Sabotagem e explosões: como agentes pró-russos planeavam minar ajuda à Ucrânia
Relações entre Berlim e Moscovo azedam ainda mais na sequência da detenção de dois alemães nascidos na Rússia. São suspeitos de espionagem e de planearem ações de sabotagem contra instalações militares e industriais. “As autoridades de segurança evitaram
Bayreuth é uma pequena cidade bávara conhecida pelo festival criado pelo compositor Richard Wagner. A sua pacatez é abalada pelos milhares de melómanos que aí acorrem para ver e ouvir as produções operáticas do alemão. Foi agora também notícia pela detenção de dois cidadãos suspeitos de espionagem e de planeamento de ataques com o objetivo de prejudicar a ajuda militar para a Ucrânia, em mais um episódio de interferência russa em território alemão.
O gabinete do procurador federal, em Karlsruhe, disse que Dieter S. e Alexander J. – ambos nascidos na Rússia mas há muito naturalizados alemães – vão ser acusados, entre outras coisas, de atuar como agentes para fins de sabotagem e de preparar explosivos, em resultado de buscas nas suas residências e locais de trabalho. As autoridades disseram que os dois indivíduos teriam estado a escolher e pesquisar sobre potenciais alvos de ataque, incluindo bases militares americanas na Alemanha. Em específico, a base militar de Grafenwöhr, na Baviera, onde os soldados ucranianos recebem formação sobre a utilização dos tanques Abrams dos EUA, noticiou a revista Der Spiegel.
O principal suspeito, Dieter S., já tinha um longo historial pró-Putin: entre 2014 e 2016 esteve a combater no leste da Ucrânia integrado nas forças da chamada República Popular de Donetsk, de acordo com o Ministério Público alemão. Como aquela unidade militar está classificada como organização terrorista pela justiça alemã, Dieter S. é também acusado de pertencer a uma organização terrorista estrangeira no estrangeiro. O arguido estaria agora em contacto com um agente dos serviços secretos russos, com o qual estaria a trocar informações sobre ações de sabotagem. Dieter S., que terá dito ao agente russo estar preparado para executar ataques a infraestruturas utilizadas pelas forças armadas, bem como a instalações industriais, é também acusado de conspiração para causar uma explosão e fogo posto.
A ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, convocou o embaixador russo. “Não permitiremos que Putin leve o seu terror à Alemanha”, foi o que a
Militares norte-americanos na base de Grafenwöhr, um potencial alvo da sabotagem russa.
chefe da diplomacia alemã fez transmitir ao representante russo em Berlim, segundo o que afirmou na rede X. Já o chanceler Olaf Scholz foi mais diplomático: “Nunca poderemos aceitar que haja atividades de espionagem na Alemanha.”
A Rússia respondeu com um diplomático não desmentido, ao comunicar através da conta no X da embaixada em Berlim que, na reunião para a qual o diplomata Sergei Nachaev foi convocado, “não foram apresentadas provas dos planos dos detidos nem da sua possível ligação a representantes das estruturas russas”.
Este é o mais recente episódio de alegadas atividades de espionagem russa na Alemanha ou junto de alemães. A anterior envolveu a interceção de uma videochamada entre chefias militares que discutiam as