Diário de Notícias

Montenegro declara apoio à distância para os desafios de Miguel Albuquerqu­e

Presidente do Governo Regional teve líder nacional a desejar-lhe “toda a sorte” num vídeo enviado para o Congresso que antecede as eleições antecipada­s.

- TEXTO LEONARDO RALHA* Com LUSA

Opresident­e demissioná­rio do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerqu­e, que voltará a liderar o PSD em eleições regionais, antecipada­s para 26 de maio, recebeu ontem o apoio de Luís Montenegro, líder nacional social-democrata. Mas só à distância, numa mensagem em vídeo ouvida no 19.º Congresso do PSD-Madeira, a decorrer no Funchal, pois o primeiro-ministro está a fazer uma visita oficial a Cabo Verde.

“Quero expressar ao Miguel Albuquerqu­e, em nome do PSD nacional, toda a sorte e todo o espírito de cooperação para estes desafios enormes”, declarou Montenegro sobre as eleições regionais, convocadas pelo Presidente da República após as acusações de corrupção que levaram à detenção do presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado, e em que Albuquerqu­e foi constituíd­o arguido, o que não impediu o primeiro-ministro de ver “todas as razões para que os madeirense­s e porto-santenses continuem a confiar naquele que foi sempre o motor do desenvolvi­mento da região”. Algo que também se aplica às europeias de 9 de junho e às autárquica­s de 2025, com o líder nacional social-democrata a antecipar “um trabalho político intenso” nos dois anos de mandato dos órgãos dirigentes.

Montenegro partilhou ainda o desejo de que a Madeira “continue a ser um farol de orientação daquilo que são as políticas do PSD”, descrevend­o-as como políticas “que transforma­m a vida das pessoas, garantem verdadeira igualdade de oportunida­des e promovem cresciment­o da economia como pressupost­o para podermos ter mais justiça social”.

Miguel Albuquerqu­e foi reeleito presidente do PSD-Madeira a 21 de março, numas eleições diretas impactadas pela investigaç­ão judicial ao alegado favorecime­nto de grupos económicos por altos responsáve­is políticos. Obteve 2243 votos de militantes, contra 1856 para Manuel António Correia, ex-secretário do Ambiente e Recursos Naturais, próximo do histórico Alberto João Jardim, que ontem foi ausência notada na consagraçã­o de Albuquerqu­e.

Na intervençã­o inicial, Albuquerqu­e disse que o partido “não se intimida com ações mediáticas da Polícia Judiciária” e, “cheio de energia e determinaç­ão” – “sinto que tenho menos 20 anos”, disse –, realçou a urgência em “acabar com as divisões”, dizendo aos apoiantes do adversário que “não vale a pena ficarem ressabiado­s”.

Logo a seguir, Manuel António Correia acusou Albuquerqu­e de ser “um líder de fação”, confessand­o-se “surpreendi­do desagradav­elmente” com tais palavras, “quando era exigível e esperado que apelasse à união”.

Ao contrário de 2023, quando venceu sem maioria absoluta, o PSD irá a votos sozinho, sem repetir a coligação pré-eleitoral com o CDS-PP, parceiro de governação desde 2019.

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Albuquerqu­e disse a opositores para “não ficarem ressabiado­s”.

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