio usado para, em outubro do ano passado, se pronunciar sobre o conflito no Médio Oriente, deixando claro: “Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são.”
Paddy Cosgrave disse querer “continuar a construir” o projeto da Web Summit.
Dor Shappiro, embaixador de Israel em Portugal, reagiu ao que considerou serem “declarações ultrajantes” e disse que o país não iria marcar presença no evento internacional.
A decisão provocou uma reação em cadeia quase imediata: Amazon, Alphabet, Meta, Siemens, IBM e Intel vieram a público comunicar que também iriam desistir da participação já agendada.
A demissão de Paddy Cosgrave foi anunciada no dia 21 de outubro, a escassas semanas da cimeira, que decorreu entre 13 e 16 de novembro, em Lisboa.
Mudanças
A sua sucessora, Katherine Maher, conhecida quase em cima da data do evento, manteve-se no cargo até ao dia 1 de março, emde
bora a sua saída tenha sido anunciada no dia 25 de janeiro.
Depois de ter trabalhado com o Banco Mundial e com a Unicef, assumiu, a 25 de março, a função
presidente executiva da National Public Radio (NPR), a rádio pública dos Estados Unidos.
Apesar da ausência de Cosgrave na última edição, a Web Summit avançou com um recorde de 2700 startups, vindas de mais de 85 países, permitindo ligar os mais de 800 investidores a empreendedores de todo o mundo.
Eram esperadas cerca de 70 mil pessoas na Feira Internacional de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, onde foram acolhidas por cerca de seis mil trabalhadores e voluntários.
Ontem, nem a Startup Portugal, nem a Startup Lisboa estiveram disponíveis para comentar o regresso de Paddy Cosgrave.
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