Diário de Notícias

Páscoa sob vigilância militar em Jerusalém

- TEXTO ISABEL LARANJO

Oclima era de inseguranç­a no Médio Oriente. No dia anterior a esta Sexta-Feira Santa, de há 50 anos, 21 pessoas tinham perdido a vida durante um ataque de um grupo de árabes a um edifício israelita, na fronteira junto ao Líbano. Ainda assim, a Páscoa era celebrada na cidade de Jerusalém. Sob proteção de soldados: Milhares de peregrinos percorrera­m a Via-Sacra na cidade velha de Jerusalém, titulava o DN.

“As medidas de segurança como é habitual durante a Semana Santa são muito severas, especialme­nte depois do ataque de guerrilhei­ros árabes registado ontem, do qual resultou a morte de 18 pessoas [civis]”, podia ler-se. “Soldados israelitas armados com metralhado­ras patrulham a cidade entre os milhares de peregrinos, tentando impedir um ataque-surpresa.”

Ainda na mesma notícia, era atualizado o estado de saúde do Papa e dada conta das cerimónias da Páscoa, no Vaticano. “Paulo VI, ainda ligeiramen­te enfraqueci­do por duas gripes consecutiv­as, chefiou hoje mais de 600 milhões de Católicos de todo o Mundo nas cerimónias religiosas da Sexta-Feira Santa”.

Mesmo presente nas cerimónias, Paulo VI resguardav­a-se, devido à sua saúde debilitada. “O Pontífice, de 76 anos, seguindo o conselho do seu médico, cancelou a sua participaç­ão num serviço litúrgico na Basílica de S. Pedro”. Contudo, o Papa quis manter alguma atividade: “(...) Informador­es do Vaticano declararam que o Papa se recusou firmemente a deixar de participar na Procissão da Cruz no Coliseu de Roma (...). O Papa transporta­rá uma cruz de dois metros ao longo de um percurso de 55 metros”.

Em França, François Mitterrand expunha os seus pontos de vista, durante a campanha eleitoral para a presidênci­a do país. “Mitterrand admite que a França deixe a NATO se ele for eleito presidente: o leader da esquerda teria convencido os comunistas a moderarem a sua política externa.”

Os Estados Unidos davam apoio militar a Israel. “Mísseis americanos capazes de destruírem armas antiaéreas dirigidas pelo radar estão a ser enviadas para Israel”. Nisto, o presidente egípcio Sadat revelava, em relação à Guerra de Outubro (ocorrida no ano anterior), que “Moscovo fez várias tentativas para obter o cessar-fogo.”

 ?? ?? ISRAEL Após o ataque a um prédio, na fronteira de Israel com o Líbano, celebrava-se a Páscoa, sob apertada vigilância militar israelita, em Jerusalém. Em Roma, mesmo doente, Paulo VI presidia às cerimónias pascais. Mitterrand admitia uma saída da NATO caso vencesse as eleições presidenci­ais.
ISRAEL Após o ataque a um prédio, na fronteira de Israel com o Líbano, celebrava-se a Páscoa, sob apertada vigilância militar israelita, em Jerusalém. Em Roma, mesmo doente, Paulo VI presidia às cerimónias pascais. Mitterrand admitia uma saída da NATO caso vencesse as eleições presidenci­ais.

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