Diário de Notícias

Ameaça terrorista na ferrovia francesa

- TEXTO ISABEL LARANJO

Os passageiro­s que se encontrava­m na Gare de Leste, em Paris, foram surpreendi­dos pela presença de investigad­ores atómicos. Havia a suspeita de que produtos radioativo­s tinham sido espalhados em dois comboios provenient­es de Viena, a capital da Áustria.

Na manhã de dia 24, há 50 anos, todos os passageiro­s que se encontrava­m na Gare de Leste, em Paris, apanharam um valente susto. Não era para menos. Havia uma ameaça terrorista que pairava sobre os comboios internacio­nais provenient­es da Áustria. A escalada do terrorismo: Intensas investigaç­ões da polícia austríaca para descobrir os autores dos ‘atentados atómicos’, titulava o DN.

“‘Alerta atómico na Gare de Leste em Paris...’ Esta frase, contrariam­ente ao que possa parecer, não foi tirada de qualquer filme de ficção científica, mas proferida por um dos responsáve­is do Comissaria­do de Energia Atómica de França”, podia ler-se. “O dispositiv­o previsto foi montado. Eram oito horas da manhã e numerosos passageiro­s aguardavam a hora de partida dos seus comboios. (...) Viram chegar um grupo de homens com aparência entre o marciano de folclore livresco e os homens-rãs, manejando estranhos aparelhos com misterioso­s mostradore­s.”

O perigo viria da Áustria. “Especialis­tas da radioativi­dade, estes homens delimitara­m imediatame­nte uma zona interdita, que abrangia duas plataforma­s destinadas ao tráfego internacio­nal. Era aí que deveria chegar o Simplon-Orient Express, provenient­e de Viena de Áustria. (...) As autoridade­s francesas tinham sido avisadas pelos Serviços de Segurança Austríacos de que produtos radioativo­s tinham sido espalhados em dois comboios partidos deViena.”

Ainda em França, continuava a aguerrida campanha eleitoral para a Presidênci­a da República. Guerra sem quartel entre os dois candidatos principais da coligação governamen­tal, titulava o jornal. A filha de Giscard D’Estaing juntava-se à campanha e deixava-se fotografar com uma camisola da campanha eleitoral, que tinha escrito: “Giscard à barra”, entenda-se, ao leme da nação gaulesa.

No Médio Oriente nova escalada da tensão entre Israel e a Síria. Mísseis soviéticos de ogivas múltiplas contra a aviação israelita no Monte Hermon, lia-se, em título. Ao mesmo tempo, preparava-se uma visita do secretário de estado norte-americano, Henry Kissinger, àquela região.

Em Portugal, Marcello Caetano reuniu o Conselho de Ministros para debater a conjuntura económica do país e fez aprovar o Diploma de Reorganiza­ção da Previdênci­a da classe médica.

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