O com ecrã tipo papel que o destaca da concorrência
Chegados a um ponto da indústria em que se torna difícil distinguir alguns aparelhos, em especial nas gamas médias, o TCL Nxtpaper 11 é provavelmente o companheiro ideal para quem lê muito. Mas podia ser mais rápido... O TCL Nxtpaper é, sem dúvida, o melh
Maior fabricante chinês de ecrãs (produz nas suas fábricas, espalhadas por vários países, todos os componentes) e recentemente promovida ao 2.º lugar – em unidades vendidas – no ranking das marcas de televisores mundial, a TCL é pioneira no desenvolvimento de uma tela concebida para reduzir o cansaço visual, a que chamou Nxtpaper.
Trata-se de uma tecnologia que mistura hardware – filtros específicos e acabamento mate no ecrã – e software (redução de frequências luminosas na gama dos azuis consideradas nocivas) que tem como objetivo proteger os olhos dos utilizadores sem que, promete o fabricante, se comprometa a qualidade da imagem produzida, em especial quanto ao número de cores disponível.
Na última semana, tivemos oportunidade de testar esta tecnologia na mais recente iteração desta tecnologia no tablet TCL Nxtpaper 11, um modelo assumidamente de gama média – a começar pelo preço-tabela, 250 euros, naWorten. Isto apesar de ter um aspeto até bastante premium, com corpo em metal e um design fino, de apenas 6,9mm de espessura.
Na mão, o Nxtpaper 11 sente-se como um aparelho mais caro do que o seu preço. Em funcionamento, o resultado é um misto de satisfação com o desejo de ter um pouco mais.
Comecemos pelo melhor: o ecrã cumpre o prometido. A superfície antirreflexo é extraordinariamente eficaz e faz-nos perguntar por que razão outros fabricantes não imitaram a TCL. Em especial no interior, é extraordinário como as lâmpadas de iluminação (de teto, por exemplo) não são refletidas.
Quanto à imagem produzida, a promessa do fabricante de que todas as cores possíveis não são prejudicadas pela tecnologia de proteção ocular é aparentemente cumprida, ainda que, infelizmente, seja preciso ir mexer nas definições.
Em parte, é compreensível: é o velho drama dos televisores nas lojas, que tendem a estar com as cores e contrastes ultrapuxados porque os clientes normalmente compram os que “berram” mais.
Este TCLvem com as definições parecidas. Mas facilmente a ques
tão se resolve, numa app própria para o efeito, passando desde logo a imagem para modo Natural.
Feito isto, a imagem faz lembrar os antigos – do início do século – excelentes televisores de plasma Pioneer, o único fabricante que tinha o cuidado de fazer a moldura do aparelho em preto mate para reduzir os reflexos. Se calhar, não há coincidências...
É como e-reader que o TCL Nxtpaper 11 se destaca. Tanto para comics, dada a precisão da cor e onde as 11 polegadas de ecrã são suficientemente generosas para caberem as páginas dos livros e as vinhetas ampliadas, bem como para livros “normais”.
Colocando o aparelho em modo de leitura e “papel”, ele fica a preto e branco e tenta imitar de uma forma razoavelmente eficaz a experiência de ler numa superfície tradicional. Melhor do que isto só mesmo num e-reader tradicional, com tecnologia e-ink, como o Kindle ou o Kobo.
Neste sentido, o TCL Nxtpaper é, sem dúvida, o melhor e-reader que conhecemos para quem consome toneladas de livros, texto e/ou ilustrados. E, com suporte para a caneta eletrónica T-Pen (incluída, junto com a capa, no preço atrás mencionado), faz dele um produto interessante para quem inclusivamente gosta ou precisa fazer anotações em documentos ou obras que consulta.
Já como tablet “puro”, este TCL faz-nos desejar por mais, mesmo tendo em conta o preço razoável.
Desde logo começando pela referida melhor coisa que ele tem: o ecrã. A TCL equipou neste aparelho um ecrã LCD com uma taxa de refrescamento fixa de 60Hz, que acaba por se manifestar insuficiente perante imagens de grande velocidade.
E já que falamos em velocidade, essa acaba por ser mesmo o que falta a este TCL. Algo que se nota ao abrir uma app como o YouTube. Não é que demore uma eternidade, mas passa aquele segundo que faz com que notemos que estamos perante um aparelho que não prima pela rapidez.
Um processador melhorzinho é que era!
O maior responsável por este estado de coisas é o processador MediaTek Helio P60T, com 6GB de RAM que equipa o aparelho. Logo à saída da caixa, o aparelho parece perfeitamente capaz – no sistema operativo, o ecrã responde rapidamente. Mas começamos a exigir-lhe um pouco mais e tudo fica logo mais lento.
Voltando ao exemplo do YouTube, o aparelho chega a ter dificuldades em renderizar vídeo a 1080p, começando a “comer” frames...
O que é uma pena. Desde logo porque a bateria de 8000mAh fornece-lhe uma autonomia de longas horas (pelo menos um dia de trabalho). Além disso, a TCL faz uma coisa que nos agrada imenso: mexe pouco no sistema operativo.
O Nxtpaper 11 vem com Android 13 e, além de algumas alterações de sistema para integrar as configurações relativas às especificidades do ecrã, o que se obtém é basicamente um Android “puro” e até com relativamente pouco software indesejado (bloatware), quando comparado com a concorrência.
Em conclusão: este até poderia ser o nosso novo tablet de média gama favorito, porque de facto o seu ecrã distingue-o de todos os outros. Mas infelizmente a performance acaba por fazer dele pouco mais do que um muito bom e-reader. Se é mesmo só para ler e navegar na internet que utiliza este tipo de aparelhos, então não vá mais longe. Mas se quer um aparelho um pouco mais versátil, a concorrência tem outras soluções por este preço. Não serão é tão confortáveis para os seus olhos!