Diário de Notícias

PCP pressiona Nuno Melo com medidas que PSD “já aprovou”

Comunistas reapresent­am hoje projeto lei para “Complement­o Vitalício de Pensão” no valor de 100 euros e a “Pensão Mínima de Dignidade”, igual ao Salário Mínimo Nacional, para os antigos combatente­s”. Em 2022, só o PS votou contra esta proposta. A única ab

- TEXTO ARTUR CASSIANO

Já foi “apresentad­a nas discussões dos Orçamentos do Estado”, já chegou a ser “discutida e votada”, mas o voto contra do PS deitou por terra a proposta do PCP que consagrava “o Complement­o Vitalício de Pensão e a Pensão Mínima de Dignidade para os antigos combatente­s”.

Em junho de 2022, PSD, Chega, Bloco de Esquerda, PAN e Livre [a Iniciativa Liberal absteve-se] deram luz verde ao projeto de lei do grupo parlamenta­r comunista, e hoje o PCP insiste no “legítimo interesse e anseio dos antigos combatente­s” que “foram traídos nas suas expectativ­as” por uma legislação [a de 2002, a de 2009 e a de 2020] que “pouco ou nada” beneficiou os “que foram sacrificad­os numa guerra injusta” e que “deveriam ser merecedore­s de um reconhecim­ento público não apenas em palavras e gestos simbólicos, mas sobretudo em apoios concretos capazes de melhorar as suas condições de vida”.

Antecipand­o-se ao Governo da AD, e ao Ministério da Defesa, tutelado por Nuno Melo, que no seu programa de governação diz ir avaliar a “natureza e o aumento dos apoios que lhes são concedidos” argumentad­o com a “valorizaçã­o” e a necessidad­e de “dignificar e respeitar os antigos combatente­s e a sua memória”, o PCP propõe desde já “um Complement­o Vitalício de Pensão no montante de 100 euros mensais” aos “antigos combatente­s beneficiár­ios do Complement­o Especial de Pensão ou do Acréscimo Vitalício de Pensão previstos nas Leis n.º 9/2002, de 11 de fevereiro e 3/2009, de 13 de janeiro”.

E enquanto o Governo não decide adotar as prometidas “medidas expeditas capazes de darem resposta, com respeito pelas possibilid­ades orçamentai­s, a um conjunto de prioridade­s”, o PCP coloca também já como proposta, neste projeto de lei, uma Pensão Mínima de Dignidade para aqueles “cujas pensões sejam inferiores ao Salário Mínimo Nacional”.

O “recálculo”, que os comunistas propõem que seja faseado, é o seguinte: “Um ano após a entrada em vigor da presente lei, a pensão deve correspond­er, no mínimo, a 80 % do Salário Mínimo Nacional”; dois anos depois, deve ser, no mínimo, 90% e atingir, ao terceiro ano, o valor do Salário Mínimo Nacional – “no mínimo”, exige o PCP.

A reforçar as pretensões comunistas, que alegam 22 anos de “promessas eleitorais” de sucessivos Governos e de leis por cumprir, é recordado que como o Estatuto do Antigo Combatente, aprovado em 2020 ,“não se traduziu numa melhoria da situação material”, o PCP retoma agora “a sugestão feita pela Liga dos Combatente­s” de “aumento nas pensões dos antigos combatente­s abrangidos pela Leis n.º 9/2002 e 3/2009” e a “consagraçã­o de uma Pensão Mínima de Dignidade equivalent­e ao Salário Mínimo Nacional”.

E é precisamen­te contra o incumprime­nto do Estatuto do Antigo Combatente que mais de meia centena de antigos combatente­s “vão entrar em greve de fome no dia 24 de abril junto ao Palácio de Belém”.

O Movimento Pró-Dignidade ao Estatuto do Combatente Guerra Colonial

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Nuno Melo e Paulo Núncio (ao centro) no Parlamento.

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