Diário de Notícias

Valeu o show de Nico para tirar dragão do quarto escuro

FC Porto complicou jogo que parecia ir resolver cedo ao permitir que o Casa Pia chegasse ao empate antes do intervalo, mas um grande remate do espanhol devolveu a equipa ao pódio.

- TEXTO NUNO COELHO dnot@dn.pt

Depois de três jogos sem ganhar na Liga, o FC Porto regressou aos triunfos e recuperou o último lugar no pódio antes de receber o líder Sporting no próximo domingo. Não foi fácil bater o Casa Pia em Rio Maior, muito por culpa própria, mas um grande remate de Nico González acabou por resolver o destino dos três pontos, tirando a equipa de Conceição do quarto lugar.

Cumprido o objetivo de marcar presença na final da Taça de Portugal, o FC Porto surgiu em Rio Maior com a mesma equipa que bateu o V. Guimarães, ainda sem Diogo Costa e com Cláudio Ramos na baliza. Entrando em campo fora do pódio, devido ao triunfo do Sp. Braga na véspera, Sérgio Conceição mostrou confiar no onze que deu boa conta de si a meio da semana, resolvidos os problemas físicos a que o técnico aludira na véspera da deslocação. Também Gonçalo Santos não mexeu no conjunto que utilizara na ronda anterior, frente ao Portimonen­se.

Com as bancadas muito despidas, por força da má classifica­ção dos dragões na Liga, e numa tarde quente de sol, os gansos até entraram melhor na partida e podiam ter ganho vantagem logo aos dois minutos, na sequência de um canto. No meio da confusão que se gerou, Otávio desviou para a própria baliza e só uma grande intervençã­o de Cláudio Ramos evitou o pior.

No entanto, a partir daí, o jogo pareceu transforma­r-se num passeio domingueir­o para a equipa de Conceição. Os anfitriões não conseguiam sair, quer por erros próprios quer pela pressão dos visitantes, e as oportunida­des foram-se sucedendo junto à baliza de Ricardo Batista. O filho do técnico deu o mote (11’), num tiro desviado pela defesa; seguiu-se Pepe que, sem marcação, cabeceou à figura do guardião casapiano após centro de Wendell (13’). Conceição não conseguiu aproveitar uma má reposição do guarda-redes, voltando a acertar num defesa com a bola a morrer nas mãos do keeper dos gansos (17’). E, no minuto seguinte, Varela, depois de um domínio extraordin­ário, rematou rente à trave local - onde acertaria Pepê após lance de Galeno na esquerda (21’). Adivinhava-se o golo e ele acabou mesmo por aparecer, curiosamen­te depois de o Casa Pia conseguir, por fim, ter uma posse longa de bola. João Mário rasgou a defesa da casa com um belo passe, Pepê centrou e Galeno, com muita classe, tirou João Nunes do caminho e chutou para as redes (31’).

Somar sustos antes do alívio

Pensou-se, pelo que se vira até aí, que a partir de então seria uma questão de tempo até o FC Porto arrumar a questão. O problema é que o conjunto de Sérgio Conceição está a atravessar uma fase em que tudo o que pode correr mal acaba por correr mesmo. E bastaram seis minutos para o Casa Pia empatar: novamente num lance nascido num canto, que Pepê não conseguiu afastar no flanco contrário. Soma recuperou a bola e cruzou, Tchamba ganhou no alto e, ao segundo poste, Nuno Moreira rematou de primeira pelo buraco da agulha, restabelec­endo o empate.

E a verdade é que até podia ter sido o Casa Pia a ir para o intervalo em vantagem, não fosse Cláudio Ramos, com duas grandes defesas consecutiv­as, a evitar que o japonês somasse o segundo golo da equipa de Gonçalo Santos.

Com João Mário a lesionar-se em cima do descanso, Conceição fez entrar Romário Baró, recuando Pepê para o lado direito da defesa. Tal como no início, o FC Porto entrou forte e acabaria por se colocar em vantagem: descaído na esquerda, Nico González puxou para dentro e desferiu um pontapé espetacula­r e indefensáv­el para Ricardo Batista (56’). Quase de seguida, Galeno surgiu que nem uma flecha e passou mesmo o guardião dos gansos, mas o centro foi cortado pela defesa, e num livre direto Taremi esteve perto de selar o triunfo. Não aconteceu e o cansaço dos dragões foi permitindo ao Casa Pia chegar mais vezes até à baliza mas, tirando um punhado de cantos, sem causar grandes aflições a um FC Porto que regressou a casa com a vitória no bolso.

Triunfo em Rio Maior permitiu à equipa de Sérgio Conceição voltar ao terceiro lugar, embora em igualdade pontual com o Sp. Braga.

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Galeno, na foto entre dois jogadores do Casa Paia, abriu o marcador aos 31 minutos.

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