EUA aproximam porta-aviões de Israel em alerta para ataque do Irão
Washington está a “mobilizar ativos adicionais”, considerando “real e credível” a ameaça iraniana. Portugal, como outros países, atualizou os alertas aos viajantes para a região.
Os EUA anunciaram ontem que estão a “mobilizar ativos adicionais” para o Médio Oriente para “reforçar os esforços de dissuasão e aumentar a proteção das forças norte-americanas”. O anúncio, feito por um responsável de Defesa em Washington citado pela AFP, surge numa altura em que a Casa Branca considera “real e credível” a ameaça do Irão de atacar Israel em represália pelo ataque ao consulado iraniano em Damasco, no início do mês.
Segundo The Times of Israel,o porta-aviões USS Dwight Eisenhower terá navegado para norte no MarVermelho, aproximando-se de Israel, tendo capacidade para intercetar eventuais mísseis ou drones iranianos. O porta-aviões foi enviado para o Mediterrâneo após o ataque terrorista do Hamas, a 7 de outubro, tendo em novembro cruzado o Canal do Suez, para o Mar Vermelho. Esteve ativo na resposta aos ataques dos rebeldes Houthis, do Iémen,contra os navios comerciais.
Não é claro se a “mobilização de ativos adicionais” anunciada a partir deWashington se refere ao eventual reposicionamento do USS Dwight Eisenhower. Mas a região está em alerta para a retaliação iraniana ao ataque contra a sua embaixada em Damasco, que matou dois generais. Ontem à noite, oWall Street Journal dizia que o ataque poderia acontecer em 24 ou 48 horas. Contudo, o mesmo jornal citava outra fonte que dizia que a liderança iraniana ainda não tinha tomado uma “decisão final”.
Israel diz-se preparado. “Estamos em guerra há seis meses e lidámos com todas as ameaças existentes. A nossa Defesa está pronta e sabe como responder a cada ameaça individual. Estamos também preparados para atacar, com uma variedade de capacidades, para proteger os cidadãos de Israel”, disse ontem o porta-voz das Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), Daniel Hagari. “O Irão está a escalar, a pressionar por uma escalada regional. Saberemos como lidar com a ameaça iraniana. Estamos bem preparados e saberemos responder a qualquer coisa.”
O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, afirmou que Israel
Um mural anti-israelita em Teerão, onde se lê, em persa “Morre deste medo”.
está “lado a lado” com os EUA depois de se ter reunido com o chefe do Comando Central dos EUA, o general Michael Kurilla.
Alertas aos viajantes
A Embaixada dos EUA em Israel emitiu um alerta de segurança aos seus cidadãos. Por uma “abundância de precaução”, proíbe os funcionários da Administração Norte-Americana e os familiares de fazer “viagens pessoais para fora das Zonas Metropolitanas de Telavive, Jerusalém e Be’er Sheva até aviso em contrário”. Outros países, como Canadá, Reino Unido e Austrália também desaconselham viagens à região, com a França a ordenar o regresso dos seus diplomatas do Irão.
Em Portugal, também o site dos Conselhos aos Viajantes foi ontem atualizado, com fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros a dizer ao DN que a “reavaliação é constante”. No caso de Israel e dos Territórios Palestinianos Ocupados, “considerando o estado de guerra desde 7 de outubro e as ameaças recentes a Israel, e tendo em conta os riscos de evolução do conflito, devem continuar a evitar-se todas as viagens não-essenciais a Israel”.
Pede-se ainda aos cidadãos portugueses que sigam as indicações