Viver um conto de fadas no Castelo de Sortelha
O espaço histórico, no Distrito da Guarda, já abriu sete de 17 unidades de alojamento turístico.
Osonho de viver um conto de fadas num castelo poderá ser tornado realidade. O Castelo de Sortelha, na aldeia com o mesmo nome, no Distrito da Guarda, já abriu sete de 17 unidades de alojamento turístico dentro das suas muralhas.
Pelo Castelo de Sortelha passaram tanto romanos, mouros e visigodos, como reis portugueses. Considerado Monumento Nacional desde 1910, esteve envolvido em diversas operações militares contra as forças de Castela e mais tarde contra os Exércitos franceses de Napoleão. Agora, é possível passar lá uma noite.
O novo projeto do Story Studio implicou um investimento de dois milhões de euros e é assinado pelo arquiteto Gonçalo Louro. Foram reabilitadas várias estruturas em 17 unidades de alojamento turístico, algumas das quais se encontravam-se em ruínas.
“O nosso objetivo é conseguir levar mais pessoas a Sortelha, conseguir que as pessoas fiquem mais tempo e conheçam a região. Nós estamos, assim, a desenvolver e a fazer conhecer a própria região. Depois, no futuro, se tudo correr bem, fazer crescer o projeto”, diz Márcia Vilar, promotora do projeto Story Studio, em conversa com DN por chamada telefónica.
O projeto surgiu em 2017 com um primeiro alojamento, que pertencia a Márcia Vilar, no Centro Histórico de Coimbra. “Inicialmente, experimentámos o modelo de negócio lá. Depois, fomos convidados a participar na Call 202020 – Turismo Territórios Baixa Densidade de Turismo Fundos, pelas aldeias históricas e turismo de fundos, para uma apresentação em Sortelha”, explica a promotora, acrescentando que o processo de renovação demorou cerca de dois anos e dez unidades ainda estão a ser finalizadas.
Em conjunto, as unidades têm capacidade para um total de 56 hóspedes e incluem kitchenette equipada e lareira a bioetanol. Os estúdios T0 são um espaço pequeno, mas acolhedor, com uma cama de casal. Os T1 recebem de 3 a 4 pessoas com o quarto com cama de casal ou duas camas individuais e a sala com sofá-cama individual ou de casal. Já os T2 conseguem acolher até 6 hóspedes, nos dois quartos, um com cama de casal e outro com duas camas individuais, e na sala, com sofá-cama duplo.
A decoração interior é da autoria da arquiteta de interiores Teresa Pinto Ribeiro, que procurou usar materiais locais.
“Este projeto leva para lá uma maior procura, maior dinâmica, quer dizer, o negócio vai trazendo os outros. Os pequenos operadores, os pequenos comerciantes, também vão, no fundo, ganhar com isso. Esperamos que toda aquela localidade ganhe com isso”, sublinha.
Para Márcia Vilar os maiores desafios deste projeto foram a negociação, devido a oito unidades pertencerem a várias gerações, e a própria construção do espaço. “Há muitas questões que têm de ser tidas em conta numa aldeia histórica, como questões arqueológicas que têm que ser cumpridas e preservadas. Depois, na própria reconstrução, não se pode alterar nenhum traço. Não é a mesma coisa que construir um edifício”, acrescenta.
O preço da estadia varia de 110 a 320 euros por noite.