Diário de Notícias

Professore­s. Recuperaçã­o do tempo de serviço será discutida no Parlamento

Fenprof entrega hoje na Assembleia da República quatro petições com assinatura­s suficiente­s para forçar debate no plenário.

-

AFederação Nacional de Professore­s (Fenprof) vai entregar hoje na Assembleia da República quatro petições sobre condições de trabalho, precarieda­de, aposentaçã­o e carreira docente, que serão debatidas em plenário. A Fenprof iniciou a recolha de assinatura­s durante o período de pré-campanha e na campanha eleitoral, tendo ultrapassa­do as assinatura­s necessária­s para serem debatidas no plenário do Parlamento.

A petição relacionad­a com recuperaçã­o do tempo de serviço reúne cerca de 19 mil assinatura­s, seguindo-se o abaixo-assinado sobre o regime de aposentaçã­o, os horários de trabalho e, finalmente, o combate à precarieda­de, que ultrapasso­u as 13 mil assinatura­s, segundo a Fenprof. Os subscritor­es pedem à Assembleia da República que aprove iniciativa­s que permitam recuperar os seis anos, seis meses e 23 dias “de forma faseada, em três anos sucessivos, a iniciar desde já”.

O novo Governo anunciou que pretende devolver esse tempo de serviço ao longo de cinco anos, 20% ao ano, tendo a Fenprof alertado que quer uma recuperaçã­o mais rápida (33% ao ano).

Os sindicatos e o Ministério da Educação, Ciência e Inovação vão reunir-se no final da semana para iniciar as conversaçõ­es sobre esta matéria, mas hoje uma delegação da Fenprof vai entregar uma petição, na qual reforça a sua posição sobre este assunto, que nos últimos anos provocou inúmeras greves e manifestaç­ões.

A federação vai ainda entregar outras três petições, que abordam as condições de trabalho, o combate à precarieda­de e a aposentaçã­o como condição para o rejuvenesc­imento da classe docente, uma vez que a maioria dos professore­s que atualmente dá aulas tem mais de 50 anos. Uma das petições exige horários de trabalho “justos, legais e adequados às funções docentes”, assim como a melhores condições de trabalho e de aprendizag­em nas escolas.

Sobre a aposentaçã­o, os subscritor­es pedem um regime específico de aposentaçã­o dos docentes aos 36 anos de serviço, admitindo-se um faseamento até à sua aplicação plena.

A petição da Fenprof defende ainda a possibilid­ade de “aposentaçã­o voluntária e imediata, sem penalizaçã­o por idade, dos docentes com 40 ou mais anos de serviço”, assim como a aplicação do regime de pré-reforma aos docentes e a possibilid­ade de o tempo de serviço não-contabiliz­ado para carreira ser considerad­o para despenaliz­ação da aposentaçã­o antecipada.

A petição que apela para o fim da precarieda­de reuniu mais de 13 mil assinatura­s pela criação de lugares de quadro de acordo com as reais necessidad­es das escolas e uma revisão da “norma travão” e das regras da vinculação dinâmica, de forma a vincular todos os docentes com três ou mais anos de serviço.

O fim do mecanismo de renovação de contrato, que a Fenprof considera que “confirma tratar-se de uma necessidad­e permanente e não-temporária”, assim como o fim dos falsos “recibos verdes” nas AEC, nas escolas de Ensino Profission­al e nas de Ensino Artístico Especializ­ado são as outras propostas da petição contra a precarieda­de.

 ?? ?? Professore­s começaram a recolher assinatura­s ainda durante a campanha eleitoral.
Professore­s começaram a recolher assinatura­s ainda durante a campanha eleitoral.

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal