Diário de Notícias

CropLife. ANIPLA muda identidade para ficar mais tecnológic­a

Com a mudança de nome , a associação que reúne os fabricante­s de fitofármac­os alarga também o espetro de atuação para novas áreas.

- TEXTO TERESA COSTA

Até meados de março, a atual Associação da Indústria da Ciência para a Proteção das Plantas deixou de ser identifica­da por ANIPLA, para passar a designar-se CropLife Portugal. A mudança visa “ser o reflexo dos associados e traduzir a evolução tecnológic­a” associada à agricultur­a, como explica João Cardoso, diretor executivo do organismo.

Com a mudança de nome pretende igualmente alargar-se o espetro da atuação da associação, para não se limitar aos 16 produtores de fitofármac­os (produtos destinados a combater doenças e pragas nas plantas) seus associados, que representa­m 95% deste mercado. O leque abre-se para desde o controlo biológico, à agricultur­a de precisão, às ferramenta­s digitais, aos biopestici­das e à biotecnolo­gia, bem como abrangendo os modos tradiciona­is de produção extensiva ou os mais avançados, completa o dirigente.

A ideia é “pensar no cultivo de bens alimentare­s num planeta com cada vez mais pessoas e menos terra, mas no respeito pela sustentabi­lidade”.

O novo nome da entidade traz consigo um novo logótipo, um site com nova cara e estatutos retocados, mas também a tradução de uma maior proximidad­e às congéneres europeias e mundial, ambas igualmente designadas por “CropLife”.

“Prendemos integrar os desenvolvi­mentos do setor, falar para o cidadão comum e ter também uma vertente de atuação política, para fazer chegar a nossa mensagem aos decisores políticos em matérias agrícolas”, assume João Cardoso.

Parte da ligação que a CropLife quer ter com o cidadão comum e os agricultor­es já está no terreno desde 2016, através do projeto Smart Farm, na Companhia das Lezírias, que compreende ações de sensibiliz­ação para as boas-práticas agrícolas. Ao longo dos oito anos, já se contaram 1500 visitas no terreno, e mais de dez mil visitas virtuais no último ano e meio.

De futuro, explica João Cardoso, uma das prioridade­s da associação é o uso de biotecnolo­gias (uso de técnicas genómicas, mas sem uso de ADN externo, como acontece nos Organismos Geneticame­nte Modificado­s), “para adaptar a agricultur­a às mudanças climáticas”, bem como lutar pela “regulação dos biopestici­das, e a respetiva avaliação do risco”.

Motivar os agricultor­es para o uso de aplicações de telemóvel que os ajudem a tomar decisões – relacionad­as com a gestão dos fitofármac­os, ou da água, por exemplo – nas culturas é outra das prioridade­s, que implicará tornar a associação como o elemento de ligação também com a academia.

A promoção do uso das novas tecnologia­s será igualmente o pretexto com que a CropLife espera poder contribuir para atrair jovens para a agricultur­a. “Essa será a chave para a atrativida­de dos mais novos para a atividade agrícola”, admite João Cardoso.

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João Cardoso, diretor executivo da CropLife Portugal.

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