Diário de Notícias

NOTAS PARLAMENTA­RES

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VOTAÇÕES QUASE IGUAIS

As duas moções de rejeição ao Programa do Governo só tiveram 13 votos favoráveis, entre as duas bancadas proponente­s (PCP e Bloco de Esquerda) e a do Livre. Com a diferença de que, no caso da moção do PCP, a deputada única do PAN, Inês de Sousa Real, acompanhou a direita (PSD, Chega, Iniciativa Liberal e CDS-PP) na rejeição. Logo a seguir, juntou-se ao PS e absteve-se na moção de rejeição bloquista.

DOIS DEPUTADOS AUSENTES A votação das moções de rejeição, após a intervençã­o do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeir­os, Paulo Rangel, envolveu 228 deputados. Faltaram o socialista Sérgio Sousa Pinto, do PS, e José Dias Fernandes, eleito do Chega pelo Círculo da Europa.

SECRETÁRIO­S NA TRIBUNA

O Governo ocupou a sua tribuna, com Luís Montenegro ao centro, entre os ministros de Estado: Miranda Sarmento (Finanças) e Paulo Rangel (Negócios Estrangeir­os). Num extremo ficaram Dalila Rodrigues (Cultura), Margarida Balseiro Lopes (Juventude) e Rosário Palma Ramalho (Trabalho), enquanto do outro sentaram-se os secretário­s de Estado Ana Isabel Xavier e Telmo Correia, substituin­do em parte do debate Nuno Melo (Defesa) e Margarida Blasco (Administra­ção Interna).

DUELO DE CITAÇÕES

Depois de Luís Montenegro citar José Saramago na véspera, André Ventura respondeu-lhe com “o nosso maior” Camões, recitando “cesse tudo o que a musa antiga canta/ que outro valor mais alto se alevanta”. E ainda houve tempo para o líder parlamenta­r do PSD, Hugo Soares, recorrer à fadista Mariza (“Algo que me diz que a tormenta passará”) antes de Paulo Rangel encerrar o debate com Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa: “Este é o dia, esta é a hora, este o momento, isto é quem somos, e é tudo.”

EX-MINISTROS NO FUNDO

Os ex-governante­s socialista­s estiveram em peso no hemiciclo, mas separados. A antiga ministra da Habitação, Marina Gonçalves, sentou-se na primeira fila, perto de Pedro Nuno Santos, enquanto Ana Catarina Mendes (Assuntos Parlamenta­res), Fernando Medina (Finanças) e Manuel Pizarro (Saúde) se juntaram na última fila. Já o ex-ministro da Administra­ção Interna, José Luís Carneiro, optou por ficar a meio.

TOLERÂNCIA PARA O PAN

O presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, não conseguiu que a sessão arrancasse às 10.00 horas, pois a primeira a falar, Inês de Sousa Real, não estava presente. Tudo se resolveu com a chegada da porta-voz do PAN, vítima de “um ligeiro percalço”.

MICROFONE SEMPRE LIGADO A “regra dos 15 segundos”, pela qual o microfone seria desligado automatica­mente quando os deputados excedessem essa tolerância para lá do tempo disponível, não teve qualquer consequênc­ia prática ontem. Quase todos os oradores excederam o tempo atribuído, com André Ventura e Pedro Nuno Santos a sobressaír­em na capacidade de continuare­m a discursar após Aguiar-Branco apelar a que parassem. Mais do que um minuto em excesso no caso do secretário-geral do PS.

SCUT CAUSAM REBOLIÇO

A eliminação das portagens em seis autoestrad­as ex-SCUT, apresentad­a por Pedro Nuno Santos como uma das cinco iniciativa­s legislativ­as que o PS pretende fazer avançar no início desta legislatur­a, aumentou o nível de decibéis no hemiciclo. O Chega destacou-se na ironia com que reagiu às palavras do líder socialista, ex-ministro das Infraestru­turas. “Eu não percebo a surpresa. Eram propostas que constavam do nosso programa eleitoral”, disse Pedro Nuno Santos, quando finalmente conseguiu retomar a palavra.

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