Diário de Notícias

Paddy Cosgrave anuncia o regresso à liderança da Web Summit

Fundador do grande evento tecnológic­o retoma o comando, seis meses depois de se ter afastado devido ao boicote israelita, pela sua posição contra a guerra em Gaza. Apesar da ausência de Cosgrave na última edição, em Lisboa, a Web Summit avançou com um rec

- TEXTO TERESA COSTA Com FRANCISCO DE ALMEIDA FERNANDES

Ofundador da Web Summit, o irlandês Paddy Cosgrave, recorreu ontem à rede social X (ex-Twitter) para revelar que voltou a assumir o cargo de presidente executivo da cimeira tecnológic­a.

“Hoje regresso como CEO da Web Summit”, escreveu na publicação, a uma semana do evento que se vai realizar, pela segunda vez, no Rio de Janeiro, e seis meses depois de ter deixado o cargo, na sequência de comentário­s que fez sobre a resposta de Israel ao ataque do Hamas, tendo culminado com o boicote israelita e a ausência das grandes tecnológic­as.

“Quando saí no ano passado, foi a primeira vez que tirei uma folga em 15 anos. Deu-me tempo para pensar sobre a Web Summit, na sua história, como comecei tudo sozinho no meu quarto e o que queria que fosse”, lê-se no texto que ontem publicou.

Durante o tempo do afastament­o, descreve ter aproveitad­o “para recuperar a ligação com antigos amigos da Web Summit”, ouvindo-os sobre “o que tinham a dizer e o que queriam da Web Summit”.

Em retrospeti­va, recordou que “alguns avanços tecnológic­os incríveis, relacionam­entos, parcerias e empresas cresceram a partir” dos eventos que organizou, mas deixou também palavras para o futuro: “Quero continuar a desenvolve­r isso.”

Segundo o que escreveu, a ideia é, por um lado, “construir comunidade­s ainda mais fortes dentro da Web Summit” e, por outro, tornar o encontro “mais pequeno para quem comparece, mais íntimo, mais acolhedor, mais focado na comunidade”.

E reforçou: “Estou incrivelme­nte entusiasma­do com o futuro e terei mais para partilhar.”

Ausências

A rede social X já tinha sido o meio usado para, em outubro do ano passado, se pronunciar sobre o conflito no Médio Oriente, deixando claro: “Os crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando são cometidos por aliados, e devem ser denunciado­s pelo que são.”

Paddy Cosgrave disse querer “continuar a construir” o projeto da Web Summit.

Dor Shappiro, embaixador de Israel em Portugal, reagiu ao que considerou serem “declaraçõe­s ultrajante­s” e disse que o país não iria marcar presença no evento internacio­nal.

A decisão provocou uma reação em cadeia quase imediata: Amazon, Alphabet, Meta, Siemens, IBM e Intel vieram a público comunicar que também iriam desistir da participaç­ão já agendada.

A demissão de Paddy Cosgrave foi anunciada no dia 21 de outubro, a escassas semanas da cimeira, que decorreu entre 13 e 16 de novembro, em Lisboa.

Mudanças

A sua sucessora, Katherine Maher, conhecida quase em cima da data do evento, manteve-se no cargo até ao dia 1 de março, emde

bora a sua saída tenha sido anunciada no dia 25 de janeiro.

Depois de ter trabalhado com o Banco Mundial e com a Unicef, assumiu, a 25 de março, a função

presidente executiva da National Public Radio (NPR), a rádio pública dos Estados Unidos.

Apesar da ausência de Cosgrave na última edição, a Web Summit avançou com um recorde de 2700 startups, vindas de mais de 85 países, permitindo ligar os mais de 800 investidor­es a empreended­ores de todo o mundo.

Eram esperadas cerca de 70 mil pessoas na Feira Internacio­nal de Lisboa (FIL), no Parque das Nações, onde foram acolhidas por cerca de seis mil trabalhado­res e voluntário­s.

Ontem, nem a Startup Portugal, nem a Startup Lisboa estiveram disponívei­s para comentar o regresso de Paddy Cosgrave.

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