BCP vai distribuir metade dos lucros
Opresidente executivo do Millennium BCP, Miguel Maya, afirmou ontem que o banco deverá adotar uma política de dividendos “bastante mais expressiva”, através da distribuição de lucros “igual ou superior a 50%” nos próximos anos. “Espero que, a partir de agora, as coisas possam inverter-se e, portanto, o banco, como já o disse ao mercado, a partir deste ano terá uma política de dividendos bastante mais expressiva, prevendo um dividend payout igual ou superior a 50%”, afirmou Miguel Maya na abertura da conferência Millennium Talks.
O líder do banco que em 2023 atingiu lucros de 856 milhões de euros admitiu que a remuneração para os acionistas tem sido baixa. “Nos últimos anos, duas vezes pagámos dividendos e um payout de 10%, um payout muito baixo, e foi muito baixo porque a decisão da Comissão Executiva do Banco, da gestão do banco, era recapitalizar o banco, robustecer o banco, para que tivesse maior capacidade de apoiar a economia portuguesa”, explicou o CEO do BCP. Agora, e depois do que considerou ter sido um ano de transição, Miguel Maya aponta que o banco é sólido: “O banco hoje é um banco muitíssimo robusto, com rácios de capital muito fortes e com níveis de liquidez muitíssimo elevados.”
Depois das declarações de Miguel Maya, as ações do BCP na Bolsa de Lisboa chegaram a valorizar-se 6%.
Na apresentação dos resultados referentes ao final de 2023, Miguel Maya tinha anunciado que a Comissão Executiva do banco iria propor aos acionistas o pagamento de um dividendo de 30% sobre os lucros, o equivalente a mais de 250 milhões. Os ganhos em 2023 foram alavancados pela margem financeira (diferença entre juros cobrados no crédito e juros pagos nos depósitos), que subiu 31% para 2826 milhões de euros.